Sebastian Vettel é o atual e mais jovem campeão da Fórmula 1. Tem três títulos mundiais, dezenas de vitórias, mas até o último domingo não tinha vencido na Alemanha. Conquistar o lugar mais alto do pódio em casa era um sonho que o piloto da Red Bull, nascido na pequena Heppenheim – cidade de 25 mil habitantes e a 70 quilômetros ao sul de Frankfurt – , havia tentado cinco vezes.
Mas, quiseram os “deuses da velocidade” que Vettel, que completou 26 anos no dia três, recebesse como presente de aniversário a bandeira quadriculada no circuito de Nürburgring. Mas somente quando chegasse na 30ª vitória da carreira (e a quarta nesta temporada). Segundo ele,foi  ”um alívio vencer a primeira em casa”. Só que não foi uma corrida das mais tranquilas, até porque nas últimas voltas Kimi Räikkönen (Lotus) estava mais rápido que o alemão. Mas foi um momento daqueles que só quem vence em casa sabe o que é viver essa emoção… Os olhos brilhavam, o sorriso irradiava alegria. E além do mais, Vettel ampliou a vantagem para o espanhol Fernando Alonso (Ferrari) e deu um importante passo rumo à conquista do tetra campeonato.
Dessa vez, os pneus não foram os protagonistas da corrida, tal como aconteceu no grande prêmio da Inglaterra. Em Silverstone, quatro compostos estouraram durante a prova, deixando pilotos e equipes bastante preocupados. No final das contas, a Pirelli passou a responsabilidade para as equipes ao informar que diferentes causas levaram às falhas de pneus no circuito inglês: pneus traseiros montados no sentido errado (pneus do lado direito no lado esquerdo e vice-versa), baixa pressão dos pneus (ou seja, se a condição de uso é diferente numa pressão mais baixa do que a indicada pelo fabricante, pode-se ter problema), cambagem extrema (é a inclinação da roda que cada carro de corrida tem para gerar a maior aderência lateral possível) e zebra alta (a zebra da curva quatro, por exemplo, teria sido a responsável pelos problemas nos pneus traseiros esquerdos).
Quem perdeu o rendimento na corrida depois dessa alteração nos pneus na Alemanha foi a Mercedes. A inversão dos compostos traseiros era o tal “pulo do gato” encontrado pela equipe sob o comando de Ross Brawn. E como a troca foi proibida pela Pirelli para essa corrida, a equipe alemã não contou com essa possibilidade e a vida deles não foi fácil… A fornecedora italiana também mandou para Nürburgring compostos com a cintura de kevlar (que é uma fibra sintética mais resistente e leve e que substitui o aço, que estava sendo usado nas rodas traseiras).  Diferentemente das últimas três provas, o rendimento dos pilotos não foi dos melhores: Lewis Hamilton, que saiu na pole, terminou a prova em quinto lugar e Nico Rosberg, em nono.
A próxima corrida será na Hungria, no dia 28, e assim chegamos na metade da temporada. Em Hungaroring, as temperaturas costumam ser altas, o que pode tornar complicada a administração dos pneus que, segundo a Pirelli, será um combinado da estrutura de 2012 com os compostos deste ano. Mais uma vez, a estratégia de pilotos e equipes vai fazer toda a diferença neste circuito travado e de muitas curvas, onde ultrapassar costuma ser difícil. E fica a dica: se você gosta de emoção, esta não costuma ser uma das melhores provas para se assistir… A não ser que Fernando Alonso resolva ali partir para o “tudo ou nada” (isso se o carro da Ferrari deixar) e diminuir a diferença de 34 pontos do líder Sebastian Vettel. A conferir!
#Rapidinhas
Imagens: No GP da Alemanha, duas cenas entraram para a história. A primeira: um pneu desgovernado que atropelou o cinegrafista Paul Allen na área dos pits. Atingido nas costas pela roda que se soltou do carro de Mark Webber (Red Bull) durante um pitstop, o britânico fraturou a clavícula e algumas costelas. A segunda: um carro-quase-fantasma. O motor da Marussia do francês Jules Bianchi (Marussia) quebrou e ele estacionou o carro. Até aí tudo normal se não fosse Bianchi sair do carro e segundos depois a Marussia andar de ré, atravessar tranquilamente a pista e só parar depois de passar por cima de uma placa de uma companhia de seguros… Isso até rendeu a entrada do safety car. Se isso tivesse acontecido em Interlagos e não na Alemanha já estaríamos ameaçados em perder o próximo GP. Alguém duvida?
Formula Truck: Na etapa de São Paulo da Fórmula Truck, a volta final foi de tirar o fôlego! O pernambucano Beto Monteiro (Scuderia Iveco) ultrapassou o paranaense Leandro Totti (RM-MAM Latin America), que liderou a maior parte da prova, e garantiu a primeira vitória dele em Interlagos – e a nona na carreira. Outro destaque também foi o italiano Alex Caffi, ex-piloto de Fórmula, que largou na 15ª posição e chegou em terceiro lugar.
Fórmula Indy: Na 11ª etapa disputada em Pocono (o trioval que voltou ao calendário da Indy depois de 24 anos), só deu Ganassi no pódio. A vitória ficou com o neozelandês Scott Dixon, seguido do norte-americano Charlie Kimball e do escocês Dario Franchitti. (Sim, eu amei ver o lindo do Franchitti feliz de novo!). Assim como Vettel, Dixon também conquistou a 30ª vitória da carreira. Foi bom ver os três carros do time de Chip Ganassi, dono de uma das equipes mais vencedoras e tradicionais da história da Indy, chegando na frente. Espero que isso sirva de inspiração e motivação para esse time voltar a vencer. Já Helio Castroneves (Penske) terminou a prova em oitavo lugar. E com o abandono do vice-líder Ryan Hunter-Reay (Andretti), manteve a liderança do campeonato com 356 pontos. Tony Kannan estava bem na prova, mas ao tocar a asa dianteira no carro de Scott Dixon teve que ir para os boxes. Terminou a prova em 13º. A próxima corrida será disputada em Toronto, no Canadá, em rodada dupla. Com direito a largada parada (igual a da F1) na primeira prova no próximo sábado, dia 13. A conferir!
Créditos das fotos: Getty Images e Luca Bruno/AP Photo
twitter: @prikinder