quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Será que o amor acabou?

A relação entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg, que já não andava lá essas coisas, piorou muito depois do grande prêmio da Bélgica. Logo na segunda volta os pilotos se envolveram numa batida que, aparentemente, parecia ser incidente de prova. Mal a corrida havia começado e já tínhamos o inglês com o pneu esquerdo traseiro furado e o alemão, tentando recuperar a liderança, com um pedaço do bico danificado. 

Enquanto Lewis caiu para último, e abandonou a prova enquanto estava na 16ª posição, Nico conseguiu se recuperar e chegou em segundo lugar. Será que valia mesmo a pena perder um pedaço de asa para prejudicar o companheiro de equipe?

Quando a temporada começou, todos sabiam que a Mercedes era a equipe a ser batida. Inclusive os pilotos da escuderia que, no ano anterior, pareciam ter tido uma ótima convivência, afinal ambos cultivavam uma amizade de muitos anos e que teve início no kart. Mas a conquista do campeonato deste ano levou os amigos, que também são ótimos pilotos, a uma concorrência maior. E quando há um título em disputa a competição inevitavelmente fala mais alto.



No automobilismo há uma teoria em que o primeiro adversário de um piloto é o companheiro de equipe. E isso está sendo levado à risca dentro da Mercedes. Desde a segunda corrida na Malásia, com a primeira vez dos dois pilotos da equipe no pódio, Lewis e Nico sempre andaram muito próximos. Os carros prateados somam sete dobradinhas, com cinco vitórias de Hamilton e quatro de Rosberg. Mas desde o grande prêmio de Mônaco eles vivem em um clima nada agradável. Foi quando Rosberg parou na área de escape durante o treino de classificação, provocou bandeira amarela e Hamilton chegou a declarar que ele fez isso propositalmente, o que atrapalhou a volta rápida e uma possível pole position.

Já no grande prêmio da Hungria, o último antes das férias da F1, foi a vez do alemão ficar muito bravo com o inglês, que se recusou a aceitar a ordem da Mercedes de dar passagem ao companheiro que estava com uma estratégia de uma parada a mais nos boxes. A equipe chegou a fazer uma reunião com os pilotos para acalmar os ânimos, mas no último domingo Lewis chegou a sugerir que essa atitude levou o alemão a provocar a batida no circuito de Spa-Francorchamps.

Apesar de a regra #1 da Mercedes ser “não batam entre vocês”, os últimos episódios dessa disputa interna preocupa cada vez mais a direção da escuderia. Até porque esse é um momento decisivo entre os dois pilotos e também da equipe. Claro que o duelo entre eles é um ingrediente a mais para as corridas, mas quem quer ganhar o campeonato precisa se preocupar em fazer um bom trabalho dentro das pistas, de forma competitiva, porém limpa. Se Rosberg bateu de propósito, agiu de maneira desleal e isso não é nada legal para o esporte.

Enquanto isso, a Red Bull se aproveita das confusões da Mercedes para ir chegando devagarinho no campeonato. Daniel Ricciardo conquistou a terceira vitória na temporada. O australiano está em terceiro lugar no campeonato com 156 pontos. Sem terminar a prova, Lewis Hamilton permaneceu em segundo com 191 pontos e Nico Rosberg segue na liderança com 220 pontos.
 
O próximo duelo entre Nico e Lewis acontece no dia 7 de setembro, no grande prêmio de Monza, na Itália. Todos estão muito ansiosos para saber se o amor acabou mesmo ou se ainda resta um pouco até o final da temporada.


Twitter: @prikinder
 

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Blue Eyes Blue


Faltavam pouco mais de quinze minutos para a uma da tarde desta quarta-feira, dia 13 de agosto, quando ouvi na redação que Eduardo Campos, candidato à presidência pelo PSB, estava na aeronave que caiu em Santos, no litoral paulista. Naquele momento, pensei naquelas pessoas que perderam suas vidas, nas famílias, nas pessoas que se machucaram, naqueles que ficam com a dor da perda...

Nestas décadas de vida, já acompanhei (jornalisticamente falando) três acidentes aéreos. O da Gol, em 2006, o da TAM, em 2007 e agora com a equipe do Eduardo Campos. Sempre penso que ali poderia estar eu, você, alguém da minha família, um amigo próximo, algum conhecido ou alguém que nunca vi na vida. Não importa. Toda vez que acontece um acidente de avião fico triste de um jeito que não tem explicação... o coração dói, o peito aperta, é impossível não deixar uma lágrima escorrer pelo rosto e pedir a Deus que conforte as famílias neste momento.

Não sou de falar de política, mas talvez depois do esporte, é a segunda área do jornalismo que gosto de acompanhar. Viver em Brasília me deixou mais perto do Congresso, dos projetos de lei, das lideranças políticas, dos anexos da Câmara e do Senado, das Comissões Parlamentares...etc. Desde 2002 acompanho as eleições e depois de tanto tempo ficamos mais do que acostumados que a cada dois anos vamos conviver com as agendas dos candidatos, regras do TSE, pautas sobre o processo eleitoral.

E hoje, o que aconteceu com o Eduardo Campos, me fez pensar que estamos sempre mais perto da morte do que imaginamos. E por isso, precisamos muito celebrar a vida. Ontem, o candidato entrava ao vivo na minha casa (e tantas outras no país) durante entrevista para o Jornal Nacional. No domingo tinha comemorado o aniversário de 49 anos e o dia dos pais com a família. Na tarde desta quarta, estaria em São Paulo para gravar programas eleitorais. E dia 21 participaria do debate na Band...

Lembro-me de quando o neto de Miguel Arraes se tornou ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula. Eduardo era o mais bonito de toda a Esplanada dos Ministérios, com aqueles olhos cor de mar do Caribe. Ouvi muitas vezes que ele era uma grande liderança política, inspirado sempre no avô. Tanto que depois do MCT, foi governar o estado de Pernambuco por duas vezes.

Para as eleições deste ano, não me surpreendeu quando Campos anunciou que seria candidato. O PT o queria como vice da presidente Dilma e ele, que não queria ser o segundo, decidiu que iria disputar a presidência do país. A união com Marina Silva, que conquistou quase 20 milhões de votos na última eleição geral, faria o governador ser mais conhecido no eixo Sul-Sudeste. Sempre tive a impressão de que eles não tinham unanimidade em muitos temas, mas a ex-ministra do Meio Ambiente resolveu se unir a uma campanha, que ao meu ver, poderia tirar eleitores de Dilma.

O que me vem à cabeça neste momento é o cenário eleitoral que deve sim se alterar com a ausência de Eduardo Campos. Segundo o TSE, o partido tem 10 dias para indicar um novo nome para concorrer à presidência. Não acredito que o PSB e os demais aliados vão tirar Marina da disputa. Até porque, mesmo com esse triste episódio, o país todo passou a saber quem era Eduardo Campos e vai associá-la a ele a partir de agora.

Se hoje pudesse arriscar o que aconteceria na campanha, diria que Marina vai ultrapassar Aécio Neves e se tiver segundo turno, vai disputar com a presidente Dilma o posto mais alto do executivo. E poderá chegar longe... Não foi no Chile em que duas mulheres (Michelle Bachelet e Evellyn Matthei) foram para o segundo turno? Talvez Marina, nesse momento de comoção nacional, acabe conquistando alguns votos dos indecisos porque tem carisma e assim conquiste eleitores que seriam de Dilma e de Aécio. Mas, justiça seja feita: Eduardo Campos fazia um papel muito mais articulador do que ela. Ao longo dos anos construiu as alianças políticas, mas não perdeu de vista a possibilidade de se tornar candidato à presidência da República pelo PSB.

Por mais que as pessoas tenham divergências políticas, diferenças de opiniões, lembremo-nos de que acima de tudo somos seres humanos. Nessas horas, se você é do partido A ou B, vota no candidato C ou D, é o que menos importa... Que nesse momento de dor, de tristeza, Deus possa confortar as famílias desses homens, que também eram pais, filhos, irmãos. Que assim como nós, estavam no exercício da profissão.

Sei que a música foi feita em outro contexto, mas hoje um trecho de Blue Eyes Blue, de Eric Clapton não me saiu da cabeça . Por isso dei ao post esse título

It was you who put the clouds around me (Foi você quem colocou a tristeza ao meu redor)
It was you who made the tears fall down (Foi você quem fez minhas lágrimas caírem)
It was you who broke my heart in pieces (Foi você quem fez meu coração em pedaços)
It was you, it was you (foi você, foi você)
Who made my blue eyes blue (quem fez meus olhos azuis tristes)

Fica aqui o clipe como minha homenagem. E que amanhã seja melhor do que hoje.



O mais novo milionário das pistas

Texto originalmente publicado em 06/08-2014 no site #ElasComentam:



Ser um milionário. Quem nunca teve esse pensamento? 
Duvido que você, amigo leitor, não tenha imaginado isso algumas vezes na vida quando viu muitos zeros naquele prêmio acumulado da Mega Sena.
Mas o novo milionário do pedaço, que conquistou o dinheiro trabalhando dentro numa pista de corrida chama-se Rubens Barrichello. E de quebra, faturou a primeira vitória na Stock Car em Goiânia, depois de quase dois anos na categoria.
Não que ele já não esteja com a vida mais tranquila depois de correr 19 temporadas na Fórmula 1 e ser recordista em grandes prêmios – foram 326, com 322 largadas (contra 306 de Michael Schumacher e 256 de Riccardo Patrese). Ou ter conquistado dois vice-campeonatos mundiais (2002 e 2004), vencido 11 vezes, ter 14 poles e 68 pódios, na passagem por seis equipes: Jordan, Stewart, Ferrari, Honda, Brawn GP e Williams. Mas vencer a primeira corrida aos 42 anos e em um carro de turismo tem um gosto especial. Melhor ainda se o primeiro posto oferecer um prêmio atraente e mais visibilidade para quem alcança o lugar mais alto do pódio.
No sábado, o piloto da Full Time Sports conquistou a pole position, a segunda desde que começou a correr na principal categoria do automobilismo nacional. E ainda quebrou um tabu: é o único de todos os vencedores das cinco edições da Corrida do Milhão (Valdeno Brito, Ricardo Maurício, Thiago Camilo (duas vezes) e Ricardo Zonta) que largou na primeira posição.
Rubinho se manteve à frente durante quase toda a prova, mas a decisão ficou mesmo para os momentos finais quando Thiago Camilo, que estava em busca do terceiro milhão (as duas conquistas foram em 2011 e 2012, em Interlagos), entrou na briga. Nesses momentos, o botão de ultrapassagem foi fundamental para a disputa de posições, o que garantiu a Barrichello conquistar a primeira vitória e o primeiro milhão na categoria.
A estreia do paulista na Stock Car foi em 2012, quando disputou as últimas três provas do campeonato como piloto convidado. Vale conferir o texto aqui do #ElasComentam – A estreia de um veteranoNaquele mesmo ano, Rubinho competiu a primeira e única temporada nos Estados Unidos, na Fórmula Indy, pela equipe KV Racing, quando foi companheiro do melhor amigo Tony Kanaan.

No início deste ano, Barrichello declarou que foi na categoria nacional que se reencontrou nas pistas depois de tanto tempo na F1. Lembro-me de quando disse que correr em carro de turismo era muito diferente, porque além de fechado, o banco fica bem atrás e há pouca visibilidade da pista. Mas, pelo jeito, as duas temporadas já mostraram que Rubens se adaptou bem ao carro. Mostra-se sempre competitivo e cada vez evolui dentro da categoria. No campeonato, ele tem 69 pontos e está em quarto lugar, atrás de Julio Campos (71 pontos), Thiago Camilo (72 pontos) e do líder Átila Abreu (76 pontos).

Apesar de outras disputas que aconteceram na quinta etapa da Stock Car, ninguém tirou os olhos de Barrichello. O piloto chama a atenção por onde passa e a categoria sabe como ele é uma vitrine e uma atração a parte. Quando disputou a Corrida do Milhão em Interlagos, em 2012, na visitação dos boxes no sábado, dia de treino, havia muitos torcedores esperando por ele. No domingo, então, nem se fale. Não dava para chegar perto da garagem. E segundo relatos de colegas que acompanham a Stock Car em outros estados, a loucura é sempre a mesma. Feliz do torcedor que consegue levar para a casa uma lembrança do piloto.

Além da vibração pela conquista, com direito a “zerinho” de porta aberta próximo aos torcedores na arquibancada, foi muito legal ver a comemoração de Rubens ao lado do filho Dudu, que também segue a influência da família no automobilismo e compete no kart. O piloto dividiu com o menino toda a emoção da vitória subindo no teto do carro. Assim como o pai, Dudu estava muito emocionado. Uma imagem bacana de se ver, mostrando que dá para comemorar a primeira vitória, ou mais uma na carreira, sempre com muito bom humor, alegria e ainda mostrando muita garra e disposição.
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Se a vitória é mais importante do que o dinheiro? Para Barrichello é sim. Metade do prêmio ele vai deixar para a equipe, como reconhecimento do trabalho daqueles que se dedicam no dia a dia. Uma parte vai para o Instituto Barrichello Kanaan, que desenvolve projetos sociais ligados ao esporte. E a outra? Ele declarou que vai ajudar a “financiar as crianças no kart, porque está ficando bem caro.” Rubinho brincou ao dizer que já tentou incentivar os filhos a praticar golfe, mas eles gostam mesmo é de ir para a pista.
Fazia muito tempo que Barrichello não subia ao lugar mais alto do pódio. A última vez, ainda pela F1, foi no Grande Prêmio da Itália, em 2009, pela Brawn GP. Agora, fica a torcida para que não demore tanto tempo para conquistar a segunda vitória nos carros de turismo.
A sexta etapa da Stock Car será em Cascavel, no Paraná, no dia 17 de agosto, com rodada dupla.
crédito das fotos: Stock Car/Duda Bairros/Vicar
Twitter: @prikinder

O ano da Mercedes

Texto originalmente publicado no site Conexão Fut:
Rosberg Mercedes GP Montreal 2014 - Sutton Images
A primeira metade do campeonato mundial de Fórmula 1 deixou evidente que até agora há duas competições paralelas: a das Mercedes e a das outras equipes. A equipe venceu nove vezes em 11 provas, e espera bater o recorde da Red Bull no ano passado, que venceu 13 das 19 etapas, todas com Sebastian Vettel. Com 393 pontos, a Mercedes se distancia cada vez mais da equipe rubro-taurina, segunda colocada e atual campeã do mundial de construtores.
É certo que o título deste ano irá para o time de Brackley. Os carros da escuderia alemã já somam sete dobradinhas. Mas o que dá emoção à temporada é tentar saber quem vai conquistar o título de campeão mundial: Nico Rosberg, que está na equipe desde o início em 2010, ou o inglês Lewis Hamilton, campeão da temporada de 2008? Por enquanto, o alemão se mantém a frente com 202 pontos, enquanto o inglês soma 191.
Nesta mesma época, em 2013, quem dominava o campeonato era Sebastian Vettel. Quando as férias da F1 chegaram, o alemão era líder isolado e tinha uma boa vantagem para segundo e terceiro colocados, que eram Kimi Raikkonen, da Lotus, e Fernando Alonso, da Ferrari – e que hoje são companheiros de equipe. Após 10 corridas daquela edição, Vettel havia conquistado quatro vitórias, com sete aparições no pódio. E, aos 26 anos, com três etapas de antecedência, tornou-se o mais jovem tetracampeão da Fórmula 1.
A hegemonia da Red Bull teve início na temporada de 2010, com o primeiro campeonato do alemão. Antes, na temporada de 2009, ele já havia lutado até o final pelo título, que ficou com Jenson Button e a BrawnGP. À época, a equipe inglesa venceu tudo e mais um pouco. Uma polêmica na época era o uso do difusor duplo (que canalizava o fluxo de ar vindo por baixo do carro e aumentava a aderência aerodinâmica). O carro da Brawn já nasceu com esse componente, enquanto as demais equipes tiveram de adaptá-lo durante a temporada.
Em 2010, Vettel entrou para a história ao conquistar o campeonato mundial e ser o campeão mais jovem de todos os tempos, com 23 anos e 4 meses. No ano seguinte, foi bi – e ainda quebrou o recorde de 15 poles positions em uma temporada, marca que pertencia ao inglês Nigel Mansell, de 14 largadas na frente em 1992. A temporada de 2012, aquela em que sete pilotos diferentes venceram as sete primeiras corridas, foi muito disputada, como há tempos não se via. Vettel conquistou o tricampeonato no GP do Brasil com a vantagem de três pontos sobre o espanhol Fernando Alonso.
Os recordes e os títulos de Sebastian são, sem dúvida, méritos de um jovem alemão, de muito talento e que vem de uma escola alemã que tem como principal mestre Michael Schumacher. E que, juntos, somam onze títulos, três a mais do que o Brasil. Mas todas as vezes em que se muda o regulamento algumas equipes têm dificuldades para se adaptar. Isso é fato na história da F1. Neste ano, algumas das mudanças foram a escolha dos números, a alteração do bico dos carros, a volta dos testes durante a temporada e um sistema de penalização de pontos na carteira.
Talvez a mais significativa delas tenha sido a mudança nos motores – e que havia sido anunciada em 2011. Eles passaram a ser V6 turbo de 1,6 litros em substituição aos motores V8 aspirados de 2,4 litros. Até o som dos carros ficou diferente. Com motores menores, os monopostos adotaram o sistema de recuperação de energia – isto é, além de capturar a força na frenagem, o ERS (Energy Recovery Systems) fornece mais energia ao carro, já que armazena o calor liberado pelos motores turbo. Além disso, os tanques de combustível passaram de 140 para 100kg.
Os testes da pré-temporada, realizados em janeiro, mostraram que o desempenho do W05, da Mercedes, foi muito superior ao das outras equipes, enquanto o RB10 tinha muitos problemas. O próprio Sebastian Vettel chegou a declarar que era uma fase em que “quando se livravam de um problema, logo vinha outro”.
Adrian Newey, projetista da equipe, sentiu dificuldades em encontrar um bom acerto, reconheceu que houve demora no desenvolvimento e preparação dos carros. Mas aos poucos a equipe tenta melhorar o desempenho para quebrar a hegemonia da Mercedes na temporada: conquistou duas vitórias com o Daniel Ricciardo (no Canadá e na Hungria) e é a segunda colocada no campeonato mundial de construtores.
Ver o companheiro de equipe à frente na classificação é uma situação nova para Vettel. O alemão está na 6ª colocação, com 88 pontos, e até agora os seus melhores resultados foram dois terceiros lugares, nos GPs da Malásia e do Canadá. Enquanto isso, o companheiro Riccardo tem 131 pontos, está na terceira posição e, além das duas vitórias, já esteve outras três vezes no pódio, como terceiro (Espanha, Mônaco e Inglaterra). O segundo piloto deixou o primeiro para trás e mostra que, neste ano, a disputa está mais aberta dentro da equipe. Afinal, não foi assim durante anos na Red Bull, quando o companheiro de equipe era o também australiano Mark Webber?
Uma equipe que cresceu nesta primeira metade da temporada é a Williams, terceira entre os construtores. O time de Grove contratou Felipe Massa para ajudar no desenvolvimento do FW36 e manteve Valtteri Bottas na equipe. O brasileiro teria tudo para estar bem – já que conquistou uma pole position na Áustria e tem 40 pontos -, mas ocupa a 9ª colocação. Alguns erros de Felipe, somados aos de estratégia e de pit stops da equipe, e um pouco de falta de sorte, estão deixando Massa atrás do companheiro de equipe. O finlandês está em 5º na classificação, com 95 pontos, e já conquistou três pódios consecutivos – foi terceiro no Bahrein, e segundo na Áustria e na Alemanha. O piloto do carro #77 apontou que as próximas provas, na Bélgica e Itália podem ser favoráveis para a Williams, mas que não tem sido nada fácil acompanhar o ritmo das Mercedes.
O que esperar da segunda metade da temporada? Acirrada competição entre Hamilton e Rosberg? A Red Bull incomodando os adversários e tentando manter o ritmo e Fernando Alonso, incansável, mostrando o talento de campeão ao conduzir a Ferrari até o final das corridas? A Williams crescendo cada vez mais? No final das contas, essa é a Fórmula 1 que todos gostam de ver: disputada, e com emoção do início ao fim. E as próximas serão vividas no dia 24 de agosto, em Spa-Francorchamps, na Bélgica.
Priscila Cestari é jornalista. No Twitter, @prikinder
Foto: Sutton Images

As imbatíveis Mercedes no Bahrein

(Foto: AFP)
(Foto: AFP)
No grande prêmio disputado no circuito internacional do Bahrein, a terceira etapa da temporada da Fórmula 1, a Mercedes segue confirmando o favoritismo em relação às demais equipes.
Se nas duas primeiras provas (Austrália e Malásia), a equipe inglesa andou rápido, no fim de semana com a vitória de Lewis Hamilton o time inglês agora lidera o campeonato com folga no mundial de construtores: 111 pontos, seguida de longe pela Force India, com 44 pontos. Nico Rosberg, que venceu na Austrália e chegou em segundo na Malásia e no Bahrein tem 61 pontos, enquanto Lewis Hamilton, com duas vitórias, está com 50 pontos.
A disputa entre os pilotos da mesma equipe está se tornando mais comum do que se imagina nessa chamada “nova Fórmula 1”, de motores menos potentes, com ruídos ainda estranhos aos nossos ouvidos, mas com cara de que cada corrida promete um pouco a mais de emoção do que vimos na temporada passada.
(Foto: AFP)
(Foto: AFP)
Se a atitude da Williams na corrida da Malásia, quando Felipe Massa teve de ouvir um “Bottas is faster than you” (a mesma que a Ferrari disse para o brasileiro em 2010 se referindo a Fernando Alonso), que por sinal foi muito criticada – e com toda razão -, dessa vez as equipes deixaram que os pilotos mostrassem, na pista, o que eram capazes de fazer.
Na corrida de número 900 da história da Fórmula 1, quem viu Hamilton segurando Rosberg “no braço”, e enfrentando o alemão, deve ter vibrado muito. E é essa Fórmula 1 repleta de disputas emocionantes, entre companheiros de equipe, de rivais, de novatos e dos mais experientes que gostamos de acompanhar. Na pista deu pra notar que o inglês não é campeão mundial por acaso e quer muito que isso se repita neste ano. Carro para isso ele tem. Capacidade, idem. Mas tem um colega de equipe que quer a mesma coisa. Aí, a decisão precisa ser na pista e não baseada em ordens de equipe.
Essa foi a 24ª vitória de Lewis, a terceira pelo time de Grove. Agora, ele se iguala a Juan Manuel Fangio e entra para a lista dos dez maiores vencedores da categoria.
A novidade dessa décima edição da corrida foi uma prova noturna, tal como acontece em Abu Dhabi, outra pista na região dos Emirados Árabes Unidos, e em Cingapura. Os organizadores investiram pesado em um sistema de iluminação no autódromo de Sakhir: o projeto contou com 495 postes de luz, além de 4.500 luminárias e mais de 500 quilômetros de cabos elétricos.
A próxima prova será disputada em Xangai, na China, no dia 20 de abril.
Priscila Cestari
@prikinder