domingo, 9 de outubro de 2011

Sebastian Vettel, o garoto bicampeão

Foto: Reuters/Toru Hanai
Sebastian Vettel precisava marcar apenas um ponto neste fim de semana para se consagrar bicampeão mundial, ainda faltando quatro corridas para o encerramento da temporada de 2011. Largou na frente no GP de Suzuka, no Japão - vencido pelo inglês Jenson Button (MclLaren/Mercedes), mas terminou a prova em terceiro lugar. Mais do que suficiente para garantir o segundo título consecutivo e um novo recorde: o alemão é o bicampeão mais jovem da história da Fórmula 1.

O piloto da Red Bull se tornou o sétimo a conquistar um título no circuito de Suzuka e se une ao time de pilotos como Ayrton Senna (1988, 1990 e 1991), Mika Hakkinen (1998 e 1999), Michael Schumacher (2000 e 2003), Nelson Piquet (1987), Alain Prost (1989) e Damon Hill (1996) que também se sagraram campeões na terra do sol nascente. 

E Vettel também abriu outra vantagem: agora, são nove títulos da Alemanha contra oito do Brasil na Fórmula 1.

Acompanho a Fórmula 1 há muitos anos e tenho certeza de que esse alemão de Heppenheim, nascido há 24 anos, é o maior talento que surgiu na mais importante categoria do automobilismo desde Fernando Alonso. O primeiro título conquistado na última prova de 2010, em Abu Dhabi, mostrou que ele não estava para brincadeira.E menos de três anos depois da primeira vitória (2008, em Monza) o alemão precoce já está no rol dos bicampeões mundiais da Fórmula 1.

Vettel é um garoto que combina com corridas e deu a largada para conquistar seu lugar entre os grandes nomes do automobilismo. É ousado, arrojado, inteligente, divertido, simpático e que também gosta de exibir um capacete cuidadosamente estilizado a cada prova. O tempo vai passar. Ele vai ganhar experiência, tornar-se sei lá quantas vezes campeão mundial, mas acredito que esse jeito de moleque vai continuar sempre porque é um menino simples de coração. Sabe muito bem o que quer e aonde quer chegar. Ele devolveu à Fórmula 1 o sorriso aberto das manhãs. E quando ele chora, chora de alegria. Solta gritos no rádio da equipe depois de cruzar a linha de chegada. O menino Vettel já é, para mim, o melhor dos últimos tempos.

Até o momento, Vettel conta com 19 vitórias, 26 poles, 34 pódios e claro, dois títulos mundiais. Sem dúvida, o troféu de 2011 não poderia ter ficado melhor se não fosse nas mãos de Sebastian Vettel.


Ficha técnica:

Foto: Reuters/Toru Hanai
Nome: Sebastian Vettel

Idade: 24 anos (03/07/1987 – Heppenheim/Alemanha)

Começou no kart aos 8 anos. Venceu o campeonato europeu em 2002 e em 2003, com o patrocínio da Red Bull, participou do campeonato alemão de F-BMW e terminou em segundo lugar. 
No ano seguinte, Vettel venceu 18 das 20 provas do campeonato e se sagrou campeão. A estreia na F-3 aconteceu em 2005 e em 2006 foi vice-campeão.
Começou o ano seguinte disputando a Renault World Series, mas abandonou a categoria para entrar na Fórmula 1. A estreia foi no GP dos Estados Unidos, em Indianápolis, substituindo o piloto polonês Robert Kubica, pela equipe BMW-Sauber. Vettel tinha 19 anos, 11 meses e 14 dias de idade. O alemão foi o oitavo colocado e se tornou o mais jovem a pontuar na Fórmula 1. A partir do GP da Hungria, Vettel entrou de vez na categoria ao substituir o americano Scott Speed na Toro Rosso. 
Em 2008, Vettel disputou a primeira temporada completa e registrou o nome novamente na história do automobilismo mundial: venceu o GP de Monza, dando a primeira vitória para a Toro Rosso e tornando-se também o mais jovem a conseguir essa proeza. 
Em 2009 foi para a equipe Red Bull. Venceu quatro vezes (China, Inglaterra, Japão e Abu Dhabi), mas viu o título ficar com Jenson Button, da Brawn GP. Terminou o ano com o vice-campeonato. 
Começou a temporada de 2010 como um dos favoritos ao título, mas passou por momentos complicados, abandonou várias provas por quebras e erros. Só se sagrou campeão mundial na etapa final do ano, em Abu Dhabi. 
Neste ano, Vettel venceu nove das 15 primeiras corridas do campeonato, terminando em segundo lugar nas demais exceto nos GPs da Alemanha (quarto) e Japão (terceiro). Com isso, tornou-se bicampeão mundial com quatro provas de antecipação.