sábado, 28 de julho de 2012

Alonso vence e fica mais perto do tricampeonato

**postagem publicada originalmente em 25/07/2012 no #elascomentam: http://www.elascomentam.com.br

Com a corrida disputada nesse fim de semana no circuito de Hockenheim, na Alemanha, a Fórmula 1 chega à metade da temporada de 2012. Até aqui foram disputadas dez corridas com sete vencedores¹ diferentes nas primeiras sete etapas. Mas apenas um deles já repetiu o feito três vezes: Fernando Alonso. A partir de agora o espanhol da equipe italiana Ferrari tem grandes chances de conquistar o tricampeonato mundial. Alguém ainda duvida?

A dúvida maior estava mesmo no início do campeonato, cada vez mais surpreendente a cada etapa. Apesar do quinto lugar no GP da Austrália, na abertura da Fórmula 1, e depois da primeira vitória no Grande Prêmio da Malásia, em Sepang – numa corrida em que Alonso contou com seu talento e muita sorte –, ninguém acreditava que a Ferrari poderia melhorar. Pra mim, o F2012 estaria por mais um ano muito distante das outras equipes como McLaren e RedBull. E muito, muito mais longe de levar seu principal piloto às primeiras posições ou até mesmo ao título mundial.

Alonso no pódio em Hockenheim (Michael Probst/AP)
Mas estamos falando de Fernando Alonso, certo? O bicampeão mundial (2005-2006) é competitivo o bastante para correr atrás do melhor resultado. E vai sempre andar mais do que o carro. Por isso é que marcou pontos nas dez etapas da F1, além de fazer duas poles, levar a Ferrari seis vezes ao pódio e ter como pior posição de chegada um 9º lugar no GP da China (Xangai). O resultado dessa regularidade não poderia ser melhor: Alonso lidera o campeonato com 154 pontos, 34 a frente do australiano Mark Webber (RedBull – 120 pontos), e 44 do alemão Sebastian Vettel (RedBull – 110 pontos).

Podemos dizer que a vitória de Alonso começou a ser desenhada no sábado durante os treinos oficiais que aconteceram debaixo de chuva. Foi somente nos instantes finais que o espanhol ficou com a pole position, superando o bicampeão da RedBull que estava correndo em casa. Esta foi a segunda pole seguida do piloto da Ferrari em pista molhada, já que na corrida anterior, o GP da Inglaterra, em Silverstone, ele também saiu na frente.

Sair na frente fez toda a diferença para dominar a corrida em Hockenheim e controlar a vantagem durante a prova. No início, Alonso até foi ameaçado por Sebastian Vettel (RedBull) e pelo inglês Jenson Button (McLaren), mas conseguiu administrar bem a diferença para os adversários e vencer praticamente de ponta a ponta. O alemão da Red Bull terminou em segundo, mas foi punido com o acréscimo de 20 segundos em seu tempo de prova e caiu para a quinta posição. Isso porque os comissários da prova avaliaram que a ultrapassagem feita sobre Button faltando uma volta para o final foi irregular. Assim, o piloto inglês terminou em segundo lugar, com Kimi Raikkonen (Lotus) em terceiro e Kamui Kobayashi (Sauber) em quarto.

Esta foi a primeira vez na temporada que Fernando Alonso dependeu apenas do seu próprio resultado, mais do que da sorte de campeão das últimas duas vitórias. Tanto na Malásia quando o espanhol só venceu depois que o mexicano Sérgio Perez (Sauber) – que era o principal adversário nas voltas finais – errou e saiu da pista. E depois no GP da Europa (Valencia/Espanha), quando contou com o abandono de Sebastian Vettel e Romain Grosjean (Lotus), que estavam na frente. Mas mesmo com essas “colaborações da sorte”, Alonso certamente não deixa de ser um piloto arrojado, agressivo, em busca dos melhores resultados e, principalmente, da vitória.

O melhor de tudo é que neste campeonato ainda indefinido, e até aqui surpreendente, restam dez corridas. A próxima prova será disputada em Budapeste, na Hungria, no dia 29 de julho. Não dá pra perder!!!

E para encerrar, não podemos nos esquecer de que nesse fim de semana Fernando Alonso venceu no mesmo circuito onde há dois anos conquistava outra vitória, mas de forma polêmica. Era o GP da Alemanha de 2010.Quem não se lembra de quando a Ferrari mandou recado pelo rádio para o então líder Felipe Massa, na 49ª volta, para que cedesse a posição para o companheiro de equipe? O áudio do engenheiro do piloto brasileiro dizia: “Fernando is faster than you. Can you confirm you understand that message?” (Fernando está mais rápido que você. Você pode confirmar que entendeu a mensagem?). Imediatamente, Massa atendeu a ordem da escuderia italiana. A manobra rendeu uma multa de US$ 100 mil aplicada à Ferrari pela Federação Internacional de Automobilismo. E muita polêmica relacionada ao jogo de equipes.

¹ Vencedores das sete primeiras corridas em 2012: Jenson Button (McLaren), GP da Austrália. Fernando Alonso (Ferrari), GP da Malásia. Nico Rosberg (Mercedes), GP da China. Sebastian Vettel (Red Bull), GP do Bahrein. Pastor Maldonado (Williams), GP da Espanha. Mark Webber (Red Bull), GP de Mônaco. Lewis Hamilton (McLaren), GP do Canadá. 

Jacarepaguá: a despedida agora é pra valer!



**postagem publicada originalmente em 18/07/2012 no #elascomentam: http://www.elascomentam.com.br

No último domingo, a sexta etapa do campeonato brasileiro de Stock Car foi disputada no autódromo internacional Nelson Piquet, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. A vitória ficou com o piloto Allam Khodair (Vogel-Motorsport). Mesmo com um oitavo lugar, Cacá Bueno (Red Bull Racing) assumiu a liderança na competição, com 99 pontos. 

Esta seria somente mais uma corrida da temporada 2012, não fosse o significado que ela tem para a história do automobilismo brasileiro. E dessa vez parece que o adeus é mesmo definitivo: foi a última corrida da Stock Car disputada no autódromo carioca antes dele ser completamente desativado para dar lugar ao Parque Olímpico, espaço de competições durante os jogos da Rio-2016. A previsão é de que até o segundo trimestre de 2013 as instalações temporárias e permanentes para as Olimpíadas já estejam em construção. Vale lembrar que parte de Jacarepaguá foi desativada há alguns anos para dar espaço às instalações dos jogos Pan-americanos de 2007.

A história do autódromo de Jacarepaguá começa em 1977, quando ainda se chamava Autódromo da Cidade do Rio de Janeiro e tinha 5.030 metros de extensão. Vale a pena voltar no tempo e assistir a este vídeo do Arquivo Nacional – realizado pela Agência Nacional – com imagens da primeira corrida: a Fórmula VW 1.600 Super-V, disputada em 7 de agosto.

 

Em 1978, e de 1981 a 1989 o autódromo de Jacarepaguá sediou o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Em 1988, passou a se chamar Autódromo Internacional Nelson Piquet, em homenagem ao piloto tricampeão. De 1995 a 2004 foi palco da MotoGP. E entre 1996 e 2000, recebeu as etapas sul-americanas do campeonato da CART – sem esquecer, é claro, da vitória do piloto brasileiro André Ribeiro na estreia da Rio400 no circuito oval no dia 17 de março de 1996. Havia uma promessa de que quando Jacarepaguá saísse do mapa, outro autódromo seria construído em Deodoro, na zona oeste do Rio de Janeiro. Mas até agora, o que se sabe mesmo é que a briga para liberação de licença ambiental está entre o Ministério Público Estadual e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. A seguir, cenas dos próximos capítulos.

Desenho conceitual do novo autódromo (Divulgação)
Há quem diga que o legado que será deixado depois da Rio-2016 nesta região  (por se tratar do primeiro centro olímpico de treinamento da América do Sul) seja maior do que representa o autódromo para a história do automobilismo brasileiro. As críticas pelo fim do autódromo são muitas, afinal são tantos interesses envolvidos –  econômicos, políticos, imobiliários, entre outros – que diante de se manter um local para a prática do automobilismo tudo fica pequeno demais em relação ao esporte. A despedida tem um tom de tristeza. Seja para quem só acompanhou as corridas pela televisão (como eu), para quem conheceu de perto o autódromo e, principalmente, para os pilotos que puderam correr em um dos circuitos mais importantes de todo o Brasil.

Mas para os apaixonados por velocidade que querem se despedir de Jacarepaguá ainda há chances: neste fim de semana (20, 21 e 22 de julho) podem aproveitar para assistir a quarta etapa do campeonato brasileiro de Gran Turismo (GT3, GT Premium e GT4), além das disputas do Mercedes-Benz Grand Challenge, das motos do Elf SuperBike e os protótipos do Campeonato Brasileiro de Spyder Race.

domingo, 8 de julho de 2012

O novo líder da GP2 é brasileiro

Se na Fórmula 1 o hino brasileiro tocou pela última vez em 2008, nesta temporada da GP2 tivemos a oportunidade de ouvi-lo quatro vezes nas vitórias de Luiz Razia. A última delas em Silverstone, na Inglaterra, nesse fim de semana.

Luiz Razia vence na Inglaterra (GP2 Series 2012)
Na primeira prova, disputada no sábado, Razia chegou em quinto. Resultado que deu ao piloto brasileiro a liderança do campeonato da GP2. No domingo, Razia largou na quarta posição e durante a prova levou a melhor na disputa direta com o italiano Davide Valsecchi, que havia chegado na Inglaterra como líder do campeonato.

Vale lembrar que outro brasileiro, Felipe Nasr, companheiro de equipe de Valsecchi, foi o terceiro colocado e levou mais uma bandeira verde-e-amarela para o pódio de Silverstone.

Além da consolidação da liderança em um campeonato que é a vitrine para a Fórmula 1, a vitória de Luiz Razia no templo do automobilismo mundial tem significado especial. O piloto da equipe Arden mostra que além do talento - o qual já me referi em Quando o talento faz a diferença - , tem um bom carro e muita determinação para brigar pelo título da GP2 deste ano.

Lembrando que a primeira vitória de Luiz Razia na GP2 foi em Sepang, na Malásia. Depois, vieram duas na Espanha: Barcelona e Valencia. E agora, Silverstone. E se não fosse por um pneu furado em Mônaco, Razia teria tido grandes chances de vencer em outro templo do automobilismo mundial.

Pódio em Silverstone: Razia, Valsecchi e Nasr (GP Series 2012)

MOMENTO "QUANDO VIREI FÃ"

Neste fim de semana foi a primeira vez que assisti as duas etapas da GP2 ao vivo. E acho que dei sorte!!! No sábado, na internet e no domingo pela TV.

Comecei acompanhando a temporada de 2012 pelos vídeos do Youtube. Depois, pelas reprises no SporTV. Minha primeira lembrança de Luiz Razia é antiga, dos tempos em que ele participava da Fórmula 3 Sul-Americana (2005). Mais recentemente, a partir de 2010, quando o brasileiro já disputava a segunda temporada da GP2 e era o piloto de testes da equipe Virgin Racing, da Fórmula 1.

Luiz Razia nasceu em Barreiras, na Bahia. A carreira como piloto começou no Autocross (campeonato de rali) em 2002 em sua terra natal. Mas quem quiser saber mais sobre este grande piloto vale a pena conhecer o site oficial: http://www.luizrazia.com. Outra sugestão é conhecer o programa DriveRiot, apresentado por Razia e dedicado a tudo aquilo que envolve pilotos e corridas: http://www.youtube.com/user/LuizRazia