Desde a estreia na Indy Car Series, em 2002, foram 11 anos até Tony Kanaan se tornar o quarto piloto brasileiro a vencer as 500 Milhas de Indianápolis. Mais do que uma vitória no lendário circuito norte-americano, é a realização de um sonho que passou várias vezes bem perto de acontecer. A carreira nos Estados Unidos começou em 1996, na Indy Lights. Em 2004, Kanaan se tornou campeão mundial da Indy Car. Mas, depois de 15 vitórias ainda faltava a mais importante no oval mais famoso do mundo.
Kanaan largou na 12ª posição e não estava entre os favoritos. Durante a corrida, andou entre os líderes e nas relargadas sempre foi muito preciso. E foi em uma delas, depois do acidente de Graham Rahal (Rahal), que aproveitou a bandeira verde, colocou o carro por dentro e ultrapassou Ryan Hunter-Reay (Andretti). Mais algumas voltas e outro acidente: Dario Franchitti (Ganassi) bateu faltando apenas três voltas para o final. Não havia mais tempo para uma nova relargada. Foi assim que Kanaan escreveu o seu nome na história na 97ª edição das 500 Milhas de Indianápolis.
Como ele mesmo disse, nessas horas passa um filme na cabeça. De quantas vezes ele chegou perto disso, do quanto precisou esperar por esse momento. Foi o momento de dar a volta por cima depois da última prova, a Indy300 em São Paulo. Afinal, quem não se lembra de um Kanaan decepcionado ao perder a liderança da prova por conta de uma pane seca? E outras tantas vezes que esteve tão perto da vitória e algo dava errado? Voltar a vencer era uma questão de tempo. E os deuses da velocidade reservaram para este baiano um momento especial, daqueles de se lembrar para a vida inteira. Não poderia ser qualquer vitória, tinha de ser “a vitória”: em Indianápolis com o carro #11. Agora Tony faz parte do chamado “Winner’s Circle” do Indianapolis Motor Speedway. Vencer as 500 Milhas é escrever para sempre o nome na história do automobilismo mundial.
Foi uma vitória mais do que merecida para este que é um piloto admirado por todos, inclusive nos Estados Unidos. Tony Kanaan é carismático, sempre simpático e atencioso com os fãs – e posso dizer isso porque tive a oportunidade de estar perto dele por duas vezes, tanto na Stock Car como na Indy 300. E não teve jeito: chorei muito depois do fim da bandeirada… Fico emocionada só de lembrar quando ele ergue o braço, vibra muito e os carros ficam ao redor como se quisessem cumprimentá-lo por aquela vitória… Inesquecível!
Aqui você confere um resumo da Indy 500 feito pelo canal ESPN (em inglês):


Mas falando em transmissão, só consegui ver o Tony chegando ao “Victory Lane”, ganhar o beijo da mulher Lauren, receber a coroa de louros e o banho com o tradicional leite oferecido pelos patrocinadores porque acompanho a corrida pela internet. Quem só estava assistindo pela tevê aberta perdeu o melhor da prova. Quando TK cruzou a linha de chegada, a Band cortou o sinal para o campeonato brasileiro. Minutos depois mostraram, no meio do jogo, trechos recuperados da chegada e uma entrevista que ele deu saindo do carro… Sabemos que isso se deve aos contratos comerciais, mas #ficaadica: popularizar um esporte com um brasileiro que vence fica mais difícil quando ele não aparece nos principais momentos, principalmente na vitória das 500 Milhas de Indianápolis.
A Indy 500 também teve um estreante na segunda posição: o colombiano Carlos Muñoz, que foi o rookie da prova, correndo pela Andretti. Ryan Hunter-Reay, também da Andretti, terminou a corrida em 3º. Helio Castroneves, da Penske, chegou em sexto e Bia Figueiredo (Dale Coyne) em 15º. No campeonato, a liderança agora é de Marco Andretti, com 168 pontos, seguido por Takuma Sato (AJ Foyt) com 157 pontos e Helio Castroneves com 152 pontos. Com a vitória, Tony Kanaan está em sétimo lugar com 124 pontos.
Enquanto sobrou emoção em Indianápolis, faltou um pouco dela em Mônaco. Nico Rosberg, da Mercedes, que largou na pole, segurou todo mundo e venceu de ponta a ponta. Foi a primeira vitória do alemão na temporada e a segunda na carreira. O piloto repetiu, 30 anos depois, a conquista do pai, Keke Rosberg, nas ruas do Principado. Sebastian Vettel e Mark Webber completaram o pódio. A Mercedes quebrou a série de vitórias da Red Bull nos últimos três anos em Mônaco.
Entre alguns momentos que despertaram as atenções na corrida estavam a batida de Felipe Massa (Ferrari) na St. Devote. O “enrosco” entre Pastor Maldonado (Williams) e Max Chilton na curva da Tabacaria que interrompeu a prova. A ultrapassagem de Sergio Perez (Mclaren) sobre o companheiro Jenson Button. O toque do mexicano em Kimi Räikkönen (Lotus) na chicane da saída do Túnel, que provocou várias reações: primeiro a “ira” do finlandês (com direito a um rádio no “estilo” Kimi de ser), depois a entrada nos boxes para trocar o pneu furado e o retorno em ritmo forte, com várias ultrapassagens nas voltas finais para conquistar o décimo lugar e mais um ponto.
A liderança do mundial continua nas mãos de Vettel, que tem 107 pontos, 21 a mais do que Räikkönen. Fernando Alonso, que terminou a prova em sétimo, é o terceiro colocado com 78 pontos. A próxima prova será disputada no dia 9 de junho, em Montreal, no Canadá. E é lá, no circuito Gilles Villeneuve, onde pode se esperar de tudo um pouco durante uma corrida. Façam suas apostas!!
Valeu, campeão. Valeu, TK. Obrigada por essa vitória. Quem acredita sempre alcança.
Vamos continuar torcendo por você sem querer nada em troca.
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