segunda-feira, 25 de novembro de 2013

#ThankyouDario


Dario Franchitti é uma lenda do automobilismo. É daqueles homens que nascem predestinados a conquistar o mundo por meio de uma escolha que, aos olhos dos simples mortais, pode ser um tanto ousada. Esse escocês escolheu ser piloto de corridas e escreveu uma história incrível nesses quinze anos de Fórmula Indy.
Depois do grave acidente que sofreu em Houston, em outubro, Franchitti resolveu se aposentar. Decidiu fazer isso pela saúde, para se preservar. A equipe médica deixou bem claro que se ele voltasse a correr os riscos seriam grandes e poderiam prejudicar a saúde no futuro.

Claro que o coração fica partido ao saber que Dario, aos 40 anos, não vai estar mais nas pistas... Tenho uma foto dele aqui em casa e todos os dias olho para ela e digo que um dia ainda vamos nos encontrar pra que eu lhe dê um abraço e diga: "Thank you, Dario. You're a legend. I love you".

O vídeo que a Indycar fez ao Dario é uma homenagem a este que é um dos maiores pilotos que pude acompanhar nestes quinze anos da Indy. Chorei junto nas vitórias dele em Indianápolis, nos campeonatos conquistados e nos acidentes que ele sofreu na carreira.

Se encontrasse o gênio da lâmpada pediria pra conhecer o Dario, chegar perto, ganhar um abraço. Eu o vi de muito longe na etapa deste ano da SP Indy 300 em São Paulo. Fiquei chateada porque não consegui estar mais próxima. Mas um dia, amigo, a gente vai se encontrar.

ps: Faltam 150 dias para a 98ª edição das 500 Milhas de Indianápolis


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Brasil garantido na F1 em 2014

Texto originalmente publicado em 12 de novembro 2013 no site #ElasComentam
Desde setembro, quando Felipe Massa anunciou que não teria o contrato renovado pela Ferrari, quem acompanha a Fórmula 1 ficou preocupado. Afinal, para onde ele poderia ir? Especulações não faltaram: desde a possibilidade de a nova casa ser a Lotus e correr no lugar de Kimi Raïkkönen (que vai para o time italiano no ano que vem), passando por tentar a sorte na Stock Car e de até mesmo pensar em aposentadoria.
Mas o caminho para o brasileiro de 32 anos foi mesmo a Williams. A equipe fez o anúncio na segunda-feira, em Grove, na Inglaterra. O contrato é por duas temporadas e ainda poderá ser renovado por mais uma. Com a saída do venezuelano Pastor Maldonado, Massa será o companheiro do finlandês Valtteri Bottas em 2014.
Fundada em 1977, a Williams tem nove títulos mundiais e sete de construtores, conquistados entre as décadas de 1980 e 1990. O último campeonato de pilotos da escuderia inglesa é de 1997, do canadense Jacques Villeneuve. Além de ter sido a casa de Alain Prost, Nigel Mansell e Damon Hill, a equipe já teve outros seis brasileiros pilotando seus carros: Nelson Piquet, Ayrton Senna, Antonio Pizzonia, Rubens Barrichello e Bruno Senna.
Depois da Ferrari, ser piloto de um time que é um dos mais tradicionais da categoria será um desafio. Apesar das mudanças que a F1 vai sofrer no próximo ano, tudo indica que a experiência de 12 temporadas na categoria será importante para ajudar no desenvolvimento do novo carro que vai contar com o motor Mercedes. Segundo o chefe da equipe Frank Williams, a contratação de Massa faz parte de um projeto para começar um novo capítulo na história do time inglês, já que nos últimos cinco anos a escuderia não foi além de dois sextos lugares no mundial de construtores.
Era claro que há muito tempo não havia mais espaço para Felipe na Ferrari e que todos os esforços estavam voltados para Fernando Alonso e a conquista do tricampeonato do espanhol. Mas durante o tempo em que esteve no time italiano, além de ter sido sempre o fiel escudeiro para ajudar a equipe a conquistar o mundial de construtores (2007 e 2008), Massa conquistou onze vitórias e foi vice-campeão em 2008, quando perdeu o título para Lewis Hamilton na última corrida, em Interlagos. E foi pela Ferrari também que o brasileiro sofreu o acidente mais grave da carreira, em Budapeste (2009) durante os treinos para o grande prêmio da Hungria.
Antes de dar o adeus definitivo aos italianos e trocar o vermelho pelo azul, Felipe ainda disputa duas provas que faltam para encerrar a temporada (Austin e Interlagos). E no último final de semana, a Ferrari organizou uma festa de despedida para o brasileiro. Depois de oito anos como piloto oficial do time de Maranello, Massa foi homenageado por 15 mil tifosi (torcedores da escuderia italiana) no circuito de Mugello, em Florença (Itália).
Boa sorte nesta nova fase, Felipe!
#Rapidinhas
Stockcar: Na penúltima etapa da Stock Car disputada no autódromo internacional Nelson Piquet, em Brasília, Thiago Camilo (Ipiranga/RCM) conquistou a vitória e assumiu a liderança do campeonato. Faltando apenas uma prova, a Corrida do Milhão, que acontece no dia 15 de dezembro em Interlagos, agora são quatro os pilotos que estão em busca do título da temporada. Thiago tem 185 pontos, quatro a frente de Daniel Serra (Red Bull Mattheis), o segundo colocado. Ricardo Maurício (Eurofarma-RC) é o terceiro com 178 pontos e Cacá Bueno (Red Bull Mattheis) o quarto com 160 pontos. Lembrando que a pontuação será dobrada e quem vencer leva 48 pontos.
Formula Truck: Assim como a Stock Car, a decisão do campeonato brasileiro da Fórmula Truck também ficou para a última etapa, que será disputada no dia 8 de dezembro em Brasília. Felipe Giaffone (RM Competições/MAM) venceu a prova do final de semana no autódromo internacional de Curitiba, na cidade de Pinhais (PR). O paulista largou na pole, perdeu posições na largada, mas recuperou a liderança na 18ª volta. Com a vitória, Giaffone entrou na briga pelo título ao chegar aos 114 pontos. Na disputa também estão Beto Monteiro (Scuderia Iveco) com 135 pontos, Régis Boessio (ABF Desenvolvimento Team) com 119 pontos e Leandro Totti (RM Competições/MAM) com 116 pontos.
Kimi Räikkönen só em 2014: O finlandês não vai mais correr pela Lotus neste ano. Räikkönen, que será piloto da Ferrari na próxima temporada, vai passar por uma cirurgia na coluna e a previsão é de que ele precise de até quatro semanas para se recuperar. Desde o grande prêmio de Cingapura, o campeão de 2007 vem sentindo fortes dores nas costas e que se tornavam insuportáveis a cada corrida. Claro que não duvido que ele esteja com esse problema, mas até onde isso não o ajudou a se livrar dos problemas financeiros que estava tendo com o time de Enstone e já pensar em 2014?
Fotos: Felipe Massa: Divulgação @WilliamsF1 Team// Thiago Camilo: Carsten Horst/Divulgação
Twitter: @prikinder

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Em busca de novos recordes



texto originalmente publicado no site #ElasComentam em 06 de novembro 2013
Sebastian Vettel até poderia ter se contentado em ser o mais jovem tetracampeão mundial de Fórmula 1, mas ele não quer saber de ficar para trás nesta temporada. Apesar de ter declarado que quebrar recordes não está entre as prioridades, o piloto da Red Bull está no caminho de, a cada corrida, superar as marcas pessoais e aquelas que ainda fazem parte da história da categoria. Por isso, ele venceu mais uma.
Dessa vez, o cenário da vitória foi o circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi. Um lugar onde as imagens mostradas pela televisão geralmente compensam a falta de emoção da corrida. A largada é dada ao final do dia no Oriente Médio e o espetáculo fica bonito mesmo quando acompanhamos o por do sol no horizonte e a chegada da noite na pista, que é toda iluminada, e deixa em evidência o aspecto moderno e futurista do circuito projetado pelo alemão Hermann Tilke.
Pela sétima vez consecutiva Vettel subiu ao lugar mais alto do pódio e se igualou ao ídolo (dele) Michael Schumacher, que também conquistou sete vitórias seguidas na temporada de 2004. E caso a maré de sorte continue ao lado do jovem campeão, ele ainda tem tempo de quebrar outro recorde se vencer as duas próximas provas (Austin-EUA e Interlagos): poderá alcançar a marca de Alberto Ascari, que venceu nove vezes seguidas pela equipe Ferrari.
Esse é o recorde mais antigo a ser alcançado por Vettel, já que as vitórias de Ascari foram conquistadas entre as temporadas de 1952 e 1953. O italiano venceu os GPs da Bélgica, França, Inglaterra, Alemanha, Holanda e Itália e em 1953 os da Argentina, Holanda e Bélgica. Mas há quem questione essa marca porque, naquela época, a segunda prova do mundial de 1953 foram as “500 Milhas de Indianápolis”. Por uma questão política, a corrida nos Estados Unidos fazia parte do calendário da F1, mas pilotos e equipes que corriam na Europa não participavam da prova. Isso poderia reduzir o recorde de vitórias consecutivas do italiano, mas se pensarmos neste contexto essa marca é dele.
E para quem gosta de números: em Abu Dhabi o piloto da Red Bull alcançou a 37ª vitória e o 60º pódio da carreira em seis campeonatos disputados até agora e quatro títulos. Se ele é fenômeno, se ele é prodígio, se ele é gênio… não importa. A cada temporada Vettel amadurece e mostra que se dedica muito ao que faz, e de um jeito único e diferente de outros campeões: com alegria. Inclusive porque comemorou a vitória em Yas Marina novamente com um “zerinho”. (Mas dessa vez ele levou o carro para os boxes e a FIA não o advertiu.)
#Rapidinhas
GP2: Fabio Leimer (Racing Engineering) conquistou o campeonato da GP2 no final de semana em Abu Dhabi. O suíço levou o título ainda na primeira prova, no sábado, ao chegar em quarto lugar e aproveitar que o rival Sam Bird (Russian Time) teve problemas e terminou na décima posição. O brasileiro Felipe Nasr, que tinha chances matemáticas de colocar a mão na taça, ficou com o quarto lugar no campeonato. O piloto da Carlin fez uma boa temporada e apesar de não conquistar o título, conseguiu se destacar. Há quem diga na rádio paddock que ele será contratado pela equipe Willians como piloto de testes para 2014. Estamos na torcida.
Stock Car: No próximo final de semana, os carros da Stock Car vão acelerar no autódromo internacional Nelson Piquet, em Brasília, pela 10ª etapa do campeonato. Sete pilotos estão na briga para conquistar o título desta temporada: Daniel Serra (172), Thiago Camilo (161), Cacá Bueno (160), Ricardo Maurício (160), Valdeno Brito (120), Max Wilson (117) e Marcos Gomes (102). Mas o campeão mesmo só vai ser conhecido na última prova, que será disputada em Interlagos. Na penúltima etapa nenhum dos líderes pode abrir mais do que 48 pontos de vantagem necessários para conquistar o título. Vale lembrar que em Brasília estão em jogo 24 pontos e em Interlagos, 48 pontos, já que a última corrida terá a pontuação dobrada.
foto: Tom Gandolfini/AFP
twitter: @prikinder

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

É tetra!

texto originalmente publicado em 30 de outubro 2013 no site #ElasComentam
Tudo era uma questão de tempo. A cada corrida Sebastian Vettel ficava mais perto do tetracampeonato da Fórmula 1. A conquista do quarto mundial consecutivo aconteceu em Noida, no circuito internacional de Buddh, na Índia, que até hoje só teve o alemão como vencedor. Vettel precisava apenas do quinto lugar para chegar ao título, mas pela sexta vez seguida (e a décima na temporada) foi dele o primeiro lugar na corrida.
Com 36 vitórias e 43 pole-positions, o alemão de Heppenheim se torna, aos 26 anos, o mais jovem tetracampeão da história do automobilismo mundial. Os quatro campeonatos em sequência foram conquistados somente por Juan Manuel Fangio (entre 1954 e 1959) e Michael Schumacher (entre 2000 e 2004). De qualquer forma, o piloto da Red Bull iguala-se ao número de conquistas do francês Alain Prost (quatro), mas ainda está atrás do argentino Fangio (cinco) e do também alemão Schumacher (sete).
Depois de receber a bandeirada final, ele deu uma volta até retornar aos boxes. Mas na reta de chegada, Sebastian fez o que a gente chama de “cavalo de pau” na pista (ou zerinho, para quem preferir) em uma comemoração de quebrar qualquer protocolo. Vettel parecia não acreditar no que estava acontecendo. Ajoelhou-se diante do RB9, também conhecido como Heidi Hungry (Heidy Faminta), e fez uma reverência ao carro, numa atitude de reconhecimento e agradecimento à equipe que lhe permitiu ter a melhor máquina e mostrar o quanto é bom nas pistas. Cercado por fotógrafos e fiscais, ainda subiu no alambrado e arremessou as luvas para a torcida. Um momento para ficar na memória de quem admira esse esporte.
No espaço reservado aos pilotos antes de chegar ao pódio, a televisão mostrava imagens de um piloto emocionado e muito feliz. A ficha de tudo o que estava acontecendo devia estar caindo naquele momento da conversa com outro campeão, o das máquinas, Adrian Newey, que também conquistou o título de construtores pela Red Bull no domingo, o décimo da carreira do projetista. E no pódio, o segundo colocado Nico Rosberg (Mercedes) e o terceiro, Romain Grosejan (Lotus), renderam-se ao talento do mais novo tetracampeão e ergueram Vettel nos ombros.
Tenho a impressão de que Vettel é aquele cara que está sempre com um sorriso no rosto e vai sempre manter aquele jeito de moleque. Mas acima de tudo passou para o time dos grandes campeões, é dedicado e apaixonado pelo que faz. E faz bem feito. Claro que em uma competição se a equipe não mostrar parceria, por mais que um piloto tenha talento ele não consegue se destacar. A impressão que tive dos quatro campeonatos rubro-taurinos é a de que a parceria entre piloto e equipe precisa ser precisa para que o resultado final seja mais do que a vitória: seja a regularidade nas etapas e consequentemente, a conquista dos títulos.
A Fórmula 1 acrescenta mais um capítulo de uma era, que começou em 2010 e pode ser chamada de Sebastian Vettel. Ela até parece ser mais emocionante do que aquela protagonizada por Michael Schumacher. Apesar de estar longe dos sete títulos do ídolo alemão, o agora tetracampeão não chegou aos 30 anos. Para  quem não se lembra, o quarto título de Schumi foi conquistado em 2001 quando ele tinha 32 anos. Vettel está no auge da carreira e ainda tem condições de conquistar mais campeonatos e também superar recordes do ex-piloto.
Mas, fica a pergunta: se na próxima temporada a Fórmula 1 vai contar com várias mudanças no regulamento, entre elas o uso do motor turbo V6, será que vamos ter a oportunidade de ver Vettel andar forte e se manter mais uma vez à frente dos outros pilotos? Tudo vai depender do que a Red Bull e as outras equipes, principalmente aquelas que têm mais recursos financeiros para desenvolver os carros, vão fazer durante os testes da pré-temporada. Tenho a impressão de que em 2014 iremos acompanhar, pelo menos na primeira metade da temporada, uma categoria tentando se acertar dentro de uma competição que deve ser mais de resistência dos carros do que de velocidade.
Já que o campeão está definido com três etapas de antecedência, a briga agora está em quem será o vice dessa temporada. Fernando Alonso (Ferrari) tem 207 pontos, Kimi Raïkkönen (Lotus) está em terceiro com 183 pontos e em quarto aparece Lewis Hamilton (Mercedes) com 169 pontos.  A próxima etapa será o grande prêmio de Abu Dhabi, disputado no circuito de Yas Marina, no próximo final de semana. Embora o finlandês tenha vencido a prova no ano passado, a primeira desde o retorno à F1, disse que não está preocupado em ultrapassar o espanhol e conquistar o segundo lugar na temporada. “Ser segundo lugar não faz diferença nenhuma. Você não ganha nada. Tentaremos fazer o melhor a cada corrida e no final vamos ver onde terminamos”, declarou Raïkkönen.
#Rapidinhas
F1 (1) – Por não ter seguido para os boxes e decidir comemorar o título rodopiando na pista, Sebastian Vettel tomou uma advertência da FIA. De acordo com a direção de prova, “o piloto falhou em seguir diretamente ao parque fechado após a corrida, conforme detalhado nos termos do artigo 43.3 do Regulamento Esportivo da Fórmula 1. Devido às circunstâncias especiais, os fiscais aceitaram as explicações do piloto. A equipe não conseguiu instruir o piloto o suficiente para retornar diretamente ao parque fechado após a corrida.”(Desculpem, mas estou sem palavras para dizer o quanto essa Fórmula 1 anda ‘coxinha’ ultimamente…)
F1 (2) – Depois de largar na 17ª posição por conta de um erro de estratégia da equipe no treino de classificação, Romain Grosjean (Lotus) fez uma prova de recuperação e conquistou o terceiro lugar pela terceira vez seguida. A estratégia da equipe de programar apenas uma parada nos boxes foi ousada, mas no final deu certo para o francês. Para conquistar o pódio, Grosjean ainda teve que disputar posições com o companheiro de equipe Kimi Raïkkonen, que tinha pneus mais desgastados.
F1 (3) – Por muito pouco, Felipe Massa (Ferrari) não subiu no pódio. O brasileiro, que largou na quinta posição, chegou até liderar a corrida, mas depois do pitsop perdeu posições e terminou a prova em quarto lugar, repetindo os resultados do ano conquistados na Austrália e na Itália. Lembrando que o melhor resultado de Massa no ano é o terceiro lugar no GP da Espanha.
Fotos: Mark Baker/AP Photo
Twitter: @prikinder

sábado, 26 de outubro de 2013

Start your engines

É com essa frase que Mari Hulman George, a dona do Indianapolis Motorspeedway, sempre dá início a etapa da Indy500. Faltam 209 dias (seis meses e 29 dias) para a largada a 98ª edição das 500 Milhas de Indianapolis, uma das provas mais famosas e conhecidas do automobilismo mundial.E para quem não vê a hora desse dia chegar, esse vídeo ajuda a acalmar a ansiedade...

O tricampeonato de Dixon e o domínio da Ganassi

texto originalmente publicado em 23 outubro 2013 no site ElasComentam
Era madrugada de domingo no Brasil quando Scott Dixon cruzou a linha de chegada do Auto Club Speedway, em Fontana, Califórnia, em quinto lugar e conquistou o terceiro título mundial na categoria norte-americana. Na última prova da temporada, o piloto da Ganassi superou o brasileiro Helio Castroneves, da Penske, que terminou em sexto,  ficou com o vice-campeonato e adiou o sonho de alcançar o primeiro título. 
Embora tudo indicasse para dar a lógica, já que o neozelandês chegava em Fontana líder e demonstrou ter um carro bem acertado para o final de semana, Dixon perdeu posições por conta da troca de motor e largou na 17ª posição. Além disso, conseguiu sobreviver a uma corrida de resistência no oval de duas milhas, não só pelo tempo de prova, mas também porque dos 25 carros que começaram a corrida, apenas nove receberam a bandeirada final. Aos poucos ele aproveitava as bandeiras amarelas e as relargadas para fazer uma corrida de recuperação. Chegou até mesmo a liderar por cinco voltas! Mas é claro que a estratégia e a experiência da equipe foram fundamentais para lidar até mesmo com o superaquecimento do carro #9 nos momentos finais da corrida.
Até a primeira metade do campeonato muita gente disse que a Ganassi era a decepção da temporada. Até falei sobre isso no texto “Liderança ameaçada”, ao comentar a reação do time de Chip Ganassi e do motor Honda, principalmente depois dos pilotos da equipe (Scott Dixon, Charlie Kimball e Dario Franchitti) subirem ao pódio na etapa de Pocono e na sequência, Dixon vencer as provas da rodada dupla de Toronto, no Canadá.
Helio Castroneves fez um campeonato constante, mas pouco agressivo. Terminou as 19 provas da temporada (assim como o estreante Tristan Vautier, da Schmidt Peterson Motorsports), mas conquistou apenas uma vitória. Esteve 16 vezes entre os dez primeiros na classificação, sendo que só perdeu a liderança em Houston, na penúltima etapa. Enquanto isso, Dixon terminou 17 provas, conquistou quatro vitórias e esteve 12 vezes no Top 10. E em meio a tantos números, descobri que o de voltas lideradas por eles foi o mesmo: 239.
Vale registrar que Will Power, companheiro de equipe de Castroneves, venceu três vezes nesta temporada – Sonoma, Houston e Fontana – e também conquistou outra boa marca: 351 voltas em primeiro lugar. O australiano terminou o campeonato na quarta colocação com 498 pontos.
Não deve ter sido nada fácil para Castroneves ficar mais uma vez com o vice-campeonato e ainda perder o título para o mesmo rival de cinco anos atrás. É fato que ocorreram alguns erros na prova de Fontana, como o de Roger Penske (sim, o dono da equipe e estrategista) ao chamar o brasileiro para os boxes quando o pitainda estava fechado, ou ainda o problema na asa dianteira depois do toque em Charlie Kimball. Castroneves foi para o boxes e retornou uma volta atrás do líder. Tentou seguir na briga para conquistar o título, já que vinha forte e determinado a virar o jogo. Mas o problema maior mesmo tinha sido na etapa de Houston quando o carro #3 teve problemas o que permitiu a virada de Dixon. Por isso, aproveito para deixar aqui uma frase do próprio Helio que diz: “apesar de ser você quem está pilotando o carro, o automobilismo é um esforço de equipe, você não está sozinho, embora de vez em quando se sinta assim.”. E por mai sum ano a Penske não consegue sair do jejum de títulos, já que o último foi conquistado em 2006 na IRL pelo norte-americano Sam Hornish Jr.
Enquanto isso, o time do ex-piloto norte-americano Chip Ganassi mantém a hegemonia e coleciona troféus. De 2008 até agora, a equipe já conquistou cinco campeonatos, sendo dois com Dixon (2008 e 2013) e três com Franchitti (2009, 2010 e 2011). Isso sem contar outros campeões que passaram pela equipe como Jimmy Vasser (1996), Alessandro Zanardi (1997 e 1998), e Juan Pablo Montoya (1999).
No fim da temporada o que fica para quem acompanhou a IndyCar são os momentos de uma categoria que aos poucos tenta se reinventar com rodadas duplas e largadas paradas, tudo para atrair mais público. Apesar de a etapa brasileira ter atraído bastante gente e conseguido um bom nível de organização, não está no calendário para 2014. A seguir, cenas dos próximos capítulos…
Destaco, ainda, o trabalho de Tony Kanaan na KV Racing. O piloto que venceu as 500 Milhas de Indianápolis, e chegou em terceiro em Fontana, terminou o ano na 11ª posição no campeonato, mas conquistou um título: o “Fan Favorite Award” de piloto mais popular da categoria em 2013. E ano que vem, TK tem um novo desafio: ser piloto da equipe Ganassi e companheiro dos campeões Franchitti e Dixon. (Ele poderia ter ganhado o título de o melhor piloto das relargadas, mas esse a gente sugere em outra oportunidade).
E falando em prêmio, Tristan Vautier conquistou o de “Rookie of The Year” Além de ser o único novato do campeonato, ele disputou todas as etapas e levou um cheque de 50 mil dólares. Já Scott Dixon voltou para a casa com um milhão de dólares a mais no bolso e a réplica do Astor Cup, o troféu oferecido aos campeões da categoria.
#Rapidinhas
DTM: Timo Glock venceu a última etapa do DTM em Hockenheim, na Alemanha. O ex-piloto de F1 administrou o carro na pista molhada e subiu ao lugar mais alto do pódio pela primeira vez na temporada. Ao chegar na primeira colocação, o alemão ajudou a BMW a conquistar o título de construtores, superando a Audi. Augusto Farfus sofreu um toque de Timo Glock, fez uma corrida de recuperação e chegou em 11º lugar. De qualquer forma, este ano não poderia ter sido melhor para o brasileiro que venceu três corridas e terminou o campeonato em segundo lugar. O DTM retorna em maio do ano que vem e a corrida que abre a temporada também será no circuito de Hockenheim.
StockCar: Átila Abreu (Mobil Super Pioneer Racing) venceu a décima etapa da Stock Car disputada em Curitiba (PR). Depois de largar na pole, o piloto do carro #51 até chegou a perder a primeira posição, mas ao conseguir ficar mais tempo na pista e poupar os pneus, abriu vantagem na parada dos boxes e voltou na frente dos rivais. Átila encerrou o jejum de vitórias justamente na pista onde venceu a última corrida no ano passado. Completaram o pódio Thiago Camilo (Ipiranga-RCM) e Daniel Serra (Red Bull Racing), pilotos que estão em segundo e primeiro lugar na disputa pelo campeonato.
Fotos: Site oficial Scott Dixon
Twitter: @prikinder

sábado, 19 de outubro de 2013

Deus tem um plano

Falta pouco para a largada do grande prêmio de Fontana, na Califórnia, a 19ª e última etapa desta temporada da IndyCar.

Foto: Priscila Cestari/2013
Scott Dixon e Helio Castroneves podem ser campeões nesta noite (no horário de Brasília, a corrida terá início às 22 horas). O neozelandês busca o terceiro título mundial, enquanto o brasileiro corre atrás do primeiro.

Antes da decisão, quero deixar registrada a minha torcida pelo Helinho e dizer que acredito sim nessa conquista.

Porque hoje pela manhã abri o livro "O Caminho da Vitória" e logo no início, ele narra o momento anterior à vitória das 500 Milhas em 24 de maio de 2009.

Registrei esse episódio naquela época no texto Dando a volta por cima. Fiquei feliz pela conquista dele porque depois de ter sido acusado de evasão fiscal nos Estados Unidos, de ter sido preso, julgado e enfim ter sido absolvido pela justiça norte-americana, Helio conquistava a terceira vitória no Indianapolis Motor Speedway.

Coincidentemente, pensei nesse acontecimento hoje. No dia em que ele precisa, novamente, lembrar do lema do pai, seu Helio, que diz "para ser um campeão, você tem de agir como um campeão". Agarrar o volante e ter concentração. Pensar que uma corrida não se vence na primeira volta e que é preciso aguentar firme e manter o controle.

Foto: Priscila Cestari/2013
Tenho fé em Nossa Senhora Aparecida, assim como sei que você e toda a sua família tem. Quando eu conheci a cidade de Aparecida neste ano, olhei fixamente para as suas luvas que estão lá em agradecimento à vitória nas 500 Milhas e senti uma energia muito boa. Não sei se teve a ver ou não, mas naquele dia você venceu no Texas.

Então, deixo aqui minha homenagem e minha torcida para que esse campeonato venha depois de nove anos do nosso jejum... lembra que o Tony Kanaan foi campeão no oval de Fontana em 2004? Por que você não pode repetir essa dose e fazer desse um circuito que dá sorte aos brasileiros?

Foto: Amauri Biarge/2011

Deus tem um plano.

E seja qual for esse plano hoje, Helio, estarei com os melhores e maiores pensamentos para você. Lembrando do seu sorriso nas vezes que nos encontramos e claro, mandando todas as melhores energias para que tudo dê certo no final.

Boa sorte, campeão!

"É preciso manter o controle e sempre acreditar em si mesmo. E, lembre-se, se houver problemas - e haverá - é porque existe uma solução para eles". (Helio Castroneves)

Mais uma vez

Texto originalmente publicado em 17 de outubro 2013 no site #ElasComentam 

Sebastian Vettel venceu. De novo. Pela quinta vez seguida na temporada.
Mas, conquistar a quarta vitória no grande prêmio de Suzuka, no Japão, não foi uma tarefa das mais fáceis. Primeiro, porque quem largou na frente foi o companheiro de equipe Mark Webber. Depois, o tricampeão perdeu a segunda posição na largada para o francês Romain Grosjean, da Lotus. E ainda se envolveu em um toque com Lewis Hamilton (Mercedes), que poderia ter danificado a asa dianteira da Red Bull. Mas, sorte de campeão é sorte de campeão e ninguém discute. Por isso, o jovem de Heppenheim seguiu em frente até alcançar, no final das 53 voltas, a 35ª vitória da carreira e a nona nesta temporada.
Vettel tinha chances de conquistar o tetra em solo nipônico, no mesmo circuito em que conseguiu o bicampeonato em 2011. E Suzuka também é famoso por ser o autódromo que mais assistiu a decisões de títulos. Segundo o jornalista Reginaldo Leme, foram onze vezes em 24 disputas, e entre elas estão os três títulos de Ayrton Senna (1988, 1990 e 1991) e o título de Nelson Piquet, em 1987.
Só que o vice-líder Fernando Alonso chegou em quarto lugar e adiou a festa do piloto  alemão. Faltando quatro provas para o final da temporada, a diferença entre os pilotos é de 90 pontos. Mesmo que o espanhol vença a próxima etapa no circuito de Buddh, na Índia, Vettel pode chegar em quinto lugar para conquistar o título antecipadamente e entrar para o seleto time em que já estão Juan Manuel Fangio, Alain Prost e Michael Schumacher.
A corrida até que foi movimentada com disputas de posições, mas o destaque da vez foi para Roman Grosejan. Até cheguei a acreditar que o francês quebraria a sequência de vitórias de Vettel, afinal na largada pulou da quarta para a primeira posição e liderou boa parte da corrida. Mas o desgaste dos pneus na segunda parte da prova, somada a estratégia da equipe rubro-taurina que levou Vettel a fazer duas paradas e a Webber três, deu à Lotus o terceiro lugar. De qualquer maneira, é bom lembrar que só na penúltima volta Webber ultrapassou Grosjean e assumiu o segundo lugar. E que Vettel só conseguiu assumir a posição do francês faltando 12 voltas para o final da prova. Na estratégia da equipe, Webber fez uma nova parada e Vettel assumiu a liderança.
Pelo o que parece, Grosejan conseguiu se livrar do apelido de “o maluco da primeira volta”, dado por Mark Webber em Suzuka no ano passado. Para quem não se lembra, o piloto da Lotus provocou um acidente com o australiano na largada do GP do Japão, um dos vários no histórico dele na temporada de 2012. Naquele ano, o francês também chegou a ser suspenso por uma corrida depois de provocar um acidente na largada de Spa-Francorchamps. Assim, o campeão da temporada de 2011 da GP2 mostra que deixou a ansiedade de lado, tem se mostrado mais maduro e prudente a cada prova. Porque ele é veloz e pode, em pouco tempo, conquistar mais espaço – e respeito – dentro do automobilismo mundial.
E assim como Sebastian Vettel, a Red Bull está próxima de mais um título. A equipe chegou aos 445 pontos e lidera o mundial de construtores, com uma vantagem de 148 pontos para a Ferrari, a segunda colocada com 297 pontos. E se quiser conquistar o vice, o time de Maranello precisa se empenhar bastante nas próximas provas, já que logo atrás estão a Mercedes (287) e Lotus (264).
#Rapidinhas
IndyCar: A decisão do título mundial acontece neste sábado (19) no circuito oval de Fontana, na Califórnia. O neozelandês Scott Dixon (Ganassi) busca o tricampeonato enquanto o brasileiro Helio Castroneves (Penske) tenta o título inédito na categoria. A disputa se parece com a de 2008 quando os dois pilotos também chegaram na última corrida em Chicago decidindo o campeonato. Castroneves venceu depois de largar em último, mas Dixon chegou em segundo lugar e garantiu o bicampeonato. O que resta é torcer para que vença o melhor. Mas é claro que a gente torce mesmo é que dê Brasil no final desta temporada.
Stock Car: Além das pistas da Nascar e da Indy, chegou a vez da Stock Car fazer parte do “Outubro Rosa”, campanha mundial de combate ao câncer de mama. Na 10ª etapa, que será disputada neste final de semana no autódromo internacional de Curitiba (PR), Rubens Barrichello vai trocar a tradicional pintura verde da equipe Full Time pela cor rosa. A corrida também marca o primeiro ano da estreia do piloto paulista na categoria.
DTM: A temporada do DTM (Campeonato de Turismo Alemão) termina neste domingo (20) com a etapa de Hockenheim. Apesar de o título de pilotos ter ficado nas mãos de Mike Rockenfeller e o vice com Augusto Farfus, o brasileiro quer ajudar a equipe a conquistar o título de construtores. A briga está entre Audi, de Rockenfeller, e a BMW, de Farfus. A diferença é de apenas oito pontos: 325 da Audi contra 317 pontos da BMW. A Mercedes, terceira colocada com 239 pontos, não tem mais chances de estar nessa briga.
Fórmula Truck: Régis Boessio (ABF Desenvolvimento Team) conquistou a vitória na 8ª etapa do campeonato brasileiro de F-Truck, disputada no Autódromo Internacional Dr. Nelson Luiz Barro, em Guaporé (RS), no último domingo. O piloto da casa superou Felipe Giaffone, Beto Monteiro e Djalma Fogaça nas voltas finais para assegurar a segunda vitória na temporada e fazer a alegria da torcida, já que Boessio é o único piloto gaúcho da Truck. Com os resultados de Guaporé, Monteiro segue na liderança com 126 pontos, 28 pontos a mais frente de Boessio, segundo colocado e que está empatado com Geraldo Piquet. Leandro Totti, com 90 pontos, é o quarto, seguido por Felipe Giaffone, com 85 pontos. A penúltima etapa da F-Truck acontece no dia 10 de novembro, em Curitiba.
Foto: Mark Thompson/Getty Images
Twitter: @prikinder

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A hora da virada

texto originalmente publicado em 08 de outubro 2013 no #ElasComentam

Helio Castroneves começou o último final de semana como líder do campeonato da Indycar e com 49 pontos de diferença para o segundo colocado, o neozelandês Scott Dixon. Mas a rodada dupla disputada em Houston, no Texas, mudou os rumos dessa história e acrescenta mais emoção nessa reta final. Pelo oitavo ano consecutivo, o campeão da temporada vai ser conhecido apenas na última etapa, desta vez no circuito oval de Fontana, na Califórnia.
Na primeira corrida no Reliant Park, disputada no sábado, o brasileiro largou na 21ª posição e com problemas no câmbio, terminou a prova em 18º lugar. Já o piloto da equipe Ganassi largou em segundo e conquistou a vitória em Houston, a quarta dele na temporada. Com o primeiro lugar, Dixon diminuiu a diferença para Castroneves para oito pontos.
A esperança era de que no domingo as coisas fossem diferentes. Pela manhã, uma forte chuva impediu a classificação para a segunda prova e o treino que decidiria a ordem dos pilotos no grid foi cancelado. A direção de prova decidiu que os pilotos largariam confirme a classificação no campeonato, e pelo regulamento, valeria a ordem depois do fim da rodada anterior, ou seja, a etapa de Baltimore, e não a primeira corrida de Houston. Assim, Castroneves e Dixon largaram na primeira fila.
A alegria de sair na frente durou pouco para o carro #3: na 11ª volta, Helio voltou a ter problemas na caixa de câmbio. Foi para os boxes, esperou várias voltas até o carro ser consertado, retornou à pista e conseguiu terminar a prova na 23ª colocação. Dixon liderava a corrida quando Will Power, companheiro de equipe de Castroneves, aproveitou a relargada depois de uma bandeira amarela e ultrapassou o piloto da Ganassi. A vitória do australiano (a segunda dele do ano) impediu que Dixon disparasse no campeonato e garantiu que a diferença entre o brasileiro e o neozelandês ficasse em 25 pontos.
Para a etapa decisiva que será disputada no dia 19 de outubro, no circuito oval de Fontana, o neozelandês agora é o favorito para conquistar o terceiro título. Estão em jogo 53 pontos, mas, para que esse quadro se reverta e a Indy tenha um campeão inédito, Helio precisa vencer a prova e torcer para que Dixon termine a corrida acima do oitavo lugar. É o momento do tudo ou nada. E que vença o melhor!
Ao voltar cinco anos no “túnel do tempo”, encontrei várias coincidências: a disputa do título aconteceu entre os mesmos pilotos e o campeonato também foi decidido em um circuito oval, mas o de Chicago (Chicagoland Speedway). Para quem não se lembra, nas últimas voltas os carros de Castroneves e Dixon ficaram lado a lado. O brasileiro cruzou a linha de chegada com 0s003 a frente, mas nem mesmo a vitória foi suficiente para impedir que o neozelandês, com o segundo lugar, conquistasse o bicampeonato.
Nos circuitos ovais nesta temporada (Indianapolis, Texas, Milwaukee e Iowa), o tricampeão das 500 Milhas terminou na frente de Dixon em todos, inclusive conquistou a única vitória até aqui no Texas Motor Speedway. Mas o piloto do carro #9 está na frente em outro ranking: tem quatro vitórias e liderou, até a 18ª etapa, um total de 254 voltas, contra 212 voltas de Castroneves.Essa decisão vai ser muito acirrada. Apesar de o campeonato ter sido equilibrado, Penske e Ganassi mostraram que continuam fortes. Para quem, no início da temporada, não acreditava que o time de Chip Ganassi, mesmo com dois campeões mundiais e vencedores das 500 Milhas, pudesse reagir, chegamos à reta final com a certeza de que todo jogo pode ser revertido.
#Rapidinhas
Acidente em Houston: A segunda corrida foi marcada por um acidente na última volta entre Dario Franchitti e Takuma Sato. Ao tentar ultrapassar Sato, Franchitti acabou acertando a traseira do carro do japonês, decolou e bateu contra o alambrado. Com o impacto, vários pedaços do carro #10 voaram em direção aos torcedores que estavam nas arquibancadas. Segundo a organização da prova, 13 pessoas ficaram feridas, mas sem gravidade. Dario Franchitti foi imobilizado pelos médicos e teve de ser transferido para o Memorial Hermann Hospital, em Houston. Ele sofreu uma fratura no tornozelo direito e em duas vértebras, além de ter levado uma pancada na cabeça. Pelo twitter, o escocês tranquilizou os fãs agradecendo a todos pelas mensagens. A última atualização do boletim médico informou que Franchitti passou por cirurgia para estabilizar a fratura e ele vai ficar mais alguns dias no hospital. Ainda nesta semana o piloto deve ser transferido para Indianápolis para novas avaliações.
Fórmula 1: O caminho para Sebastian Vettel se tornar o piloto mais jovem a conquistar o tetracampeonato de Fórmula 1 está livre. E com os adversários cada vez mais distantes. Na madrugada de sábado para domingo, o alemão venceu o GP da Coreia do Sul, em Yeongam. Essa foi a oitava vitória na temporada e a quarta consecutiva. Agora, o piloto da Red Bull tem 272 pontos contra 195 pontos do segundo colocado Fernando Alonso, que chegou em sexto lugar. Completaram o pódio os carros da Lotus: Kimi Raikkonen e Roman Grosjean. Felipe Massa rodou na primeira volta e fez uma corrida de recuperação, terminando a prova em nono lugar. A vantagem de 77 pontos pode dar a Vettel o título no próximo domingo em Suzuka, no Japão. Se o alemão vencer, precisa torcer para que o espanhol termine a prova em no máximo na oitava colocação para garantir o título. Em 2011 Vettel conquistou o bicampeonato no Japão, com quatro corridas de antecedência.
Tony Kanaan em nova equipe para 2014: 
O mistério chegou ao fim. Campeão das 500 Milhas deste ano, Tony Kanaan vai correr pela equipe Ganassi na temporada do ano que vem. O brasileiro estará no quarto carro da equipe de Chip Ganassi, um dos mais vencedores da história da Indy. Kanaan volta a ser companheiro do amigo, o escocês Dario Franchitti (tetracampeão), além do neozelandês Scott Dixon (bicampeão) e do norte-americano Charlie Kimball. Esta é a sexta equipe que TK faz parte em 16 anos correndo nos Estados Unidos e já passou pelas equipes Tasman, Forsythe, MoNunn, Andretti e a atual KV. Curiosidade: em 15 temporadas da Indycar, Kanaan é o recordista no número de largadas (273), tem 16 vitórias, 15 poles e liderou 3.336 voltas. Além de ser o campeão da temporada de 2004.

Fotos: David Phillip/AP
Twitter: @prikinder

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Acabou o mistério

Tony Kanaan, campeão das 500 Milhas deste ano, vai ser o quarto piloto da Ganassi em 2014. O brasileiro vai correr ao lado do escocês Dario Franchitti (de quem já foi parceiro na Andretti), do neozelandês Scott Dixon e do norte-americano Charlie Kimball.

O anúncio foi feito depois do primeiro treino na última sexta-feira em Houston, no Texas.

Boa sorte!!!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Augusto Farfus é vice-campeão no DTM

texto originalmente publicado em 01 de outubro 2013 no site #ElasComentam
Augusto Farfus Junior é o primeiro piloto brasileiro a disputar um dos campeonatos mais conhecidos no mundo, o alemão de turismo conhecido como DTM (Deustche Tourenwagen Masters). E no último fim de semana no circuito de Zandvoort, na Holanda, o curitibano que disputa a temporada pela equipe BMW conquistou mais uma vitória, a terceira deste ano e de número #50 da montadora alemã. Além de estar pela quarta vez seguida no pódio.
Apesar da vitória, Farfus não conseguiu evitar o título por antecipação do alemão Mike Rockenfeller, da equipe Audi, que ficou em segundo lugar na corrida. Com esse resultado o brasileiro já garantiu o vice-campeonato, porque faltando apenas uma etapa, a de Hockenheim no dia 20 de outubro, o terceiro colocado Christian Vietoris (Mercedes) não pode mais alcançar Farfus. O piloto da BMW era o único que poderia adiar para a última etapa a decisão do título de Rocky, de 29 anos e que tem entre outras conquistas no currículo a vitória das 24 Horas de Le Mans de 2010.
Além da corrida na Holanda, Augusto Farfus venceu duas corridas na temporada: a de Hockenheim, na abertura do campeonato, e em Oschersleben, na oitava etapa. Foi nesta prova que ele entrou de vez na briga pelo título e deixou o nome do Brasil em destaque no campeonato alemão. Infelizmente em algumas provas o carro de Farfus se mostrou muito irregular e por isso, os pontos não conquistados fizeram a diferença nessa reta final
Para quem não conhece o DTM, a categoria alemã se parece com a da Stock Car no Brasil. Para muitos é considerada a principal de carros de turismo no mundo. Atualmente Audi, BMW e Mercedes-Benz participam do campeonato. No Brasil, o espaço dado ao DTM é pequeno e quem quer assistir a transmissão das provas pode acompanhar pelo canal BandSports. Na Alemanha, o campeonato é muito popular, transmitido pelo principal canal do país, ao vivo e em todas as etapas, com arquibancadas sempre lotadas. E o melhor de tudo é que o hino do vencedor é cantado ao vivo na cerimônia do pódio. De arrepiar!
Mas, afinal, quem é Augusto Farfus Junior?
Aos 30 anos ele já coleciona muitas vitórias. A primeira, aos seis anos, na categoria de mini-motos em Curitiba (PR). Dali vieram o primeiro apelido (o menino da moto mágica) e o primeiro título, que se somou, mais tarde, aos mais de 10 nacionais e internacionais conquistados por esse curitibano.
Em 1992, Farfus foi para o kart e o bom desempenho o levou para disputar campeonatos na Europa. No ano 2000 foi para a Itália e passou do kart aos monopostos. Conquistou em 2002 o título de Campeão Europeu de Fórmula Renault. Com a taça nas mãos, em 2003, veio o convite para disputar o Campeonato de Fórmula 3000 Europeia como primeiro piloto da equipe Draco. E, mais uma vez, conquistou o título, só que nesse ano com duas corridas de antecedência.
Entre 2004 e 2011, Farfus disputou o campeonato mundial de carros de turismo (WTCC). Primeiro passou pela Alfa Romeo, mas desde 2007 é piloto oficial da equipe BMW. No ano passado, o brasileiro conquistou o 6º lugar no DTM e foi considerado o melhor estreante do ano com uma vitória (Valência/Espanha) e duas poles positions.  Já na segunda corrida no campeonato se tornou o primeiro piloto brasileiro a conquistar um troféu na categoria alemã.
Para mim, além de ser um brasileiro que já tem o nome na história do automobilismo mundial, Farfus é o piloto com quem descobri a emoção de acompanhar uma corrida do DTM. Depois de assistir a primeira vitória dele nesta temporada, não parei mais de torcer e acompanhar as disputas do campeonato alemão. Também me emocionei a cada vez que ele subiu ao pódio.
E quem quiser conhecer um lado divertido desse brasileiro, deixo uma dica. No ano passado circulou na internet um vídeo em que Augusto Farfus levou a esposa Liri para dar uma volta com um carro esportivo na pista de Nürburgring, num desafiador traçado de quase 23 km.
O vídeo revelou o apelido “Ninho” (ou seria Ninhooooooo!!!) para o mundo. Confira:
crédito da foto: DTM (Divulgação)
#Rapidinhas
IndyCar: Helio Castroneves pode conquistar o primeiro título na Fórmula Indy durante a rodada dupla em Houston (EUA, que será disputada neste sábado e domingo. Na liderança do campeonato, o piloto da Penske tem 501 pontos contra 452 do neozelandês Scott Dixon, da Ganassi. Faltando três corridas para o fim da temporada, ele pode levar o título no final de semana se deixar a diferença para a vice-liderança em no mínimo 54 pontos, já que a última prova será no circuito de Fontana, na Califórnia. Caso vença as duas provas, Helio confirmaria o título sem depender de nenhum outro resultado. Vamos torcer!
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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Cada vez mais perto do tetra

Texto originalmente publicado em 24 setembro 2013 em #ElasComentam
O final de semana em Cingapura não foi diferente dos últimos que acompanhamos na Fórmula 1. Sebastian Vettel largou na frente pela 41ª vez na carreira, liderou toda a corrida e venceu, assim como fez em 2012 e 2011 na prova noturna do circuito de Marina Bay. Além disso, o piloto da Red Bull alcançou o que chamamos de Grand Chelem: pole position, volta mais rápida e a vitória de ponta a ponta.
Ao conquistar a 33ª vitória da carreira, o alemão ultrapassa Fernando Alonso como quarto piloto que mais venceu na F1. Se pensarmos em pilotos em atividade, Vettel ainda tem muitas chances de aumentar esse número já que tem apenas 26 anos e está na Red Bull com três títulos mundiais (e mais um a caminho). Enquanto Alonso, 32 anos, segue na Ferrari e com dois títulos, sendo o último deles conquistado em 2006 pela Renault.
Depois de 13 provas, Vettel subiu ao pódio (incluindo a corrida de Cingapura) em dez corridas, sendo sete delas em primeiro lugar. Ele não terminou apenas a etapa da Inglaterra, quando o carro da Red Bull quebrou faltando dez voltas para o final. Já Fernando Alonso foi sete vezes ao pódio e conquistou apenas duas vitórias. Assim como Vettel, o espanhol não completou uma prova, a da Malasia, quando logo depois da largada teve a asa dianteira danificada por um toque com o carro da Red Bull e foi parar na caixa de brita.
Apesar do tricampeão estar praticamente com a mão na taça deste ano, e de Cingapura ter sido a corrida mais sonolenta da temporada, a etapa do fim de semana merece dois destaques: Fernando Alonso e Kimi Räikkönen. Os campeões mundiais – que no próximo ano serão companheiros na equipe de Maranello – completaram o pódio depois de fazer uma corridaça: largaram em 7º e em 13º e terminaram a prova 2º e em 3º lugares respectivamente. Embora Alonso saiba que a diferença de 60 pontos para Vettel fique cada vez mais longe de ser reduzida é impressionante como o espanhol mostra garra e determinação a cada corrida.
E ainda falando de Alonso, o espanhol protagonizou uma cena curiosa no final da prova ao dar carona para o colega Mark Webber. O australiano abandonou na última volta e o espanhol o levou para os boxes a bordo da Ferrari. Mas o gesto rendeu advertência aos pilotos. Alonso levou um puxãozinho de orelha por “dirigir o carro de maneira que possa ser considerado potencialmente perigoso para outros pilotos ou qualquer pessoa”. Mas Webber, que já tinha sido advertido outras vezes (por bater em Nico Rosberg no GP do Bahrein e ignorar bandeiras amarelas no GP do Canadá) foi punido com a perda de dez posições no grid de largada do GP da Coreia do Sul, a próxima etapa do campeonato. Segundo a organização da prova, o australiano violou o regulamento ao “entrar na pista sem permissão dos responsáveis entre a volta de apresentação e momento que o último carro ainda estiver no parque fechado”.
A cena, sem dúvida, levou os telespectadores a uma viagem no tempo: GP da Inglaterra, 1991, quando Ayrton Senna pegou uma carona na Williams de Nigel Mansell. O brasileiro ficou sem combustível depois da bandeirada e o inglês, que tinha acabado de vencer a prova, levou Senna até os boxes.
Bons tempos em que a categoria não era tão rigorosa com seus pilotos.
#Rapidinhas
FIAWEC – Bruno Senna conquistou a segunda vitória na temporada do Campeonato Mundial de Endurance no final de semana no Circuito das Américas, em Austin, nos Estados Unidos. Depois de não terminar as provas de Le Mans e Interlagos, o piloto brasileiro fez uma boa corrida e, ao lado do francês Fredéric Makowieck conquistou a vitória com o carro #99 da equipe Aston Martin na categoria GTE-PRO.
GP2 – Em Cingapura, Felipe Nasr ficou bem perto da primeira vitória na temporada. Na primeira corrida no sábado, o brasileiro liderava quando, faltando quatro voltas para o final foi ultrapassado por Jolyon Palmer, companheiro da equipe Carlin. Já no domingo, Nasr terminou na 16ª posição e faltando duas provas para o fim do campeonato, dá adeus à disputa pelo campeonato que agora está entre o britânico Sam Bird e o suíço Fabio Leimer.
Crédito das fotos: AFP
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domingo, 22 de setembro de 2013

Um kart. Uma história

Desde que acompanho a Fórmula Indy e a carreira de Dario Franchitti, tenho a certeza de que ele é um dos grandes caras que escreveu com louvor a história no automobilismo. O escocês tem quatro títulos mundiais e três vitórias nas 500 Milhas de Indianápolis. 

Mas uma parte anterior a essa história está no vídeo que foi publicado em maio deste ano. Conta a história do primeiro kart de Dario. Como foi comprado, vendido e depois restaurado pelo pai, George Franchitti. 

O melhor disso é a reação dele quando revê o antigo carrinho... fico emocionada todas as vezes que vejo essa cena. Confiram:

Levantou poeira

texto publicado originalmente em 14 de agosto 2013 no site #ElasComentam

A sétima etapa da Stock Car disputada em Ribeirão Preto durante o fim de semana poderia ter tido facilmente uma trilha sonora: “Poeira”, de Sergio Reis. Resgatando algumas raízes do interior paulista, lembrei-me de que a música fala de um carro de boi que vai levantando poeira, poeira vermelha no sertão. No caso do automobilismo quem levantou muita poeira vermelha, mas no asfalto e com carro de turismo, foi Thiago Camilo (Ipiranga-RCM). Depois da largada ele passou de quinto para o terceiro lugar e com as ultrapassagens sobre Átila Abreu (Mobil Super Pioneer Racing) e Max Wilson (Eurofarma RC) nas voltas finais, o piloto do carro #21 conquistou a primeira vitória do ano e a 14ª na carreira.
Apesar de a corrida ser disputada em Ribeirão Preto pela quarta vez, o traçado agora é outro. A pista deixou de ser do lado do Mercadão, na zona sul, e foi para o Distrito Industrial, zona norte da cidade. A mudança fez diferença: como as ruas do novo circuito eram mais largas, foi possível acompanhar várias ultrapassagens e disputas por posições. Nas provas anteriores isso praticamente não existia porque a pista era estreita e sair nas primeiras filas era o que costumava garantir um bom resultado.
E falando em novidades, quem também era a atração da prova de Ribeirão era o “Pé Vermelho”(*) das pistas, Helio Castroneves. Apesar da maioria das pessoas acharem que ele é nativo da Califórnia Brasileira, ele nasceu em São Paulo. Com dois anos de idade, foi com a família para a cidade localizada no centro do estado. Viveu lá até 1995 quando se mudou para a Inglaterra, para disputar a Fórmula 3 Britânica. Seu Helio e dona Sandra vivem em Ribeirão Preto até hoje.
Mas, quiseram os deuses da velocidade (sim, sempre eles) que o piloto da Penske, líder do campeonato da Fórmula Indy, não disputasse a corrida em casa. Na sexta-feira anterior à prova, a bordo do carro da equipe Shell Racing/A. Mattheis Motorsport, Castroneves participava de um treino extra, justamente por ser convidado da categoria. Na reta, a 180 km/h, ficou sem freios, bateu no muro paralelo à pista e depois na barreira de proteção a 101 km/h. (Muro esse que, segundo a assessoria de imprensa do piloto, ele tinha apontado na quinta-feira como um ponto perigoso na pista.). O resultado: três pontos na canela, dores musculares e o veto do diretor médico da categoria, Dino Altmann.
Há quem diga que o problema com Castroneves foi muito ruim para a imagem da Stock Car. E que para ele correr na categoria, disputando um campeonato internacional, era um risco. Mas, mesmo com o acidente e fora da prova do domingo, todo mundo só falava dele e se tornou o centro das atenções. No final das contas, Helio assistiu a corrida na cabine de transmissão da TV Globo e ficou na função de comentarista convidado, ao lado de Sérgio Mauricio e Reginaldo Leme. E não é que ele até se saiu bem!?
A ideia de trazer pilotos internacionais para disputar campeonatos no Brasil sempre chama a atenção da mídia (e do público) e deveria ser melhor aproveitada. Isso me faz lembrar o final do ano passado com a Corrida do Milhão, em Interlagos. Assim como em Ribeirão Preto, os ingressos se esgotaram rapidamente porque na pista também estavam três pilotos que disputaram o campeonato da Indy em 2012: Helio Castroneves, Rubens Barrichello e Tony Kanaan. Todo mundo queria vê-los, estar perto e guardar uma lembrança. E isso sempre atrai muita gente para os autódromos.
A vitória em Ribeirão Preto levou Thiago Camilo ao terceiro lugar no campeonato, com 112 pontos. O novo líder é Cacá Bueno (Red Bull Racing) com 124 pontos, e Ricardo Maurício (Eurofarma RC), ocupa o segundo lugar, com 123 pontos. Faltando cinco provas para o fim da temporada, a briga pelo título está cada vez mais acirrada. A próxima etapa será disputada em Cascavel, no Paraná, no dia 01 de setembro.
Fotos: Duda Bairros/Stock Car
(*) “Pé Vermelho” ou “Caipira” significa que a pessoa é do interior dos estados de São Paulo, Paraná ou Goiás. No livro “O Caminho da Vitória” (Ed. Gaia, 2011), Helio Castroneves conta que em São Paulo, aos 12 anos, treinava com cerca de vinte pilotos da mesma idade, entre eles Tony Kanaan, Felipe Giaffone, Bruno Junqueira, Rodrigo Casarini e Enrique Bernoldi. Eles o chamavam de Caipira ou de Pé Vermelho, por causa da terra vermelha de Ribeirão Preto. “Eu fazia de tudo para provar a eles que, mesmo sendo um Pé Vermelho, era um Pé Vermelho bom”. (Acho que ele conseguiu!)
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Vitórias especiais: disciplina e equilíbrio


texto originalmente publicado em 08 de agosto 2013 no site #ElasComentam

A temporada 2013 da Fórmula Truck é uma das mais equilibradas dos últimos tempos: depois de seis etapas, os seis primeiros colocados no campeonato estão separados por apenas seis pontos.

Coincidência ou não, o número seis também está presente em outra marca, a de vencedores: Wellington Cirino/ABF Mercedes-Benz (Tarumã), Paulo Salustiano/ABF Racing Team (Londrina), Régis Boessio/Boessio Competições (Caruaru), Geraldo Piquet/ABF Mercedes-Benz (Goiânia), Beto Monteiro/Scuderia Iveco (Interlagos) e no final de semana, Felipe Giaffone/RM Competições (Cascavel). A vitória do tricampeão brasileiro (2007, 2009 e 2011) e campeão sul-americano (2011), somada ao abandono dos pilotos que ocupavam as três primeiras posições no campeonato (Piquet, Totti e Cirino), deixou ainda mais acirrada a disputa pelo título deste ano.

Apesar de Giaffone ter subido pela 17ª vez no lugar mais alto do pódio no Grande Prêmio Aurélio Batista Félix (idealizador da Fórmula Truck), dessa vez a vitória teve um gostinho especial: foi a primeira dele com o MAM TGX, da RM Competições. O caminhão estreou nas pistas no início da temporada e ganha cada vez mais espaço na categoria. No sábado, ele fez a pole position e bateu o recorde da pista. No domingo, aproveitou a vantagem de largar na frente e dominou a corrida praticamente de ponta a ponta.

Aos 38 anos, o piloto paulista mais parecia um menino ao celebrar a primeira colocação. Giaffone saiu do caminhão, subiu no teto da cabine, apoiou os antebraços e ficou de ponta cabeça. Deu tempo, ainda, de ver um sorriso largo que mostrava a alegria daquele momento especial. Mas bateu a curiosidade: afinal, o que significava aquela postura?

Primeiro pensei se aquela posição faria parte dos treinamentos que Felipe realiza no jiu-jístu… Ele é faixa preta e pratica a arte marcial há 20 anos, quando morava nos Estados Unidos. Mas foi a partir de 2007 que passou a se dedicar mais ao esporte que o ajuda na preparação de corpo e mente para se manter bem durante as provas. A disciplina traz o equilíbrio e contribui para bons resultados.

Mas também me lembrei das aulas da ioga. Foi aí que procurei ajuda e consultei uma especialista no assunto, minha amiga Thays Biasetti. Ela viu a foto e disse que ele estava em Pincha Mayurasana – ou postura da cauda do pavão. Entre os benefícios da posição, está o fortalecimento dos músculos das costas e dos ombros, além do alongamento dos músculos abdominais. A postura também aumenta o ânimo, melhora o senso de equilíbrio e acalma o cérebro. Mas ela deixa um alerta: as pessoas com tensão e dores nos ombros e pescoço devem tomar cuidado ao praticar essa postura. (Eu acrescento: não tente fazer essa posição quando estiver sozinho em casa e muito menos faça sem a supervisão de um professor de ioga. #Informei)

Para quem não se lembra, além de fazer parte da mais numerosa família de pilotos do automobilismo brasileiro, Giaffone começou a correr de kart aos 13 anos, disputou outras categorias e chegou, em 2001, na Indy Racing League (IRL) onde conquistou uma vitória no ano seguinte e ficou até 2006, somando 61 grandes prêmios.

E falando em Indy, o fim de semana em Mid-Ohio continuou sendo dominado pela equipe de Chip Ganassi. Dessa vez, Charlie Kimball aproveitou de uma boa estratégia e da oportunidade conquistada na pista para alcançar a primeira vitória na carreira e a quarta seguida da Ganassi na temporada.

Além dessa vitória, o americano também vence outra batalha: é o primeiro diabético a correr na Indy. Kimball tem Diabetes Tipo 1 e precisa tomar insulina diariamente. Quando descobriu a doença em 2007 chegou a pensar que nunca mais poderia correr. Mas o problema foi resolvido quando passou a disputar as provas com um dispositivo colado ao corpo que manda informações para o monitor de glicemia, no volante do carro. Ao contrário dos pilotos que bebem isotônico durante a corrida, Kimball carrega suco de laranja e toma quando a glicose está baixa. Se ele não tiver uma boa disciplina, o equilíbrio não funciona…

O piloto da “insulina aditivada” (o apelido foi dado carinhosamente por mim, desculpe Kimball se você não gostar) também mostrou que é bom de braço: durante boa parte da corrida travou um duelo com Simon Pagenaud (Schmidt Hamilton). O francês liderava a prova, mas foi ultrapassado pelo retardatário Ernesto Viso (Andretti Autosport). Foi aí que o piloto do carro #83 aproveitou a brecha e tomou a primeira posição de Pagenaud.

Na onda das estatísticas, não podemos esquecer que Kimball foi segundo na última corrida e venceu em Mid-Ohio. Então, se Ganassi continuar nesse ritmo, Dario Franchitti que conquistou o terceiro lugar no fim de semana, será o segundo na próxima prova em Sonoma (Califórnia, dia 25 de agosto) e venceria na etapa de Baltmore (Maryland, dia 01 de setembro.. oh não, é o mesmo dia das 6 Horas de São Paulo. Meu coração não aguentaria tantas emoções no mesmo dia!). Previsões à parte, o escocês está em sexto no campeonato com 342 pontos.

Já Helio Castroneves comemorou como uma vitória o sexto lugar em Mid Ohio e segue na liderança da Indy. O brasileiro largou na 14ª posição e além de contar com uma estratégia acertada da Penske, precisou ser mais agressivo durante a prova. Principalmente nas voltas finais, quando conseguiu segurar o vice-líder do campeonato, o neozelandês Scott Dixon (Ganassi), que terminou a prova em sétimo. Faltando cinco provas para o fim do campeonato, Castroneves tem 453 pontos e Dixon, 422 pontos. Tony Kanaan, infelizmente, não teve um bom fim de semana: problemas em um dos pneus depois do último pit stop fez o piloto da KV Racing abandonar a corrida.

Fotos:
Divulgação Fórmula Truck/Orlei Silva (Felipe Giaffone)
Michael L. Levitt/Lat Photo USA (Charlie Kimball)

Twitter: @prikinder

Turbo: um caracol acelerado

texto publicado originalmente em 23 de julho 2013 no site #ElasComentam

Turbo poderia ser mais uma história criada para divertir as férias da molecada ou mesmo uma animação sobre carros de corrida. Mas a ideia de um caracol sonhar em ser veloz e disputar as 500 Milhas de Indianápolis é bem curiosa.

A proposta do filme foi do diretor e co-roteirista David Soren, baseada na obsessão do filho pequeno com “todas as coisas rápidas e caramujos no quintal”. Ele uniu a lentidão à velocidade como principal argumento e levou o desafio para os estúdios da DreamWorks. A animação teve até consultoria de pilotos da IndyCar e agora está em cartaz em todo o país.
De dia, Theo trabalha no canteiro de tomates com outros caracóis. À noite, assiste as corridas da Indy 500 e se inspira no piloto francês Guy Champeón (ou Guy Gagne, na versão original), pentacampeão em Indianápolis, para realizar um sonho: ser o mais rápido e vencer a prova no oval mais conhecido do mundo.
Mas como isso poderia acontecer se Theo é só um caracol de jardim?
Como “nenhum sonho é grande demais, nenhum sonhador é pequeno demais”, depois de um acidente, a vida lenta do pequeno molusco ganha velocidade e ele se transforma em “Turbo”. E eu não vou contar mais sobre a história porque espero que você vá ao cinema, com ou sem crianças, curtir um filme que é bem divertido para quem gosta ou não de velocidade.
Assisti duas vezes ao filme* e notei que Turbo agrada aos pequenos e conquista quem é fã de corridas. Até porque a DreamWorks teve a preocupação de reproduzir com muita fidelidade as cenas no circuito da Indy 500. Deve ter sido um grande desafio transmitir ao espectador, por exemplo, a emoção de acompanhar um pequeno caracol no meio dos carros em alta velocidade. No cinema, alguns pais – que não sei dizer se eram ou não apaixonados ou não por automobilismo – até se empolgaram, mais do que os filhos, nas cenas que se passam dentro do Indianapolis Motor Speedway.
Para criar esse mundo de ilusões bem próximo ao real, os animadores tiveram de saber muitas informações sobre os carros e a corrida: como os pilotos pensavam, sentiam e agiam durante a prova. Foi aí que os veteranos Dario Franchitti e Tony Kanaan entraram na história para dar um apoio na produção do filme. Além do escocês, os pilotos Will Power (Penske) e o campeão da Indy500 em 1969, Mario Andretti, emprestaram suas vozes para a animação.
Eu que sonho um dia conhecer Indianápolis, tive a impressão de estar lá na maioria das vezes. (Tá bom, sou suspeita porque adoro corridas, mas o 3D ajuda muito se sentir mais próximo daquela “realidade”.) Isso rendeu arrepios e emoções mesmo sendo apenas um filme voltado para o público infantil… Um público que, ao simpatizar com um caracolzinho, pode encontrar em Turbo uma inspiração para gostar dos carros da Indy.
Veja mais sobre o filme Turbo:
 
E em dezembro, o canal de vídeo online Netflix em parceria com a DreamWorks vai lançar a série “Turbo: F.A.S.T (Fast Action Stunt Team) (ou Equipe de dublês de ação rápida). Na internet, a história começa com a última cena do filme e mostrará as viagens e os desafios do caracol e de sua equipe pelo mundo.
*Agradecimentos à assessoria de imprensa da Fox Filmes (Regina Buffolo) pelo convite da pré-estreia no Shopping Market Place.
Foto: DreamWorks/Divulgação
Twitter: @prikinder

Liderança ameaçada

texto publicado originalmente em 17 de junho 2013 no site #ElasComentam

Na semana passada, desejei lá na seção #Rapidinhas (que fica no final do texto) que o pódio triplo da equipe de Chip Ganassi, na pista oval de Pocono, pudesse servir de “inspiração e motivação” para o time voltar a vencer.
E não é que Scott Dixon deve ter mesmo se animado? Na IndyCar, ele venceu as duas corridas da rodada dupla disputadas no circuito misto de Toronto, no Canadá.
Além de se tornar o piloto em atividade com o maior número de vitórias (32 na carreira), o neozelandês do carro #9 assumiu a vice-liderança do campeonato. Agora está a 29 pontos do brasileiro Helio Castroneves, que tem 425 pontos. E deixou para trás o atual campeão, o norte-americano Ryan Hunter-Reay (Andretti), com 356 pontos.
As vitórias para a Ganassi só chegaram depois da metade da temporada, é verdade. Mas é bom relembrar que Dixon já tinha subido ao pódio ao conquistar o segundo lugar na corrida do Alabama. Pelos resultados, deu para notar também que o motor Honda evoluiu bastante depois da corrida em Indianápolis. Se o neozelandês não tivesse conquistado pontos importantes na primeira parte do campeonato, não adiantaria muito vencer três vezes seguidas.
Há quem diga que Dixon se manteve na primeira parte do campeonato numa disputa “na raça”, enquanto que o companheiro Dario Franchitti teria “perdido o fôlego”. Dois campeões mundiais e que estão há tanto tempo nas pistas dependem mais de um bom carro do que provar que são bons pilotos. Assim como Dixon, o  escocês subiu ao pódio nas duas últimas etapas: foi terceiro colocado em Pocono e na primeira prova de Toronto. Ele conseguiu a pole três vezes, mas só largou na frente em duas: Long Beach e a primeira corrida de Toronto (porque na primeira corrida de Detroit, o piloto foi punido e perdeu posições por conta de troca de motor). Faltando seis provas para o final da temporada, Franchitti ocupa a 7º posição no campeonato, com 307 pontos – o mesmo número de pontos do brasileiro Tony Kanaan (KV Racing), que tem uma vitória conquistada em Indianápolis.
Costumo dizer que regularidade, algumas vezes, faz mais diferença do que número de vitórias. E os pilotos costumam tirar bom proveito disso. Apenas Scott Dixon e James Hinchcliffe (Andretti) têm três vitórias na temporada. Mas o canadense está apenas na oitava posição com 305 pontos. Assim como Hinchcliffe, o piloto da Ganassi também não fez nenhuma pole, mas apareceu no TOP-10 em oito vezes na temporada. Diferentemente de Helio Castroneves, que se manteve no TOP-10 em 12 corridas (das 13 disputadas), conquistou a pole em Iowa (mas não largou na frente), subiu ao pódio cinco vezes, está na liderança há oito etapas, desde a primeira prova da rodada dupla em Detroit. Mas o piloto da Penske venceu apenas uma vez, no Texas.
Apesar da liderança brasileira, é preciso ficar de olho no campeonato. Dixon saiu de quinto para segundo em uma semana, e a próxima corrida, no dia 4 de agosto, será no circuito misto de Mid-Ohio. Pista em que o neozelandês venceu quatro vezes, sendo a última no ano passado. E Helio Castroneves venceu duas, nos anos 2000 e 2001.
crédito das fotos: Getty Images
#Rapidinhas
O troféu: Ainda falando da Indy, uma cena inusitada aconteceu no pódio da primeira corrida disputada em Toronto. Sebastien Bourdais (Dragon Racing), segundo lugar na prova, ficou com a base do troféu nas mãos. A parte de vidro descolou e o francês, incrédulo, acompanhou o troféu “quicando” até quebrar no chão do pódio… Na foto oficia aparecem os troféus inteiros de Dixon e Franchitti, além do pedacinho (com a base) que sobrou do troféu do Bordais. Mico total!
A vingança: Não sou de acompanhar a DTM (Deutsche Tourenwagen Masters), que é o campeonato de turismo alemão que conta com montadoras como Audi, BMW e Mercedes.  Mas no domingo acordei cedo e assisti as voltas finais da quinta etapa disputada no circuito de rua de Norisring. Eis que vi um verdadeiro “bate-bate” na disputa de posições. O piloto Edoardo Mortara (Audi) tocou na traseira de Gary Paffet (Mercedes). O inglês não gostou nada disso: algumas voltas depois revidou a batida e jogou o carro italiano no muro, causando um acidente que tirou os dois pilotos da prova. Não bastasse essa confusão, o piloto Mattias Ekstrom (Audi) venceu a prova, mas algumas horas depois foi penalizado pela direção da prova porque recebeu uma garrafa de água. Isso infringe o regulamento do campeonato, que diz que o piloto “não pode receber nenhum objeto de terceiros antes de passar pela pesagem”. Com isso a vitória foi para o canadense Robert Wickens (Mercedes), a primeira dele no DTM. Mas a Audi ainda vai recorrer da decisão, que será julgada pela federação alemã de automobilismo.
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