quarta-feira, 30 de outubro de 2013

É tetra!

texto originalmente publicado em 30 de outubro 2013 no site #ElasComentam
Tudo era uma questão de tempo. A cada corrida Sebastian Vettel ficava mais perto do tetracampeonato da Fórmula 1. A conquista do quarto mundial consecutivo aconteceu em Noida, no circuito internacional de Buddh, na Índia, que até hoje só teve o alemão como vencedor. Vettel precisava apenas do quinto lugar para chegar ao título, mas pela sexta vez seguida (e a décima na temporada) foi dele o primeiro lugar na corrida.
Com 36 vitórias e 43 pole-positions, o alemão de Heppenheim se torna, aos 26 anos, o mais jovem tetracampeão da história do automobilismo mundial. Os quatro campeonatos em sequência foram conquistados somente por Juan Manuel Fangio (entre 1954 e 1959) e Michael Schumacher (entre 2000 e 2004). De qualquer forma, o piloto da Red Bull iguala-se ao número de conquistas do francês Alain Prost (quatro), mas ainda está atrás do argentino Fangio (cinco) e do também alemão Schumacher (sete).
Depois de receber a bandeirada final, ele deu uma volta até retornar aos boxes. Mas na reta de chegada, Sebastian fez o que a gente chama de “cavalo de pau” na pista (ou zerinho, para quem preferir) em uma comemoração de quebrar qualquer protocolo. Vettel parecia não acreditar no que estava acontecendo. Ajoelhou-se diante do RB9, também conhecido como Heidi Hungry (Heidy Faminta), e fez uma reverência ao carro, numa atitude de reconhecimento e agradecimento à equipe que lhe permitiu ter a melhor máquina e mostrar o quanto é bom nas pistas. Cercado por fotógrafos e fiscais, ainda subiu no alambrado e arremessou as luvas para a torcida. Um momento para ficar na memória de quem admira esse esporte.
No espaço reservado aos pilotos antes de chegar ao pódio, a televisão mostrava imagens de um piloto emocionado e muito feliz. A ficha de tudo o que estava acontecendo devia estar caindo naquele momento da conversa com outro campeão, o das máquinas, Adrian Newey, que também conquistou o título de construtores pela Red Bull no domingo, o décimo da carreira do projetista. E no pódio, o segundo colocado Nico Rosberg (Mercedes) e o terceiro, Romain Grosejan (Lotus), renderam-se ao talento do mais novo tetracampeão e ergueram Vettel nos ombros.
Tenho a impressão de que Vettel é aquele cara que está sempre com um sorriso no rosto e vai sempre manter aquele jeito de moleque. Mas acima de tudo passou para o time dos grandes campeões, é dedicado e apaixonado pelo que faz. E faz bem feito. Claro que em uma competição se a equipe não mostrar parceria, por mais que um piloto tenha talento ele não consegue se destacar. A impressão que tive dos quatro campeonatos rubro-taurinos é a de que a parceria entre piloto e equipe precisa ser precisa para que o resultado final seja mais do que a vitória: seja a regularidade nas etapas e consequentemente, a conquista dos títulos.
A Fórmula 1 acrescenta mais um capítulo de uma era, que começou em 2010 e pode ser chamada de Sebastian Vettel. Ela até parece ser mais emocionante do que aquela protagonizada por Michael Schumacher. Apesar de estar longe dos sete títulos do ídolo alemão, o agora tetracampeão não chegou aos 30 anos. Para  quem não se lembra, o quarto título de Schumi foi conquistado em 2001 quando ele tinha 32 anos. Vettel está no auge da carreira e ainda tem condições de conquistar mais campeonatos e também superar recordes do ex-piloto.
Mas, fica a pergunta: se na próxima temporada a Fórmula 1 vai contar com várias mudanças no regulamento, entre elas o uso do motor turbo V6, será que vamos ter a oportunidade de ver Vettel andar forte e se manter mais uma vez à frente dos outros pilotos? Tudo vai depender do que a Red Bull e as outras equipes, principalmente aquelas que têm mais recursos financeiros para desenvolver os carros, vão fazer durante os testes da pré-temporada. Tenho a impressão de que em 2014 iremos acompanhar, pelo menos na primeira metade da temporada, uma categoria tentando se acertar dentro de uma competição que deve ser mais de resistência dos carros do que de velocidade.
Já que o campeão está definido com três etapas de antecedência, a briga agora está em quem será o vice dessa temporada. Fernando Alonso (Ferrari) tem 207 pontos, Kimi Raïkkönen (Lotus) está em terceiro com 183 pontos e em quarto aparece Lewis Hamilton (Mercedes) com 169 pontos.  A próxima etapa será o grande prêmio de Abu Dhabi, disputado no circuito de Yas Marina, no próximo final de semana. Embora o finlandês tenha vencido a prova no ano passado, a primeira desde o retorno à F1, disse que não está preocupado em ultrapassar o espanhol e conquistar o segundo lugar na temporada. “Ser segundo lugar não faz diferença nenhuma. Você não ganha nada. Tentaremos fazer o melhor a cada corrida e no final vamos ver onde terminamos”, declarou Raïkkönen.
#Rapidinhas
F1 (1) – Por não ter seguido para os boxes e decidir comemorar o título rodopiando na pista, Sebastian Vettel tomou uma advertência da FIA. De acordo com a direção de prova, “o piloto falhou em seguir diretamente ao parque fechado após a corrida, conforme detalhado nos termos do artigo 43.3 do Regulamento Esportivo da Fórmula 1. Devido às circunstâncias especiais, os fiscais aceitaram as explicações do piloto. A equipe não conseguiu instruir o piloto o suficiente para retornar diretamente ao parque fechado após a corrida.”(Desculpem, mas estou sem palavras para dizer o quanto essa Fórmula 1 anda ‘coxinha’ ultimamente…)
F1 (2) – Depois de largar na 17ª posição por conta de um erro de estratégia da equipe no treino de classificação, Romain Grosjean (Lotus) fez uma prova de recuperação e conquistou o terceiro lugar pela terceira vez seguida. A estratégia da equipe de programar apenas uma parada nos boxes foi ousada, mas no final deu certo para o francês. Para conquistar o pódio, Grosjean ainda teve que disputar posições com o companheiro de equipe Kimi Raïkkonen, que tinha pneus mais desgastados.
F1 (3) – Por muito pouco, Felipe Massa (Ferrari) não subiu no pódio. O brasileiro, que largou na quinta posição, chegou até liderar a corrida, mas depois do pitsop perdeu posições e terminou a prova em quarto lugar, repetindo os resultados do ano conquistados na Austrália e na Itália. Lembrando que o melhor resultado de Massa no ano é o terceiro lugar no GP da Espanha.
Fotos: Mark Baker/AP Photo
Twitter: @prikinder

sábado, 26 de outubro de 2013

Start your engines

É com essa frase que Mari Hulman George, a dona do Indianapolis Motorspeedway, sempre dá início a etapa da Indy500. Faltam 209 dias (seis meses e 29 dias) para a largada a 98ª edição das 500 Milhas de Indianapolis, uma das provas mais famosas e conhecidas do automobilismo mundial.E para quem não vê a hora desse dia chegar, esse vídeo ajuda a acalmar a ansiedade...

O tricampeonato de Dixon e o domínio da Ganassi

texto originalmente publicado em 23 outubro 2013 no site ElasComentam
Era madrugada de domingo no Brasil quando Scott Dixon cruzou a linha de chegada do Auto Club Speedway, em Fontana, Califórnia, em quinto lugar e conquistou o terceiro título mundial na categoria norte-americana. Na última prova da temporada, o piloto da Ganassi superou o brasileiro Helio Castroneves, da Penske, que terminou em sexto,  ficou com o vice-campeonato e adiou o sonho de alcançar o primeiro título. 
Embora tudo indicasse para dar a lógica, já que o neozelandês chegava em Fontana líder e demonstrou ter um carro bem acertado para o final de semana, Dixon perdeu posições por conta da troca de motor e largou na 17ª posição. Além disso, conseguiu sobreviver a uma corrida de resistência no oval de duas milhas, não só pelo tempo de prova, mas também porque dos 25 carros que começaram a corrida, apenas nove receberam a bandeirada final. Aos poucos ele aproveitava as bandeiras amarelas e as relargadas para fazer uma corrida de recuperação. Chegou até mesmo a liderar por cinco voltas! Mas é claro que a estratégia e a experiência da equipe foram fundamentais para lidar até mesmo com o superaquecimento do carro #9 nos momentos finais da corrida.
Até a primeira metade do campeonato muita gente disse que a Ganassi era a decepção da temporada. Até falei sobre isso no texto “Liderança ameaçada”, ao comentar a reação do time de Chip Ganassi e do motor Honda, principalmente depois dos pilotos da equipe (Scott Dixon, Charlie Kimball e Dario Franchitti) subirem ao pódio na etapa de Pocono e na sequência, Dixon vencer as provas da rodada dupla de Toronto, no Canadá.
Helio Castroneves fez um campeonato constante, mas pouco agressivo. Terminou as 19 provas da temporada (assim como o estreante Tristan Vautier, da Schmidt Peterson Motorsports), mas conquistou apenas uma vitória. Esteve 16 vezes entre os dez primeiros na classificação, sendo que só perdeu a liderança em Houston, na penúltima etapa. Enquanto isso, Dixon terminou 17 provas, conquistou quatro vitórias e esteve 12 vezes no Top 10. E em meio a tantos números, descobri que o de voltas lideradas por eles foi o mesmo: 239.
Vale registrar que Will Power, companheiro de equipe de Castroneves, venceu três vezes nesta temporada – Sonoma, Houston e Fontana – e também conquistou outra boa marca: 351 voltas em primeiro lugar. O australiano terminou o campeonato na quarta colocação com 498 pontos.
Não deve ter sido nada fácil para Castroneves ficar mais uma vez com o vice-campeonato e ainda perder o título para o mesmo rival de cinco anos atrás. É fato que ocorreram alguns erros na prova de Fontana, como o de Roger Penske (sim, o dono da equipe e estrategista) ao chamar o brasileiro para os boxes quando o pitainda estava fechado, ou ainda o problema na asa dianteira depois do toque em Charlie Kimball. Castroneves foi para o boxes e retornou uma volta atrás do líder. Tentou seguir na briga para conquistar o título, já que vinha forte e determinado a virar o jogo. Mas o problema maior mesmo tinha sido na etapa de Houston quando o carro #3 teve problemas o que permitiu a virada de Dixon. Por isso, aproveito para deixar aqui uma frase do próprio Helio que diz: “apesar de ser você quem está pilotando o carro, o automobilismo é um esforço de equipe, você não está sozinho, embora de vez em quando se sinta assim.”. E por mai sum ano a Penske não consegue sair do jejum de títulos, já que o último foi conquistado em 2006 na IRL pelo norte-americano Sam Hornish Jr.
Enquanto isso, o time do ex-piloto norte-americano Chip Ganassi mantém a hegemonia e coleciona troféus. De 2008 até agora, a equipe já conquistou cinco campeonatos, sendo dois com Dixon (2008 e 2013) e três com Franchitti (2009, 2010 e 2011). Isso sem contar outros campeões que passaram pela equipe como Jimmy Vasser (1996), Alessandro Zanardi (1997 e 1998), e Juan Pablo Montoya (1999).
No fim da temporada o que fica para quem acompanhou a IndyCar são os momentos de uma categoria que aos poucos tenta se reinventar com rodadas duplas e largadas paradas, tudo para atrair mais público. Apesar de a etapa brasileira ter atraído bastante gente e conseguido um bom nível de organização, não está no calendário para 2014. A seguir, cenas dos próximos capítulos…
Destaco, ainda, o trabalho de Tony Kanaan na KV Racing. O piloto que venceu as 500 Milhas de Indianápolis, e chegou em terceiro em Fontana, terminou o ano na 11ª posição no campeonato, mas conquistou um título: o “Fan Favorite Award” de piloto mais popular da categoria em 2013. E ano que vem, TK tem um novo desafio: ser piloto da equipe Ganassi e companheiro dos campeões Franchitti e Dixon. (Ele poderia ter ganhado o título de o melhor piloto das relargadas, mas esse a gente sugere em outra oportunidade).
E falando em prêmio, Tristan Vautier conquistou o de “Rookie of The Year” Além de ser o único novato do campeonato, ele disputou todas as etapas e levou um cheque de 50 mil dólares. Já Scott Dixon voltou para a casa com um milhão de dólares a mais no bolso e a réplica do Astor Cup, o troféu oferecido aos campeões da categoria.
#Rapidinhas
DTM: Timo Glock venceu a última etapa do DTM em Hockenheim, na Alemanha. O ex-piloto de F1 administrou o carro na pista molhada e subiu ao lugar mais alto do pódio pela primeira vez na temporada. Ao chegar na primeira colocação, o alemão ajudou a BMW a conquistar o título de construtores, superando a Audi. Augusto Farfus sofreu um toque de Timo Glock, fez uma corrida de recuperação e chegou em 11º lugar. De qualquer forma, este ano não poderia ter sido melhor para o brasileiro que venceu três corridas e terminou o campeonato em segundo lugar. O DTM retorna em maio do ano que vem e a corrida que abre a temporada também será no circuito de Hockenheim.
StockCar: Átila Abreu (Mobil Super Pioneer Racing) venceu a décima etapa da Stock Car disputada em Curitiba (PR). Depois de largar na pole, o piloto do carro #51 até chegou a perder a primeira posição, mas ao conseguir ficar mais tempo na pista e poupar os pneus, abriu vantagem na parada dos boxes e voltou na frente dos rivais. Átila encerrou o jejum de vitórias justamente na pista onde venceu a última corrida no ano passado. Completaram o pódio Thiago Camilo (Ipiranga-RCM) e Daniel Serra (Red Bull Racing), pilotos que estão em segundo e primeiro lugar na disputa pelo campeonato.
Fotos: Site oficial Scott Dixon
Twitter: @prikinder

sábado, 19 de outubro de 2013

Deus tem um plano

Falta pouco para a largada do grande prêmio de Fontana, na Califórnia, a 19ª e última etapa desta temporada da IndyCar.

Foto: Priscila Cestari/2013
Scott Dixon e Helio Castroneves podem ser campeões nesta noite (no horário de Brasília, a corrida terá início às 22 horas). O neozelandês busca o terceiro título mundial, enquanto o brasileiro corre atrás do primeiro.

Antes da decisão, quero deixar registrada a minha torcida pelo Helinho e dizer que acredito sim nessa conquista.

Porque hoje pela manhã abri o livro "O Caminho da Vitória" e logo no início, ele narra o momento anterior à vitória das 500 Milhas em 24 de maio de 2009.

Registrei esse episódio naquela época no texto Dando a volta por cima. Fiquei feliz pela conquista dele porque depois de ter sido acusado de evasão fiscal nos Estados Unidos, de ter sido preso, julgado e enfim ter sido absolvido pela justiça norte-americana, Helio conquistava a terceira vitória no Indianapolis Motor Speedway.

Coincidentemente, pensei nesse acontecimento hoje. No dia em que ele precisa, novamente, lembrar do lema do pai, seu Helio, que diz "para ser um campeão, você tem de agir como um campeão". Agarrar o volante e ter concentração. Pensar que uma corrida não se vence na primeira volta e que é preciso aguentar firme e manter o controle.

Foto: Priscila Cestari/2013
Tenho fé em Nossa Senhora Aparecida, assim como sei que você e toda a sua família tem. Quando eu conheci a cidade de Aparecida neste ano, olhei fixamente para as suas luvas que estão lá em agradecimento à vitória nas 500 Milhas e senti uma energia muito boa. Não sei se teve a ver ou não, mas naquele dia você venceu no Texas.

Então, deixo aqui minha homenagem e minha torcida para que esse campeonato venha depois de nove anos do nosso jejum... lembra que o Tony Kanaan foi campeão no oval de Fontana em 2004? Por que você não pode repetir essa dose e fazer desse um circuito que dá sorte aos brasileiros?

Foto: Amauri Biarge/2011

Deus tem um plano.

E seja qual for esse plano hoje, Helio, estarei com os melhores e maiores pensamentos para você. Lembrando do seu sorriso nas vezes que nos encontramos e claro, mandando todas as melhores energias para que tudo dê certo no final.

Boa sorte, campeão!

"É preciso manter o controle e sempre acreditar em si mesmo. E, lembre-se, se houver problemas - e haverá - é porque existe uma solução para eles". (Helio Castroneves)

Mais uma vez

Texto originalmente publicado em 17 de outubro 2013 no site #ElasComentam 

Sebastian Vettel venceu. De novo. Pela quinta vez seguida na temporada.
Mas, conquistar a quarta vitória no grande prêmio de Suzuka, no Japão, não foi uma tarefa das mais fáceis. Primeiro, porque quem largou na frente foi o companheiro de equipe Mark Webber. Depois, o tricampeão perdeu a segunda posição na largada para o francês Romain Grosjean, da Lotus. E ainda se envolveu em um toque com Lewis Hamilton (Mercedes), que poderia ter danificado a asa dianteira da Red Bull. Mas, sorte de campeão é sorte de campeão e ninguém discute. Por isso, o jovem de Heppenheim seguiu em frente até alcançar, no final das 53 voltas, a 35ª vitória da carreira e a nona nesta temporada.
Vettel tinha chances de conquistar o tetra em solo nipônico, no mesmo circuito em que conseguiu o bicampeonato em 2011. E Suzuka também é famoso por ser o autódromo que mais assistiu a decisões de títulos. Segundo o jornalista Reginaldo Leme, foram onze vezes em 24 disputas, e entre elas estão os três títulos de Ayrton Senna (1988, 1990 e 1991) e o título de Nelson Piquet, em 1987.
Só que o vice-líder Fernando Alonso chegou em quarto lugar e adiou a festa do piloto  alemão. Faltando quatro provas para o final da temporada, a diferença entre os pilotos é de 90 pontos. Mesmo que o espanhol vença a próxima etapa no circuito de Buddh, na Índia, Vettel pode chegar em quinto lugar para conquistar o título antecipadamente e entrar para o seleto time em que já estão Juan Manuel Fangio, Alain Prost e Michael Schumacher.
A corrida até que foi movimentada com disputas de posições, mas o destaque da vez foi para Roman Grosejan. Até cheguei a acreditar que o francês quebraria a sequência de vitórias de Vettel, afinal na largada pulou da quarta para a primeira posição e liderou boa parte da corrida. Mas o desgaste dos pneus na segunda parte da prova, somada a estratégia da equipe rubro-taurina que levou Vettel a fazer duas paradas e a Webber três, deu à Lotus o terceiro lugar. De qualquer maneira, é bom lembrar que só na penúltima volta Webber ultrapassou Grosjean e assumiu o segundo lugar. E que Vettel só conseguiu assumir a posição do francês faltando 12 voltas para o final da prova. Na estratégia da equipe, Webber fez uma nova parada e Vettel assumiu a liderança.
Pelo o que parece, Grosejan conseguiu se livrar do apelido de “o maluco da primeira volta”, dado por Mark Webber em Suzuka no ano passado. Para quem não se lembra, o piloto da Lotus provocou um acidente com o australiano na largada do GP do Japão, um dos vários no histórico dele na temporada de 2012. Naquele ano, o francês também chegou a ser suspenso por uma corrida depois de provocar um acidente na largada de Spa-Francorchamps. Assim, o campeão da temporada de 2011 da GP2 mostra que deixou a ansiedade de lado, tem se mostrado mais maduro e prudente a cada prova. Porque ele é veloz e pode, em pouco tempo, conquistar mais espaço – e respeito – dentro do automobilismo mundial.
E assim como Sebastian Vettel, a Red Bull está próxima de mais um título. A equipe chegou aos 445 pontos e lidera o mundial de construtores, com uma vantagem de 148 pontos para a Ferrari, a segunda colocada com 297 pontos. E se quiser conquistar o vice, o time de Maranello precisa se empenhar bastante nas próximas provas, já que logo atrás estão a Mercedes (287) e Lotus (264).
#Rapidinhas
IndyCar: A decisão do título mundial acontece neste sábado (19) no circuito oval de Fontana, na Califórnia. O neozelandês Scott Dixon (Ganassi) busca o tricampeonato enquanto o brasileiro Helio Castroneves (Penske) tenta o título inédito na categoria. A disputa se parece com a de 2008 quando os dois pilotos também chegaram na última corrida em Chicago decidindo o campeonato. Castroneves venceu depois de largar em último, mas Dixon chegou em segundo lugar e garantiu o bicampeonato. O que resta é torcer para que vença o melhor. Mas é claro que a gente torce mesmo é que dê Brasil no final desta temporada.
Stock Car: Além das pistas da Nascar e da Indy, chegou a vez da Stock Car fazer parte do “Outubro Rosa”, campanha mundial de combate ao câncer de mama. Na 10ª etapa, que será disputada neste final de semana no autódromo internacional de Curitiba (PR), Rubens Barrichello vai trocar a tradicional pintura verde da equipe Full Time pela cor rosa. A corrida também marca o primeiro ano da estreia do piloto paulista na categoria.
DTM: A temporada do DTM (Campeonato de Turismo Alemão) termina neste domingo (20) com a etapa de Hockenheim. Apesar de o título de pilotos ter ficado nas mãos de Mike Rockenfeller e o vice com Augusto Farfus, o brasileiro quer ajudar a equipe a conquistar o título de construtores. A briga está entre Audi, de Rockenfeller, e a BMW, de Farfus. A diferença é de apenas oito pontos: 325 da Audi contra 317 pontos da BMW. A Mercedes, terceira colocada com 239 pontos, não tem mais chances de estar nessa briga.
Fórmula Truck: Régis Boessio (ABF Desenvolvimento Team) conquistou a vitória na 8ª etapa do campeonato brasileiro de F-Truck, disputada no Autódromo Internacional Dr. Nelson Luiz Barro, em Guaporé (RS), no último domingo. O piloto da casa superou Felipe Giaffone, Beto Monteiro e Djalma Fogaça nas voltas finais para assegurar a segunda vitória na temporada e fazer a alegria da torcida, já que Boessio é o único piloto gaúcho da Truck. Com os resultados de Guaporé, Monteiro segue na liderança com 126 pontos, 28 pontos a mais frente de Boessio, segundo colocado e que está empatado com Geraldo Piquet. Leandro Totti, com 90 pontos, é o quarto, seguido por Felipe Giaffone, com 85 pontos. A penúltima etapa da F-Truck acontece no dia 10 de novembro, em Curitiba.
Foto: Mark Thompson/Getty Images
Twitter: @prikinder

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A hora da virada

texto originalmente publicado em 08 de outubro 2013 no #ElasComentam

Helio Castroneves começou o último final de semana como líder do campeonato da Indycar e com 49 pontos de diferença para o segundo colocado, o neozelandês Scott Dixon. Mas a rodada dupla disputada em Houston, no Texas, mudou os rumos dessa história e acrescenta mais emoção nessa reta final. Pelo oitavo ano consecutivo, o campeão da temporada vai ser conhecido apenas na última etapa, desta vez no circuito oval de Fontana, na Califórnia.
Na primeira corrida no Reliant Park, disputada no sábado, o brasileiro largou na 21ª posição e com problemas no câmbio, terminou a prova em 18º lugar. Já o piloto da equipe Ganassi largou em segundo e conquistou a vitória em Houston, a quarta dele na temporada. Com o primeiro lugar, Dixon diminuiu a diferença para Castroneves para oito pontos.
A esperança era de que no domingo as coisas fossem diferentes. Pela manhã, uma forte chuva impediu a classificação para a segunda prova e o treino que decidiria a ordem dos pilotos no grid foi cancelado. A direção de prova decidiu que os pilotos largariam confirme a classificação no campeonato, e pelo regulamento, valeria a ordem depois do fim da rodada anterior, ou seja, a etapa de Baltimore, e não a primeira corrida de Houston. Assim, Castroneves e Dixon largaram na primeira fila.
A alegria de sair na frente durou pouco para o carro #3: na 11ª volta, Helio voltou a ter problemas na caixa de câmbio. Foi para os boxes, esperou várias voltas até o carro ser consertado, retornou à pista e conseguiu terminar a prova na 23ª colocação. Dixon liderava a corrida quando Will Power, companheiro de equipe de Castroneves, aproveitou a relargada depois de uma bandeira amarela e ultrapassou o piloto da Ganassi. A vitória do australiano (a segunda dele do ano) impediu que Dixon disparasse no campeonato e garantiu que a diferença entre o brasileiro e o neozelandês ficasse em 25 pontos.
Para a etapa decisiva que será disputada no dia 19 de outubro, no circuito oval de Fontana, o neozelandês agora é o favorito para conquistar o terceiro título. Estão em jogo 53 pontos, mas, para que esse quadro se reverta e a Indy tenha um campeão inédito, Helio precisa vencer a prova e torcer para que Dixon termine a corrida acima do oitavo lugar. É o momento do tudo ou nada. E que vença o melhor!
Ao voltar cinco anos no “túnel do tempo”, encontrei várias coincidências: a disputa do título aconteceu entre os mesmos pilotos e o campeonato também foi decidido em um circuito oval, mas o de Chicago (Chicagoland Speedway). Para quem não se lembra, nas últimas voltas os carros de Castroneves e Dixon ficaram lado a lado. O brasileiro cruzou a linha de chegada com 0s003 a frente, mas nem mesmo a vitória foi suficiente para impedir que o neozelandês, com o segundo lugar, conquistasse o bicampeonato.
Nos circuitos ovais nesta temporada (Indianapolis, Texas, Milwaukee e Iowa), o tricampeão das 500 Milhas terminou na frente de Dixon em todos, inclusive conquistou a única vitória até aqui no Texas Motor Speedway. Mas o piloto do carro #9 está na frente em outro ranking: tem quatro vitórias e liderou, até a 18ª etapa, um total de 254 voltas, contra 212 voltas de Castroneves.Essa decisão vai ser muito acirrada. Apesar de o campeonato ter sido equilibrado, Penske e Ganassi mostraram que continuam fortes. Para quem, no início da temporada, não acreditava que o time de Chip Ganassi, mesmo com dois campeões mundiais e vencedores das 500 Milhas, pudesse reagir, chegamos à reta final com a certeza de que todo jogo pode ser revertido.
#Rapidinhas
Acidente em Houston: A segunda corrida foi marcada por um acidente na última volta entre Dario Franchitti e Takuma Sato. Ao tentar ultrapassar Sato, Franchitti acabou acertando a traseira do carro do japonês, decolou e bateu contra o alambrado. Com o impacto, vários pedaços do carro #10 voaram em direção aos torcedores que estavam nas arquibancadas. Segundo a organização da prova, 13 pessoas ficaram feridas, mas sem gravidade. Dario Franchitti foi imobilizado pelos médicos e teve de ser transferido para o Memorial Hermann Hospital, em Houston. Ele sofreu uma fratura no tornozelo direito e em duas vértebras, além de ter levado uma pancada na cabeça. Pelo twitter, o escocês tranquilizou os fãs agradecendo a todos pelas mensagens. A última atualização do boletim médico informou que Franchitti passou por cirurgia para estabilizar a fratura e ele vai ficar mais alguns dias no hospital. Ainda nesta semana o piloto deve ser transferido para Indianápolis para novas avaliações.
Fórmula 1: O caminho para Sebastian Vettel se tornar o piloto mais jovem a conquistar o tetracampeonato de Fórmula 1 está livre. E com os adversários cada vez mais distantes. Na madrugada de sábado para domingo, o alemão venceu o GP da Coreia do Sul, em Yeongam. Essa foi a oitava vitória na temporada e a quarta consecutiva. Agora, o piloto da Red Bull tem 272 pontos contra 195 pontos do segundo colocado Fernando Alonso, que chegou em sexto lugar. Completaram o pódio os carros da Lotus: Kimi Raikkonen e Roman Grosjean. Felipe Massa rodou na primeira volta e fez uma corrida de recuperação, terminando a prova em nono lugar. A vantagem de 77 pontos pode dar a Vettel o título no próximo domingo em Suzuka, no Japão. Se o alemão vencer, precisa torcer para que o espanhol termine a prova em no máximo na oitava colocação para garantir o título. Em 2011 Vettel conquistou o bicampeonato no Japão, com quatro corridas de antecedência.
Tony Kanaan em nova equipe para 2014: 
O mistério chegou ao fim. Campeão das 500 Milhas deste ano, Tony Kanaan vai correr pela equipe Ganassi na temporada do ano que vem. O brasileiro estará no quarto carro da equipe de Chip Ganassi, um dos mais vencedores da história da Indy. Kanaan volta a ser companheiro do amigo, o escocês Dario Franchitti (tetracampeão), além do neozelandês Scott Dixon (bicampeão) e do norte-americano Charlie Kimball. Esta é a sexta equipe que TK faz parte em 16 anos correndo nos Estados Unidos e já passou pelas equipes Tasman, Forsythe, MoNunn, Andretti e a atual KV. Curiosidade: em 15 temporadas da Indycar, Kanaan é o recordista no número de largadas (273), tem 16 vitórias, 15 poles e liderou 3.336 voltas. Além de ser o campeão da temporada de 2004.

Fotos: David Phillip/AP
Twitter: @prikinder

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Acabou o mistério

Tony Kanaan, campeão das 500 Milhas deste ano, vai ser o quarto piloto da Ganassi em 2014. O brasileiro vai correr ao lado do escocês Dario Franchitti (de quem já foi parceiro na Andretti), do neozelandês Scott Dixon e do norte-americano Charlie Kimball.

O anúncio foi feito depois do primeiro treino na última sexta-feira em Houston, no Texas.

Boa sorte!!!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Augusto Farfus é vice-campeão no DTM

texto originalmente publicado em 01 de outubro 2013 no site #ElasComentam
Augusto Farfus Junior é o primeiro piloto brasileiro a disputar um dos campeonatos mais conhecidos no mundo, o alemão de turismo conhecido como DTM (Deustche Tourenwagen Masters). E no último fim de semana no circuito de Zandvoort, na Holanda, o curitibano que disputa a temporada pela equipe BMW conquistou mais uma vitória, a terceira deste ano e de número #50 da montadora alemã. Além de estar pela quarta vez seguida no pódio.
Apesar da vitória, Farfus não conseguiu evitar o título por antecipação do alemão Mike Rockenfeller, da equipe Audi, que ficou em segundo lugar na corrida. Com esse resultado o brasileiro já garantiu o vice-campeonato, porque faltando apenas uma etapa, a de Hockenheim no dia 20 de outubro, o terceiro colocado Christian Vietoris (Mercedes) não pode mais alcançar Farfus. O piloto da BMW era o único que poderia adiar para a última etapa a decisão do título de Rocky, de 29 anos e que tem entre outras conquistas no currículo a vitória das 24 Horas de Le Mans de 2010.
Além da corrida na Holanda, Augusto Farfus venceu duas corridas na temporada: a de Hockenheim, na abertura do campeonato, e em Oschersleben, na oitava etapa. Foi nesta prova que ele entrou de vez na briga pelo título e deixou o nome do Brasil em destaque no campeonato alemão. Infelizmente em algumas provas o carro de Farfus se mostrou muito irregular e por isso, os pontos não conquistados fizeram a diferença nessa reta final
Para quem não conhece o DTM, a categoria alemã se parece com a da Stock Car no Brasil. Para muitos é considerada a principal de carros de turismo no mundo. Atualmente Audi, BMW e Mercedes-Benz participam do campeonato. No Brasil, o espaço dado ao DTM é pequeno e quem quer assistir a transmissão das provas pode acompanhar pelo canal BandSports. Na Alemanha, o campeonato é muito popular, transmitido pelo principal canal do país, ao vivo e em todas as etapas, com arquibancadas sempre lotadas. E o melhor de tudo é que o hino do vencedor é cantado ao vivo na cerimônia do pódio. De arrepiar!
Mas, afinal, quem é Augusto Farfus Junior?
Aos 30 anos ele já coleciona muitas vitórias. A primeira, aos seis anos, na categoria de mini-motos em Curitiba (PR). Dali vieram o primeiro apelido (o menino da moto mágica) e o primeiro título, que se somou, mais tarde, aos mais de 10 nacionais e internacionais conquistados por esse curitibano.
Em 1992, Farfus foi para o kart e o bom desempenho o levou para disputar campeonatos na Europa. No ano 2000 foi para a Itália e passou do kart aos monopostos. Conquistou em 2002 o título de Campeão Europeu de Fórmula Renault. Com a taça nas mãos, em 2003, veio o convite para disputar o Campeonato de Fórmula 3000 Europeia como primeiro piloto da equipe Draco. E, mais uma vez, conquistou o título, só que nesse ano com duas corridas de antecedência.
Entre 2004 e 2011, Farfus disputou o campeonato mundial de carros de turismo (WTCC). Primeiro passou pela Alfa Romeo, mas desde 2007 é piloto oficial da equipe BMW. No ano passado, o brasileiro conquistou o 6º lugar no DTM e foi considerado o melhor estreante do ano com uma vitória (Valência/Espanha) e duas poles positions.  Já na segunda corrida no campeonato se tornou o primeiro piloto brasileiro a conquistar um troféu na categoria alemã.
Para mim, além de ser um brasileiro que já tem o nome na história do automobilismo mundial, Farfus é o piloto com quem descobri a emoção de acompanhar uma corrida do DTM. Depois de assistir a primeira vitória dele nesta temporada, não parei mais de torcer e acompanhar as disputas do campeonato alemão. Também me emocionei a cada vez que ele subiu ao pódio.
E quem quiser conhecer um lado divertido desse brasileiro, deixo uma dica. No ano passado circulou na internet um vídeo em que Augusto Farfus levou a esposa Liri para dar uma volta com um carro esportivo na pista de Nürburgring, num desafiador traçado de quase 23 km.
O vídeo revelou o apelido “Ninho” (ou seria Ninhooooooo!!!) para o mundo. Confira:
crédito da foto: DTM (Divulgação)
#Rapidinhas
IndyCar: Helio Castroneves pode conquistar o primeiro título na Fórmula Indy durante a rodada dupla em Houston (EUA, que será disputada neste sábado e domingo. Na liderança do campeonato, o piloto da Penske tem 501 pontos contra 452 do neozelandês Scott Dixon, da Ganassi. Faltando três corridas para o fim da temporada, ele pode levar o título no final de semana se deixar a diferença para a vice-liderança em no mínimo 54 pontos, já que a última prova será no circuito de Fontana, na Califórnia. Caso vença as duas provas, Helio confirmaria o título sem depender de nenhum outro resultado. Vamos torcer!
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