domingo, 9 de abril de 2017

Depois de dois anos James Hinchcliffe volta a vencer na Indy

James Hinchcliffe vence o GP de Long Beach (Califórnia)
Imagem: IndyCar
O canadense James Hinchcliffe (#5) conquistou a quinta vitória da carreira no grande prêmio disputado nas ruas de Long Beach, na Califórnia, nesse domingo. E deu à equipe Schmidt Peterson a sexta vitória como piloto e primeira no circuito que é um dos mais tradicionais da Fórmula Indy. Os pilotos Sebastien Bourdais (#18), da Dale Coyne, e Josef Newgarden (#2), da Penske, completaram o pódio em Long Beach.

Bandeira verde e o pole Helio Castroneves (#3), da Penske, caiu para sexto e deixou a liderança para Scott Dixon (#9), da Ganassi. O neozelandês liderou a prova até a parada nos boxes na volta 16 quando Ryan Hunter-Reay (#28), da Andretti, assumiu o primeiro lugar. Na segunda parte dos pitstops, enquanto Hunter-Reay e Alexander Rossi (#98), da Andretti Herta Autosport, foram para os boxes, Hinchcliffe ficou na pista e parou uma volta depois. Dixon e Newgarden também fizeram uma nova parada e o canadense assumiu a liderança.

E a sorte estava do lado de Hinchcliffe. Na volta 62 o carro de Rossi parou na pista com problemas mecânicos e com isso a direção de prova acionou a bandeira amarela. Hinchcliffe foi bem na relargada e faltando sete voltas para o final da prova, Hunter-Reay, que estava logo atrás do canadense, teve problemas elétricos e parou. Em tempo: nenhum dos carros da Andretti terminou a corrida de Long Beach.

A corrida foi reiniciada a três voltas do final, Hinchcliffe conseguiu abrir alguns preciosos segundos na relargada e evitar a ultrapassagem de Bourdais. Essa foi a primeira vitória do piloto canadense em um circuito de rua desde a vitória em São Petersburgo, em 2013.

Hinchcliffe, de 30 anos, voltou a subir no lugar mais alto do pódio após dois anos. A última vitória aconteceu em 2015 no GP de Louisiana, disputado em New Orleans. No mesmo ano, o canadense sofreu um grave acidente nos treinos das 500 Milhas de Indianápolis e ficou fora de toda a temporada. Retornou às atividades no ano passado e conquistou a poleposition na corrida centenária no Motor Speedway.

E o mais curioso: meses depois de ter conquistado o segundo lugar no programa Dancing with The Stars, James Hinchcliffe voltou à Califórnia neste final de semana e conquistou a vitória nas ruas de Long Beach. Ele mostrou que superou desafios e aprendeu a dançar, mas são nos monopostos que o canadense também sabe dar show!

Os brasileiros Helio Castroneves terminam a prova em 9º lugar e Tony Kanaan (#10), da Ganassi, na 15º posição.

Depois de duas corridas disputadas, Sebastien Bourdais lidera o campeonato com 93 pontos, seguido de James Hinchcliffe com 74 pontos, Simon Pagenaud com 71. Helio Castroneves ocupa a sexta posição com 51 pontos e Tony Kanaan, na 15ª posição, com 33 pontos.

A Fórmula Indy retorna no dia 23 de abril, no Grande Prêmio do Alabama, no Barber Motorsports. 

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Será que o amor acabou?

A relação entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg, que já não andava lá essas coisas, piorou muito depois do grande prêmio da Bélgica. Logo na segunda volta os pilotos se envolveram numa batida que, aparentemente, parecia ser incidente de prova. Mal a corrida havia começado e já tínhamos o inglês com o pneu esquerdo traseiro furado e o alemão, tentando recuperar a liderança, com um pedaço do bico danificado. 

Enquanto Lewis caiu para último, e abandonou a prova enquanto estava na 16ª posição, Nico conseguiu se recuperar e chegou em segundo lugar. Será que valia mesmo a pena perder um pedaço de asa para prejudicar o companheiro de equipe?

Quando a temporada começou, todos sabiam que a Mercedes era a equipe a ser batida. Inclusive os pilotos da escuderia que, no ano anterior, pareciam ter tido uma ótima convivência, afinal ambos cultivavam uma amizade de muitos anos e que teve início no kart. Mas a conquista do campeonato deste ano levou os amigos, que também são ótimos pilotos, a uma concorrência maior. E quando há um título em disputa a competição inevitavelmente fala mais alto.



No automobilismo há uma teoria em que o primeiro adversário de um piloto é o companheiro de equipe. E isso está sendo levado à risca dentro da Mercedes. Desde a segunda corrida na Malásia, com a primeira vez dos dois pilotos da equipe no pódio, Lewis e Nico sempre andaram muito próximos. Os carros prateados somam sete dobradinhas, com cinco vitórias de Hamilton e quatro de Rosberg. Mas desde o grande prêmio de Mônaco eles vivem em um clima nada agradável. Foi quando Rosberg parou na área de escape durante o treino de classificação, provocou bandeira amarela e Hamilton chegou a declarar que ele fez isso propositalmente, o que atrapalhou a volta rápida e uma possível pole position.

Já no grande prêmio da Hungria, o último antes das férias da F1, foi a vez do alemão ficar muito bravo com o inglês, que se recusou a aceitar a ordem da Mercedes de dar passagem ao companheiro que estava com uma estratégia de uma parada a mais nos boxes. A equipe chegou a fazer uma reunião com os pilotos para acalmar os ânimos, mas no último domingo Lewis chegou a sugerir que essa atitude levou o alemão a provocar a batida no circuito de Spa-Francorchamps.

Apesar de a regra #1 da Mercedes ser “não batam entre vocês”, os últimos episódios dessa disputa interna preocupa cada vez mais a direção da escuderia. Até porque esse é um momento decisivo entre os dois pilotos e também da equipe. Claro que o duelo entre eles é um ingrediente a mais para as corridas, mas quem quer ganhar o campeonato precisa se preocupar em fazer um bom trabalho dentro das pistas, de forma competitiva, porém limpa. Se Rosberg bateu de propósito, agiu de maneira desleal e isso não é nada legal para o esporte.

Enquanto isso, a Red Bull se aproveita das confusões da Mercedes para ir chegando devagarinho no campeonato. Daniel Ricciardo conquistou a terceira vitória na temporada. O australiano está em terceiro lugar no campeonato com 156 pontos. Sem terminar a prova, Lewis Hamilton permaneceu em segundo com 191 pontos e Nico Rosberg segue na liderança com 220 pontos.
 
O próximo duelo entre Nico e Lewis acontece no dia 7 de setembro, no grande prêmio de Monza, na Itália. Todos estão muito ansiosos para saber se o amor acabou mesmo ou se ainda resta um pouco até o final da temporada.


Twitter: @prikinder
 

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Blue Eyes Blue


Faltavam pouco mais de quinze minutos para a uma da tarde desta quarta-feira, dia 13 de agosto, quando ouvi na redação que Eduardo Campos, candidato à presidência pelo PSB, estava na aeronave que caiu em Santos, no litoral paulista. Naquele momento, pensei naquelas pessoas que perderam suas vidas, nas famílias, nas pessoas que se machucaram, naqueles que ficam com a dor da perda...

Nestas décadas de vida, já acompanhei (jornalisticamente falando) três acidentes aéreos. O da Gol, em 2006, o da TAM, em 2007 e agora com a equipe do Eduardo Campos. Sempre penso que ali poderia estar eu, você, alguém da minha família, um amigo próximo, algum conhecido ou alguém que nunca vi na vida. Não importa. Toda vez que acontece um acidente de avião fico triste de um jeito que não tem explicação... o coração dói, o peito aperta, é impossível não deixar uma lágrima escorrer pelo rosto e pedir a Deus que conforte as famílias neste momento.

Não sou de falar de política, mas talvez depois do esporte, é a segunda área do jornalismo que gosto de acompanhar. Viver em Brasília me deixou mais perto do Congresso, dos projetos de lei, das lideranças políticas, dos anexos da Câmara e do Senado, das Comissões Parlamentares...etc. Desde 2002 acompanho as eleições e depois de tanto tempo ficamos mais do que acostumados que a cada dois anos vamos conviver com as agendas dos candidatos, regras do TSE, pautas sobre o processo eleitoral.

E hoje, o que aconteceu com o Eduardo Campos, me fez pensar que estamos sempre mais perto da morte do que imaginamos. E por isso, precisamos muito celebrar a vida. Ontem, o candidato entrava ao vivo na minha casa (e tantas outras no país) durante entrevista para o Jornal Nacional. No domingo tinha comemorado o aniversário de 49 anos e o dia dos pais com a família. Na tarde desta quarta, estaria em São Paulo para gravar programas eleitorais. E dia 21 participaria do debate na Band...

Lembro-me de quando o neto de Miguel Arraes se tornou ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula. Eduardo era o mais bonito de toda a Esplanada dos Ministérios, com aqueles olhos cor de mar do Caribe. Ouvi muitas vezes que ele era uma grande liderança política, inspirado sempre no avô. Tanto que depois do MCT, foi governar o estado de Pernambuco por duas vezes.

Para as eleições deste ano, não me surpreendeu quando Campos anunciou que seria candidato. O PT o queria como vice da presidente Dilma e ele, que não queria ser o segundo, decidiu que iria disputar a presidência do país. A união com Marina Silva, que conquistou quase 20 milhões de votos na última eleição geral, faria o governador ser mais conhecido no eixo Sul-Sudeste. Sempre tive a impressão de que eles não tinham unanimidade em muitos temas, mas a ex-ministra do Meio Ambiente resolveu se unir a uma campanha, que ao meu ver, poderia tirar eleitores de Dilma.

O que me vem à cabeça neste momento é o cenário eleitoral que deve sim se alterar com a ausência de Eduardo Campos. Segundo o TSE, o partido tem 10 dias para indicar um novo nome para concorrer à presidência. Não acredito que o PSB e os demais aliados vão tirar Marina da disputa. Até porque, mesmo com esse triste episódio, o país todo passou a saber quem era Eduardo Campos e vai associá-la a ele a partir de agora.

Se hoje pudesse arriscar o que aconteceria na campanha, diria que Marina vai ultrapassar Aécio Neves e se tiver segundo turno, vai disputar com a presidente Dilma o posto mais alto do executivo. E poderá chegar longe... Não foi no Chile em que duas mulheres (Michelle Bachelet e Evellyn Matthei) foram para o segundo turno? Talvez Marina, nesse momento de comoção nacional, acabe conquistando alguns votos dos indecisos porque tem carisma e assim conquiste eleitores que seriam de Dilma e de Aécio. Mas, justiça seja feita: Eduardo Campos fazia um papel muito mais articulador do que ela. Ao longo dos anos construiu as alianças políticas, mas não perdeu de vista a possibilidade de se tornar candidato à presidência da República pelo PSB.

Por mais que as pessoas tenham divergências políticas, diferenças de opiniões, lembremo-nos de que acima de tudo somos seres humanos. Nessas horas, se você é do partido A ou B, vota no candidato C ou D, é o que menos importa... Que nesse momento de dor, de tristeza, Deus possa confortar as famílias desses homens, que também eram pais, filhos, irmãos. Que assim como nós, estavam no exercício da profissão.

Sei que a música foi feita em outro contexto, mas hoje um trecho de Blue Eyes Blue, de Eric Clapton não me saiu da cabeça . Por isso dei ao post esse título

It was you who put the clouds around me (Foi você quem colocou a tristeza ao meu redor)
It was you who made the tears fall down (Foi você quem fez minhas lágrimas caírem)
It was you who broke my heart in pieces (Foi você quem fez meu coração em pedaços)
It was you, it was you (foi você, foi você)
Who made my blue eyes blue (quem fez meus olhos azuis tristes)

Fica aqui o clipe como minha homenagem. E que amanhã seja melhor do que hoje.



O mais novo milionário das pistas

Texto originalmente publicado em 06/08-2014 no site #ElasComentam:



Ser um milionário. Quem nunca teve esse pensamento? 
Duvido que você, amigo leitor, não tenha imaginado isso algumas vezes na vida quando viu muitos zeros naquele prêmio acumulado da Mega Sena.
Mas o novo milionário do pedaço, que conquistou o dinheiro trabalhando dentro numa pista de corrida chama-se Rubens Barrichello. E de quebra, faturou a primeira vitória na Stock Car em Goiânia, depois de quase dois anos na categoria.
Não que ele já não esteja com a vida mais tranquila depois de correr 19 temporadas na Fórmula 1 e ser recordista em grandes prêmios – foram 326, com 322 largadas (contra 306 de Michael Schumacher e 256 de Riccardo Patrese). Ou ter conquistado dois vice-campeonatos mundiais (2002 e 2004), vencido 11 vezes, ter 14 poles e 68 pódios, na passagem por seis equipes: Jordan, Stewart, Ferrari, Honda, Brawn GP e Williams. Mas vencer a primeira corrida aos 42 anos e em um carro de turismo tem um gosto especial. Melhor ainda se o primeiro posto oferecer um prêmio atraente e mais visibilidade para quem alcança o lugar mais alto do pódio.
No sábado, o piloto da Full Time Sports conquistou a pole position, a segunda desde que começou a correr na principal categoria do automobilismo nacional. E ainda quebrou um tabu: é o único de todos os vencedores das cinco edições da Corrida do Milhão (Valdeno Brito, Ricardo Maurício, Thiago Camilo (duas vezes) e Ricardo Zonta) que largou na primeira posição.
Rubinho se manteve à frente durante quase toda a prova, mas a decisão ficou mesmo para os momentos finais quando Thiago Camilo, que estava em busca do terceiro milhão (as duas conquistas foram em 2011 e 2012, em Interlagos), entrou na briga. Nesses momentos, o botão de ultrapassagem foi fundamental para a disputa de posições, o que garantiu a Barrichello conquistar a primeira vitória e o primeiro milhão na categoria.
A estreia do paulista na Stock Car foi em 2012, quando disputou as últimas três provas do campeonato como piloto convidado. Vale conferir o texto aqui do #ElasComentam – A estreia de um veteranoNaquele mesmo ano, Rubinho competiu a primeira e única temporada nos Estados Unidos, na Fórmula Indy, pela equipe KV Racing, quando foi companheiro do melhor amigo Tony Kanaan.

No início deste ano, Barrichello declarou que foi na categoria nacional que se reencontrou nas pistas depois de tanto tempo na F1. Lembro-me de quando disse que correr em carro de turismo era muito diferente, porque além de fechado, o banco fica bem atrás e há pouca visibilidade da pista. Mas, pelo jeito, as duas temporadas já mostraram que Rubens se adaptou bem ao carro. Mostra-se sempre competitivo e cada vez evolui dentro da categoria. No campeonato, ele tem 69 pontos e está em quarto lugar, atrás de Julio Campos (71 pontos), Thiago Camilo (72 pontos) e do líder Átila Abreu (76 pontos).

Apesar de outras disputas que aconteceram na quinta etapa da Stock Car, ninguém tirou os olhos de Barrichello. O piloto chama a atenção por onde passa e a categoria sabe como ele é uma vitrine e uma atração a parte. Quando disputou a Corrida do Milhão em Interlagos, em 2012, na visitação dos boxes no sábado, dia de treino, havia muitos torcedores esperando por ele. No domingo, então, nem se fale. Não dava para chegar perto da garagem. E segundo relatos de colegas que acompanham a Stock Car em outros estados, a loucura é sempre a mesma. Feliz do torcedor que consegue levar para a casa uma lembrança do piloto.

Além da vibração pela conquista, com direito a “zerinho” de porta aberta próximo aos torcedores na arquibancada, foi muito legal ver a comemoração de Rubens ao lado do filho Dudu, que também segue a influência da família no automobilismo e compete no kart. O piloto dividiu com o menino toda a emoção da vitória subindo no teto do carro. Assim como o pai, Dudu estava muito emocionado. Uma imagem bacana de se ver, mostrando que dá para comemorar a primeira vitória, ou mais uma na carreira, sempre com muito bom humor, alegria e ainda mostrando muita garra e disposição.
rubinho2
Se a vitória é mais importante do que o dinheiro? Para Barrichello é sim. Metade do prêmio ele vai deixar para a equipe, como reconhecimento do trabalho daqueles que se dedicam no dia a dia. Uma parte vai para o Instituto Barrichello Kanaan, que desenvolve projetos sociais ligados ao esporte. E a outra? Ele declarou que vai ajudar a “financiar as crianças no kart, porque está ficando bem caro.” Rubinho brincou ao dizer que já tentou incentivar os filhos a praticar golfe, mas eles gostam mesmo é de ir para a pista.
Fazia muito tempo que Barrichello não subia ao lugar mais alto do pódio. A última vez, ainda pela F1, foi no Grande Prêmio da Itália, em 2009, pela Brawn GP. Agora, fica a torcida para que não demore tanto tempo para conquistar a segunda vitória nos carros de turismo.
A sexta etapa da Stock Car será em Cascavel, no Paraná, no dia 17 de agosto, com rodada dupla.
crédito das fotos: Stock Car/Duda Bairros/Vicar
Twitter: @prikinder

O ano da Mercedes

Texto originalmente publicado no site Conexão Fut:
Rosberg Mercedes GP Montreal 2014 - Sutton Images
A primeira metade do campeonato mundial de Fórmula 1 deixou evidente que até agora há duas competições paralelas: a das Mercedes e a das outras equipes. A equipe venceu nove vezes em 11 provas, e espera bater o recorde da Red Bull no ano passado, que venceu 13 das 19 etapas, todas com Sebastian Vettel. Com 393 pontos, a Mercedes se distancia cada vez mais da equipe rubro-taurina, segunda colocada e atual campeã do mundial de construtores.
É certo que o título deste ano irá para o time de Brackley. Os carros da escuderia alemã já somam sete dobradinhas. Mas o que dá emoção à temporada é tentar saber quem vai conquistar o título de campeão mundial: Nico Rosberg, que está na equipe desde o início em 2010, ou o inglês Lewis Hamilton, campeão da temporada de 2008? Por enquanto, o alemão se mantém a frente com 202 pontos, enquanto o inglês soma 191.
Nesta mesma época, em 2013, quem dominava o campeonato era Sebastian Vettel. Quando as férias da F1 chegaram, o alemão era líder isolado e tinha uma boa vantagem para segundo e terceiro colocados, que eram Kimi Raikkonen, da Lotus, e Fernando Alonso, da Ferrari – e que hoje são companheiros de equipe. Após 10 corridas daquela edição, Vettel havia conquistado quatro vitórias, com sete aparições no pódio. E, aos 26 anos, com três etapas de antecedência, tornou-se o mais jovem tetracampeão da Fórmula 1.
A hegemonia da Red Bull teve início na temporada de 2010, com o primeiro campeonato do alemão. Antes, na temporada de 2009, ele já havia lutado até o final pelo título, que ficou com Jenson Button e a BrawnGP. À época, a equipe inglesa venceu tudo e mais um pouco. Uma polêmica na época era o uso do difusor duplo (que canalizava o fluxo de ar vindo por baixo do carro e aumentava a aderência aerodinâmica). O carro da Brawn já nasceu com esse componente, enquanto as demais equipes tiveram de adaptá-lo durante a temporada.
Em 2010, Vettel entrou para a história ao conquistar o campeonato mundial e ser o campeão mais jovem de todos os tempos, com 23 anos e 4 meses. No ano seguinte, foi bi – e ainda quebrou o recorde de 15 poles positions em uma temporada, marca que pertencia ao inglês Nigel Mansell, de 14 largadas na frente em 1992. A temporada de 2012, aquela em que sete pilotos diferentes venceram as sete primeiras corridas, foi muito disputada, como há tempos não se via. Vettel conquistou o tricampeonato no GP do Brasil com a vantagem de três pontos sobre o espanhol Fernando Alonso.
Os recordes e os títulos de Sebastian são, sem dúvida, méritos de um jovem alemão, de muito talento e que vem de uma escola alemã que tem como principal mestre Michael Schumacher. E que, juntos, somam onze títulos, três a mais do que o Brasil. Mas todas as vezes em que se muda o regulamento algumas equipes têm dificuldades para se adaptar. Isso é fato na história da F1. Neste ano, algumas das mudanças foram a escolha dos números, a alteração do bico dos carros, a volta dos testes durante a temporada e um sistema de penalização de pontos na carteira.
Talvez a mais significativa delas tenha sido a mudança nos motores – e que havia sido anunciada em 2011. Eles passaram a ser V6 turbo de 1,6 litros em substituição aos motores V8 aspirados de 2,4 litros. Até o som dos carros ficou diferente. Com motores menores, os monopostos adotaram o sistema de recuperação de energia – isto é, além de capturar a força na frenagem, o ERS (Energy Recovery Systems) fornece mais energia ao carro, já que armazena o calor liberado pelos motores turbo. Além disso, os tanques de combustível passaram de 140 para 100kg.
Os testes da pré-temporada, realizados em janeiro, mostraram que o desempenho do W05, da Mercedes, foi muito superior ao das outras equipes, enquanto o RB10 tinha muitos problemas. O próprio Sebastian Vettel chegou a declarar que era uma fase em que “quando se livravam de um problema, logo vinha outro”.
Adrian Newey, projetista da equipe, sentiu dificuldades em encontrar um bom acerto, reconheceu que houve demora no desenvolvimento e preparação dos carros. Mas aos poucos a equipe tenta melhorar o desempenho para quebrar a hegemonia da Mercedes na temporada: conquistou duas vitórias com o Daniel Ricciardo (no Canadá e na Hungria) e é a segunda colocada no campeonato mundial de construtores.
Ver o companheiro de equipe à frente na classificação é uma situação nova para Vettel. O alemão está na 6ª colocação, com 88 pontos, e até agora os seus melhores resultados foram dois terceiros lugares, nos GPs da Malásia e do Canadá. Enquanto isso, o companheiro Riccardo tem 131 pontos, está na terceira posição e, além das duas vitórias, já esteve outras três vezes no pódio, como terceiro (Espanha, Mônaco e Inglaterra). O segundo piloto deixou o primeiro para trás e mostra que, neste ano, a disputa está mais aberta dentro da equipe. Afinal, não foi assim durante anos na Red Bull, quando o companheiro de equipe era o também australiano Mark Webber?
Uma equipe que cresceu nesta primeira metade da temporada é a Williams, terceira entre os construtores. O time de Grove contratou Felipe Massa para ajudar no desenvolvimento do FW36 e manteve Valtteri Bottas na equipe. O brasileiro teria tudo para estar bem – já que conquistou uma pole position na Áustria e tem 40 pontos -, mas ocupa a 9ª colocação. Alguns erros de Felipe, somados aos de estratégia e de pit stops da equipe, e um pouco de falta de sorte, estão deixando Massa atrás do companheiro de equipe. O finlandês está em 5º na classificação, com 95 pontos, e já conquistou três pódios consecutivos – foi terceiro no Bahrein, e segundo na Áustria e na Alemanha. O piloto do carro #77 apontou que as próximas provas, na Bélgica e Itália podem ser favoráveis para a Williams, mas que não tem sido nada fácil acompanhar o ritmo das Mercedes.
O que esperar da segunda metade da temporada? Acirrada competição entre Hamilton e Rosberg? A Red Bull incomodando os adversários e tentando manter o ritmo e Fernando Alonso, incansável, mostrando o talento de campeão ao conduzir a Ferrari até o final das corridas? A Williams crescendo cada vez mais? No final das contas, essa é a Fórmula 1 que todos gostam de ver: disputada, e com emoção do início ao fim. E as próximas serão vividas no dia 24 de agosto, em Spa-Francorchamps, na Bélgica.
Priscila Cestari é jornalista. No Twitter, @prikinder
Foto: Sutton Images

As imbatíveis Mercedes no Bahrein

(Foto: AFP)
(Foto: AFP)
No grande prêmio disputado no circuito internacional do Bahrein, a terceira etapa da temporada da Fórmula 1, a Mercedes segue confirmando o favoritismo em relação às demais equipes.
Se nas duas primeiras provas (Austrália e Malásia), a equipe inglesa andou rápido, no fim de semana com a vitória de Lewis Hamilton o time inglês agora lidera o campeonato com folga no mundial de construtores: 111 pontos, seguida de longe pela Force India, com 44 pontos. Nico Rosberg, que venceu na Austrália e chegou em segundo na Malásia e no Bahrein tem 61 pontos, enquanto Lewis Hamilton, com duas vitórias, está com 50 pontos.
A disputa entre os pilotos da mesma equipe está se tornando mais comum do que se imagina nessa chamada “nova Fórmula 1”, de motores menos potentes, com ruídos ainda estranhos aos nossos ouvidos, mas com cara de que cada corrida promete um pouco a mais de emoção do que vimos na temporada passada.
(Foto: AFP)
(Foto: AFP)
Se a atitude da Williams na corrida da Malásia, quando Felipe Massa teve de ouvir um “Bottas is faster than you” (a mesma que a Ferrari disse para o brasileiro em 2010 se referindo a Fernando Alonso), que por sinal foi muito criticada – e com toda razão -, dessa vez as equipes deixaram que os pilotos mostrassem, na pista, o que eram capazes de fazer.
Na corrida de número 900 da história da Fórmula 1, quem viu Hamilton segurando Rosberg “no braço”, e enfrentando o alemão, deve ter vibrado muito. E é essa Fórmula 1 repleta de disputas emocionantes, entre companheiros de equipe, de rivais, de novatos e dos mais experientes que gostamos de acompanhar. Na pista deu pra notar que o inglês não é campeão mundial por acaso e quer muito que isso se repita neste ano. Carro para isso ele tem. Capacidade, idem. Mas tem um colega de equipe que quer a mesma coisa. Aí, a decisão precisa ser na pista e não baseada em ordens de equipe.
Essa foi a 24ª vitória de Lewis, a terceira pelo time de Grove. Agora, ele se iguala a Juan Manuel Fangio e entra para a lista dos dez maiores vencedores da categoria.
A novidade dessa décima edição da corrida foi uma prova noturna, tal como acontece em Abu Dhabi, outra pista na região dos Emirados Árabes Unidos, e em Cingapura. Os organizadores investiram pesado em um sistema de iluminação no autódromo de Sakhir: o projeto contou com 495 postes de luz, além de 4.500 luminárias e mais de 500 quilômetros de cabos elétricos.
A próxima prova será disputada em Xangai, na China, no dia 20 de abril.
Priscila Cestari
@prikinder 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

#ThankyouDario


Dario Franchitti é uma lenda do automobilismo. É daqueles homens que nascem predestinados a conquistar o mundo por meio de uma escolha que, aos olhos dos simples mortais, pode ser um tanto ousada. Esse escocês escolheu ser piloto de corridas e escreveu uma história incrível nesses quinze anos de Fórmula Indy.
Depois do grave acidente que sofreu em Houston, em outubro, Franchitti resolveu se aposentar. Decidiu fazer isso pela saúde, para se preservar. A equipe médica deixou bem claro que se ele voltasse a correr os riscos seriam grandes e poderiam prejudicar a saúde no futuro.

Claro que o coração fica partido ao saber que Dario, aos 40 anos, não vai estar mais nas pistas... Tenho uma foto dele aqui em casa e todos os dias olho para ela e digo que um dia ainda vamos nos encontrar pra que eu lhe dê um abraço e diga: "Thank you, Dario. You're a legend. I love you".

O vídeo que a Indycar fez ao Dario é uma homenagem a este que é um dos maiores pilotos que pude acompanhar nestes quinze anos da Indy. Chorei junto nas vitórias dele em Indianápolis, nos campeonatos conquistados e nos acidentes que ele sofreu na carreira.

Se encontrasse o gênio da lâmpada pediria pra conhecer o Dario, chegar perto, ganhar um abraço. Eu o vi de muito longe na etapa deste ano da SP Indy 300 em São Paulo. Fiquei chateada porque não consegui estar mais próxima. Mas um dia, amigo, a gente vai se encontrar.

ps: Faltam 150 dias para a 98ª edição das 500 Milhas de Indianápolis


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Brasil garantido na F1 em 2014

Texto originalmente publicado em 12 de novembro 2013 no site #ElasComentam
Desde setembro, quando Felipe Massa anunciou que não teria o contrato renovado pela Ferrari, quem acompanha a Fórmula 1 ficou preocupado. Afinal, para onde ele poderia ir? Especulações não faltaram: desde a possibilidade de a nova casa ser a Lotus e correr no lugar de Kimi Raïkkönen (que vai para o time italiano no ano que vem), passando por tentar a sorte na Stock Car e de até mesmo pensar em aposentadoria.
Mas o caminho para o brasileiro de 32 anos foi mesmo a Williams. A equipe fez o anúncio na segunda-feira, em Grove, na Inglaterra. O contrato é por duas temporadas e ainda poderá ser renovado por mais uma. Com a saída do venezuelano Pastor Maldonado, Massa será o companheiro do finlandês Valtteri Bottas em 2014.
Fundada em 1977, a Williams tem nove títulos mundiais e sete de construtores, conquistados entre as décadas de 1980 e 1990. O último campeonato de pilotos da escuderia inglesa é de 1997, do canadense Jacques Villeneuve. Além de ter sido a casa de Alain Prost, Nigel Mansell e Damon Hill, a equipe já teve outros seis brasileiros pilotando seus carros: Nelson Piquet, Ayrton Senna, Antonio Pizzonia, Rubens Barrichello e Bruno Senna.
Depois da Ferrari, ser piloto de um time que é um dos mais tradicionais da categoria será um desafio. Apesar das mudanças que a F1 vai sofrer no próximo ano, tudo indica que a experiência de 12 temporadas na categoria será importante para ajudar no desenvolvimento do novo carro que vai contar com o motor Mercedes. Segundo o chefe da equipe Frank Williams, a contratação de Massa faz parte de um projeto para começar um novo capítulo na história do time inglês, já que nos últimos cinco anos a escuderia não foi além de dois sextos lugares no mundial de construtores.
Era claro que há muito tempo não havia mais espaço para Felipe na Ferrari e que todos os esforços estavam voltados para Fernando Alonso e a conquista do tricampeonato do espanhol. Mas durante o tempo em que esteve no time italiano, além de ter sido sempre o fiel escudeiro para ajudar a equipe a conquistar o mundial de construtores (2007 e 2008), Massa conquistou onze vitórias e foi vice-campeão em 2008, quando perdeu o título para Lewis Hamilton na última corrida, em Interlagos. E foi pela Ferrari também que o brasileiro sofreu o acidente mais grave da carreira, em Budapeste (2009) durante os treinos para o grande prêmio da Hungria.
Antes de dar o adeus definitivo aos italianos e trocar o vermelho pelo azul, Felipe ainda disputa duas provas que faltam para encerrar a temporada (Austin e Interlagos). E no último final de semana, a Ferrari organizou uma festa de despedida para o brasileiro. Depois de oito anos como piloto oficial do time de Maranello, Massa foi homenageado por 15 mil tifosi (torcedores da escuderia italiana) no circuito de Mugello, em Florença (Itália).
Boa sorte nesta nova fase, Felipe!
#Rapidinhas
Stockcar: Na penúltima etapa da Stock Car disputada no autódromo internacional Nelson Piquet, em Brasília, Thiago Camilo (Ipiranga/RCM) conquistou a vitória e assumiu a liderança do campeonato. Faltando apenas uma prova, a Corrida do Milhão, que acontece no dia 15 de dezembro em Interlagos, agora são quatro os pilotos que estão em busca do título da temporada. Thiago tem 185 pontos, quatro a frente de Daniel Serra (Red Bull Mattheis), o segundo colocado. Ricardo Maurício (Eurofarma-RC) é o terceiro com 178 pontos e Cacá Bueno (Red Bull Mattheis) o quarto com 160 pontos. Lembrando que a pontuação será dobrada e quem vencer leva 48 pontos.
Formula Truck: Assim como a Stock Car, a decisão do campeonato brasileiro da Fórmula Truck também ficou para a última etapa, que será disputada no dia 8 de dezembro em Brasília. Felipe Giaffone (RM Competições/MAM) venceu a prova do final de semana no autódromo internacional de Curitiba, na cidade de Pinhais (PR). O paulista largou na pole, perdeu posições na largada, mas recuperou a liderança na 18ª volta. Com a vitória, Giaffone entrou na briga pelo título ao chegar aos 114 pontos. Na disputa também estão Beto Monteiro (Scuderia Iveco) com 135 pontos, Régis Boessio (ABF Desenvolvimento Team) com 119 pontos e Leandro Totti (RM Competições/MAM) com 116 pontos.
Kimi Räikkönen só em 2014: O finlandês não vai mais correr pela Lotus neste ano. Räikkönen, que será piloto da Ferrari na próxima temporada, vai passar por uma cirurgia na coluna e a previsão é de que ele precise de até quatro semanas para se recuperar. Desde o grande prêmio de Cingapura, o campeão de 2007 vem sentindo fortes dores nas costas e que se tornavam insuportáveis a cada corrida. Claro que não duvido que ele esteja com esse problema, mas até onde isso não o ajudou a se livrar dos problemas financeiros que estava tendo com o time de Enstone e já pensar em 2014?
Fotos: Felipe Massa: Divulgação @WilliamsF1 Team// Thiago Camilo: Carsten Horst/Divulgação
Twitter: @prikinder

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Em busca de novos recordes



texto originalmente publicado no site #ElasComentam em 06 de novembro 2013
Sebastian Vettel até poderia ter se contentado em ser o mais jovem tetracampeão mundial de Fórmula 1, mas ele não quer saber de ficar para trás nesta temporada. Apesar de ter declarado que quebrar recordes não está entre as prioridades, o piloto da Red Bull está no caminho de, a cada corrida, superar as marcas pessoais e aquelas que ainda fazem parte da história da categoria. Por isso, ele venceu mais uma.
Dessa vez, o cenário da vitória foi o circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi. Um lugar onde as imagens mostradas pela televisão geralmente compensam a falta de emoção da corrida. A largada é dada ao final do dia no Oriente Médio e o espetáculo fica bonito mesmo quando acompanhamos o por do sol no horizonte e a chegada da noite na pista, que é toda iluminada, e deixa em evidência o aspecto moderno e futurista do circuito projetado pelo alemão Hermann Tilke.
Pela sétima vez consecutiva Vettel subiu ao lugar mais alto do pódio e se igualou ao ídolo (dele) Michael Schumacher, que também conquistou sete vitórias seguidas na temporada de 2004. E caso a maré de sorte continue ao lado do jovem campeão, ele ainda tem tempo de quebrar outro recorde se vencer as duas próximas provas (Austin-EUA e Interlagos): poderá alcançar a marca de Alberto Ascari, que venceu nove vezes seguidas pela equipe Ferrari.
Esse é o recorde mais antigo a ser alcançado por Vettel, já que as vitórias de Ascari foram conquistadas entre as temporadas de 1952 e 1953. O italiano venceu os GPs da Bélgica, França, Inglaterra, Alemanha, Holanda e Itália e em 1953 os da Argentina, Holanda e Bélgica. Mas há quem questione essa marca porque, naquela época, a segunda prova do mundial de 1953 foram as “500 Milhas de Indianápolis”. Por uma questão política, a corrida nos Estados Unidos fazia parte do calendário da F1, mas pilotos e equipes que corriam na Europa não participavam da prova. Isso poderia reduzir o recorde de vitórias consecutivas do italiano, mas se pensarmos neste contexto essa marca é dele.
E para quem gosta de números: em Abu Dhabi o piloto da Red Bull alcançou a 37ª vitória e o 60º pódio da carreira em seis campeonatos disputados até agora e quatro títulos. Se ele é fenômeno, se ele é prodígio, se ele é gênio… não importa. A cada temporada Vettel amadurece e mostra que se dedica muito ao que faz, e de um jeito único e diferente de outros campeões: com alegria. Inclusive porque comemorou a vitória em Yas Marina novamente com um “zerinho”. (Mas dessa vez ele levou o carro para os boxes e a FIA não o advertiu.)
#Rapidinhas
GP2: Fabio Leimer (Racing Engineering) conquistou o campeonato da GP2 no final de semana em Abu Dhabi. O suíço levou o título ainda na primeira prova, no sábado, ao chegar em quarto lugar e aproveitar que o rival Sam Bird (Russian Time) teve problemas e terminou na décima posição. O brasileiro Felipe Nasr, que tinha chances matemáticas de colocar a mão na taça, ficou com o quarto lugar no campeonato. O piloto da Carlin fez uma boa temporada e apesar de não conquistar o título, conseguiu se destacar. Há quem diga na rádio paddock que ele será contratado pela equipe Willians como piloto de testes para 2014. Estamos na torcida.
Stock Car: No próximo final de semana, os carros da Stock Car vão acelerar no autódromo internacional Nelson Piquet, em Brasília, pela 10ª etapa do campeonato. Sete pilotos estão na briga para conquistar o título desta temporada: Daniel Serra (172), Thiago Camilo (161), Cacá Bueno (160), Ricardo Maurício (160), Valdeno Brito (120), Max Wilson (117) e Marcos Gomes (102). Mas o campeão mesmo só vai ser conhecido na última prova, que será disputada em Interlagos. Na penúltima etapa nenhum dos líderes pode abrir mais do que 48 pontos de vantagem necessários para conquistar o título. Vale lembrar que em Brasília estão em jogo 24 pontos e em Interlagos, 48 pontos, já que a última corrida terá a pontuação dobrada.
foto: Tom Gandolfini/AFP
twitter: @prikinder

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

É tetra!

texto originalmente publicado em 30 de outubro 2013 no site #ElasComentam
Tudo era uma questão de tempo. A cada corrida Sebastian Vettel ficava mais perto do tetracampeonato da Fórmula 1. A conquista do quarto mundial consecutivo aconteceu em Noida, no circuito internacional de Buddh, na Índia, que até hoje só teve o alemão como vencedor. Vettel precisava apenas do quinto lugar para chegar ao título, mas pela sexta vez seguida (e a décima na temporada) foi dele o primeiro lugar na corrida.
Com 36 vitórias e 43 pole-positions, o alemão de Heppenheim se torna, aos 26 anos, o mais jovem tetracampeão da história do automobilismo mundial. Os quatro campeonatos em sequência foram conquistados somente por Juan Manuel Fangio (entre 1954 e 1959) e Michael Schumacher (entre 2000 e 2004). De qualquer forma, o piloto da Red Bull iguala-se ao número de conquistas do francês Alain Prost (quatro), mas ainda está atrás do argentino Fangio (cinco) e do também alemão Schumacher (sete).
Depois de receber a bandeirada final, ele deu uma volta até retornar aos boxes. Mas na reta de chegada, Sebastian fez o que a gente chama de “cavalo de pau” na pista (ou zerinho, para quem preferir) em uma comemoração de quebrar qualquer protocolo. Vettel parecia não acreditar no que estava acontecendo. Ajoelhou-se diante do RB9, também conhecido como Heidi Hungry (Heidy Faminta), e fez uma reverência ao carro, numa atitude de reconhecimento e agradecimento à equipe que lhe permitiu ter a melhor máquina e mostrar o quanto é bom nas pistas. Cercado por fotógrafos e fiscais, ainda subiu no alambrado e arremessou as luvas para a torcida. Um momento para ficar na memória de quem admira esse esporte.
No espaço reservado aos pilotos antes de chegar ao pódio, a televisão mostrava imagens de um piloto emocionado e muito feliz. A ficha de tudo o que estava acontecendo devia estar caindo naquele momento da conversa com outro campeão, o das máquinas, Adrian Newey, que também conquistou o título de construtores pela Red Bull no domingo, o décimo da carreira do projetista. E no pódio, o segundo colocado Nico Rosberg (Mercedes) e o terceiro, Romain Grosejan (Lotus), renderam-se ao talento do mais novo tetracampeão e ergueram Vettel nos ombros.
Tenho a impressão de que Vettel é aquele cara que está sempre com um sorriso no rosto e vai sempre manter aquele jeito de moleque. Mas acima de tudo passou para o time dos grandes campeões, é dedicado e apaixonado pelo que faz. E faz bem feito. Claro que em uma competição se a equipe não mostrar parceria, por mais que um piloto tenha talento ele não consegue se destacar. A impressão que tive dos quatro campeonatos rubro-taurinos é a de que a parceria entre piloto e equipe precisa ser precisa para que o resultado final seja mais do que a vitória: seja a regularidade nas etapas e consequentemente, a conquista dos títulos.
A Fórmula 1 acrescenta mais um capítulo de uma era, que começou em 2010 e pode ser chamada de Sebastian Vettel. Ela até parece ser mais emocionante do que aquela protagonizada por Michael Schumacher. Apesar de estar longe dos sete títulos do ídolo alemão, o agora tetracampeão não chegou aos 30 anos. Para  quem não se lembra, o quarto título de Schumi foi conquistado em 2001 quando ele tinha 32 anos. Vettel está no auge da carreira e ainda tem condições de conquistar mais campeonatos e também superar recordes do ex-piloto.
Mas, fica a pergunta: se na próxima temporada a Fórmula 1 vai contar com várias mudanças no regulamento, entre elas o uso do motor turbo V6, será que vamos ter a oportunidade de ver Vettel andar forte e se manter mais uma vez à frente dos outros pilotos? Tudo vai depender do que a Red Bull e as outras equipes, principalmente aquelas que têm mais recursos financeiros para desenvolver os carros, vão fazer durante os testes da pré-temporada. Tenho a impressão de que em 2014 iremos acompanhar, pelo menos na primeira metade da temporada, uma categoria tentando se acertar dentro de uma competição que deve ser mais de resistência dos carros do que de velocidade.
Já que o campeão está definido com três etapas de antecedência, a briga agora está em quem será o vice dessa temporada. Fernando Alonso (Ferrari) tem 207 pontos, Kimi Raïkkönen (Lotus) está em terceiro com 183 pontos e em quarto aparece Lewis Hamilton (Mercedes) com 169 pontos.  A próxima etapa será o grande prêmio de Abu Dhabi, disputado no circuito de Yas Marina, no próximo final de semana. Embora o finlandês tenha vencido a prova no ano passado, a primeira desde o retorno à F1, disse que não está preocupado em ultrapassar o espanhol e conquistar o segundo lugar na temporada. “Ser segundo lugar não faz diferença nenhuma. Você não ganha nada. Tentaremos fazer o melhor a cada corrida e no final vamos ver onde terminamos”, declarou Raïkkönen.
#Rapidinhas
F1 (1) – Por não ter seguido para os boxes e decidir comemorar o título rodopiando na pista, Sebastian Vettel tomou uma advertência da FIA. De acordo com a direção de prova, “o piloto falhou em seguir diretamente ao parque fechado após a corrida, conforme detalhado nos termos do artigo 43.3 do Regulamento Esportivo da Fórmula 1. Devido às circunstâncias especiais, os fiscais aceitaram as explicações do piloto. A equipe não conseguiu instruir o piloto o suficiente para retornar diretamente ao parque fechado após a corrida.”(Desculpem, mas estou sem palavras para dizer o quanto essa Fórmula 1 anda ‘coxinha’ ultimamente…)
F1 (2) – Depois de largar na 17ª posição por conta de um erro de estratégia da equipe no treino de classificação, Romain Grosjean (Lotus) fez uma prova de recuperação e conquistou o terceiro lugar pela terceira vez seguida. A estratégia da equipe de programar apenas uma parada nos boxes foi ousada, mas no final deu certo para o francês. Para conquistar o pódio, Grosjean ainda teve que disputar posições com o companheiro de equipe Kimi Raïkkonen, que tinha pneus mais desgastados.
F1 (3) – Por muito pouco, Felipe Massa (Ferrari) não subiu no pódio. O brasileiro, que largou na quinta posição, chegou até liderar a corrida, mas depois do pitsop perdeu posições e terminou a prova em quarto lugar, repetindo os resultados do ano conquistados na Austrália e na Itália. Lembrando que o melhor resultado de Massa no ano é o terceiro lugar no GP da Espanha.
Fotos: Mark Baker/AP Photo
Twitter: @prikinder