Na semana passada, desejei lá na seção #Rapidinhas (que fica no final do texto) que o pódio triplo da equipe de Chip Ganassi, na pista oval de Pocono, pudesse servir de “inspiração e motivação” para o time voltar a vencer.
E não é que Scott Dixon deve ter mesmo se animado? Na IndyCar, ele venceu as duas corridas da rodada dupla disputadas no circuito misto de Toronto, no Canadá.
Além de se tornar o piloto em atividade com o maior número de vitórias (32 na carreira), o neozelandês do carro #9 assumiu a vice-liderança do campeonato. Agora está a 29 pontos do brasileiro Helio Castroneves, que tem 425 pontos. E deixou para trás o atual campeão, o norte-americano Ryan Hunter-Reay (Andretti), com 356 pontos.
As vitórias para a Ganassi só chegaram depois da metade da temporada, é verdade. Mas é bom relembrar que Dixon já tinha subido ao pódio ao conquistar o segundo lugar na corrida do Alabama. Pelos resultados, deu para notar também que o motor Honda evoluiu bastante depois da corrida em Indianápolis. Se o neozelandês não tivesse conquistado pontos importantes na primeira parte do campeonato, não adiantaria muito vencer três vezes seguidas.
Há quem diga que Dixon se manteve na primeira parte do campeonato numa disputa “na raça”, enquanto que o companheiro Dario Franchitti teria “perdido o fôlego”. Dois campeões mundiais e que estão há tanto tempo nas pistas dependem mais de um bom carro do que provar que são bons pilotos. Assim como Dixon, o  escocês subiu ao pódio nas duas últimas etapas: foi terceiro colocado em Pocono e na primeira prova de Toronto. Ele conseguiu a pole três vezes, mas só largou na frente em duas: Long Beach e a primeira corrida de Toronto (porque na primeira corrida de Detroit, o piloto foi punido e perdeu posições por conta de troca de motor). Faltando seis provas para o final da temporada, Franchitti ocupa a 7º posição no campeonato, com 307 pontos – o mesmo número de pontos do brasileiro Tony Kanaan (KV Racing), que tem uma vitória conquistada em Indianápolis.
Costumo dizer que regularidade, algumas vezes, faz mais diferença do que número de vitórias. E os pilotos costumam tirar bom proveito disso. Apenas Scott Dixon e James Hinchcliffe (Andretti) têm três vitórias na temporada. Mas o canadense está apenas na oitava posição com 305 pontos. Assim como Hinchcliffe, o piloto da Ganassi também não fez nenhuma pole, mas apareceu no TOP-10 em oito vezes na temporada. Diferentemente de Helio Castroneves, que se manteve no TOP-10 em 12 corridas (das 13 disputadas), conquistou a pole em Iowa (mas não largou na frente), subiu ao pódio cinco vezes, está na liderança há oito etapas, desde a primeira prova da rodada dupla em Detroit. Mas o piloto da Penske venceu apenas uma vez, no Texas.
Apesar da liderança brasileira, é preciso ficar de olho no campeonato. Dixon saiu de quinto para segundo em uma semana, e a próxima corrida, no dia 4 de agosto, será no circuito misto de Mid-Ohio. Pista em que o neozelandês venceu quatro vezes, sendo a última no ano passado. E Helio Castroneves venceu duas, nos anos 2000 e 2001.
crédito das fotos: Getty Images
#Rapidinhas
O troféu: Ainda falando da Indy, uma cena inusitada aconteceu no pódio da primeira corrida disputada em Toronto. Sebastien Bourdais (Dragon Racing), segundo lugar na prova, ficou com a base do troféu nas mãos. A parte de vidro descolou e o francês, incrédulo, acompanhou o troféu “quicando” até quebrar no chão do pódio… Na foto oficia aparecem os troféus inteiros de Dixon e Franchitti, além do pedacinho (com a base) que sobrou do troféu do Bordais. Mico total!
A vingança: Não sou de acompanhar a DTM (Deutsche Tourenwagen Masters), que é o campeonato de turismo alemão que conta com montadoras como Audi, BMW e Mercedes.  Mas no domingo acordei cedo e assisti as voltas finais da quinta etapa disputada no circuito de rua de Norisring. Eis que vi um verdadeiro “bate-bate” na disputa de posições. O piloto Edoardo Mortara (Audi) tocou na traseira de Gary Paffet (Mercedes). O inglês não gostou nada disso: algumas voltas depois revidou a batida e jogou o carro italiano no muro, causando um acidente que tirou os dois pilotos da prova. Não bastasse essa confusão, o piloto Mattias Ekstrom (Audi) venceu a prova, mas algumas horas depois foi penalizado pela direção da prova porque recebeu uma garrafa de água. Isso infringe o regulamento do campeonato, que diz que o piloto “não pode receber nenhum objeto de terceiros antes de passar pela pesagem”. Com isso a vitória foi para o canadense Robert Wickens (Mercedes), a primeira dele no DTM. Mas a Audi ainda vai recorrer da decisão, que será julgada pela federação alemã de automobilismo.
Twitter: @prikinder