domingo, 25 de novembro de 2012

Interlagos: um cenário perfeito para o tricampeonato


São Paulo recebe a 20ª etapa do campeonato mundial de Fórmula 1 domingo. Além de ser a corrida que encerra a temporada, Interlagos vai entrar mais uma vez para a história. Será no Brasil que vamos conhecer o mais novo (e mais jovem) tricampeão da principal categoria do automobilismo mundial.

O duelo, agora, é decisivo: na liderança e na vantagem dos pontos está o alemão Sebastian Vettel, da Red Bull. Enquanto isso, o espanhol Fernando Alonso, da Ferrari, que está 13 pontos atrás na classificação, não vai desistir de reduzir essa vantagem durante a prova.

Desde que o GP do Brasil foi para o final da temporada, em 2004, esta é a sexta disputa de título que vai acontecer por aqui. Em 2005 e 2006, Fernando Alonso, pela equipe Renault, ganhou seus dois títulos em Interlagos. Em 2007 foi a vez de Kimi Räikkönen colocar a mão na taça na capital paulista quando ninguém esperava: o finlandês estava em terceiro lugar no campeonato e tinha chances matemáticas do título.  (Talvez só eu acreditasse e posso comprovar a premonição dessa “zebra”. Confiram no texto Felipe Massa sai na frente). em 2008 a disputa estava entre Felipe Massa e Lewis Hamilton. O brasileiro venceu a prova, mas quem levou o campeonato foi o inglês da McLaren. Em 2009, Jenson Button, da Brawn GP, comemorou o título antecipadamente em São Paulo, já que a última prova da temporada foi disputada em Abu Dhabi.

Os fanáticos por emoção podem se preparar: a previsão é de chuva para o horário da corrida! E este pode ser o diferencial do último episódio da batalha entre “cavalo” e “touros”, em uma temporada como poucas que tive a oportunidade de acompanhar em todos esses anos. Pelas regras sei que isso não vale, claro, mas que Vettel e Alonso mereciam dividir esse título, mereciam muito...

Trabalho em equipe é muito importante, mas a maturidade do piloto também conta. Vettel é favorito, tem a vantagem de estar em primeiro no campeonato, de ter o melhor carro. E está pilotando muito mais do que nos outros anos, sem dúvida. Mas a experiência muitas vezes fala mais alto e faz a diferença. Afinal não estar sob pressão pode significar pensar melhor e errar menos. E o próprio Alonso disse, em entrevista nessa quinta-feira que "na Fórmula 1 sempre há pressão, mas definitivamente temos menos do que em outras ocasiões, e talvez menos provavelmente do que se estivéssemos liderando o campeonato". O espanhol mostrou nesta temporada que é muito maior do que a máquina que ele pilota. Mesmo que em algumas vezes ele ainda teve mais sorte do que juízo!

Admiro e respeito muito o grande piloto que é Sebastian Vettel, mas dessa vez minha torcida será para Fernando Alonso conquistar o tricampeonato da F1.
Façam as suas apostas!!
O pole position em Interlagos é Lewis Hamilton, piloto que faz sua última corrida pela McLaren. Vettel larga em quarto e Alonso em sétimo (ganhou a posição depois de Pastor Maldonado, da Willians, ser punido e perder 10 posições.
Lembrando que também neste domingo acontece a despedida oficial de Michael Schumacher, da Mercedes, sete vezes campeão mundial da F1.
Twitter:@prikinder

Kimi: o eterno Homem de Gelo

(texto originalmente publicado no #elascomentam em 08/11/2012 - www.elascomentam.com.br )
Ele é da turma do “tô nem aí”. Por isso tem quem admire e também quem não entenda o estilo Kimi Räikkönen de ser. O finlandês, apelidado de Iceman (Homem de Gelo) pela postura fria em momentos em que está sob pressão, conquistou no último domingo o lugar mais alto do pódio no GP de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, pela 18ª etapa do mundial de Fórmula 1. Fez uma boa largada, passando do quarto para o segundo lugar e ainda aproveitou o abandono de Lewis Hamilton (McLaren) para se manter na liderança até o final da prova.

Depois de dois anos fora da F1, o piloto da Lotus/Renault subiu ao pódio sete vezes na temporada e só não marcou pontos no GP da China, em Xangai. No início do ano disse, durante os testes na Espanha, que voltou porque “queria voltar a correr”. Simples assim. A regularidade garante ao finlandês o terceiro lugar no campeonato, atrás apenas de Fernando Alonso, da Ferrari, e de Sebastian Vettel, da Red Bull.

E fazia tempo que o campeão da temporada de 2007 não subia no lugar mais alto do pódio!! A última vez havia sido no GP da Bélgica em 2009 pela Ferrari. Esta foi a 19ª vitória na carreira de Räikkönen. Além disso, ele se tornou o oitavo vencedor diferente da temporada de 2012. A corrida no circuito de Yas Marina também quebrou o jejum da Lotus: a última vitória do time inglês foi com Ayrton Senna, em 1987, no GP dos Estados Unidos.

E o “jeito Kimi de ser” é sempre algo que traz momentos divertidos ao, as vezes sério demais, universo da Fórmula 1. (Arriscaria dizer também que traz beleza, mas isso é opinião pessoal e aqui no #elascomentam apesar de ser permitido, poderia pegar mal…)

Quem acompanha a principal categoria do automobilismo mundial há pelo menos dez anos sabe que Kimi tem fala mansa, muita personalidade, mas quando abre a boca costuma ser bem verdadeiro… E em Abu Dhabi não foi diferente. Durante a corrida ouvimos algumas pérolas bem “A La Kimi” como o “just leave me alone. I know what to do” (Deixe-me sozinho. Eu sei o que faço). Ou ainda, enquanto o Safety Car estava na pista o engenheiro pediu pra ele cuidar dos pneus e escutou um “Yes, Yes, Yes… I’m doing all the time. You don’t have to remind me” (É o que estou fazendo o tempo todo. Você não precisa me lembrar). E para finalizar, ao vivo, no pódio, quando o ex-piloto e comentarista David Coulthard perguntou para o finlandês sobre a sensação de voltar a vencer depois de três anos. E ele simplesmente respondeu “nem tanta, na verdade”. Esse é o Kimi!

Para quem ainda não viu, este vídeo resume bem o áudio das frases dele, além do pódio com o Coulthard:


Em Abu Dhabi acompanhamos disputas de posições como há muito tempo não se via. Foram 55 voltas de uma corrida e tanto!! Principalmente por conta de Sebastian Vettel, líder do campeonato e o destaque da prova. Depois de ter sido desclassificado do treino oficial de sábado largou dos boxes. Fez uma corrida de recuperação, ganhou 21 posições desde a largada e terminou a prova em terceiro lugar, atrás do vice-líder Fernando Alonso. Para mim, o pódio em Yas Marina foi reservado especialmente para os campeões de uma nova geração. E que bom que temos pilotos assim para continuar gostando de acompanhar a Fórmula 1!

E o duelo Vettel x Alonso continua. No dia 18 de novembro, a disputa será no Circuito das Américas, em Austin, Texas (EUA). Uma pista nova que foi desenhada pelo arquiteto alemão Hermann Tilke. E bem ao estilo “Tilkódromo”, o traçado conta com uma reta de 1,200 quilômetros entre 20 curvas espalhadas por 5.500 metros. Austin tem tudo para entrar para a história do automobilismo caso Vettel conquiste o título antecipadamente. Para que isso aconteça a conta é simples: o alemão tem de fazer com que a diferença para o espanhol suba de dez para 25 pontos para sair do novo circuito como tricampeão mundial. Senão, a decisão fica para a última corrida no Brasil. O que seria uma ótima ideia!


Créditos das fotos: AFP

Twitter: @prikinder

A estreia de um veterano

 
“Estou recomeçando a aprender aos 40 anos”.
 
Foi com essa declaração que Rubens Barrichello, um veterano nos monopostos, passou à condição de estreante em um carro de turismo. Inicialmente, o piloto iria disputar apenas a Corrida do Milhão em Interlagos e que encerra o campeonato no dia 9 de dezembro. Mas decidiu antecipar a estreia para esse fim de semana na etapa disputada no Autódromo Internacional de Curitiba.
 
Para quem não se recorda, na Fórmula 1 Barrichello disputou nada mais do que 19 temporadas seguidas. Foram 326 GPs – o que é um recorde – além de 11 vitórias, 14 poles e 68 pódios, conquistados durante a passagem por seis equipes: Jordan, Stewart, Ferrari, Honda, Brawn GP e Williams. Também foi vice-campeão nos anos de 2002 e 2004. Em 2012, também estreou em outra categoria, a Fórmula Indy. Correu pela equipe KV Racing e terminou o campeonato em 12º lugar.
 
Adoro assistir Stock Car. Estive várias vezes nos autódromos de Brasília e de São Paulo, mas admito que nesta temporada acompanhei poucas corridas. Tenho uma torcida carinhosa por alguns pilotos da categoria e confesso que com a participação do Rubinho meu interesse está de volta! E em tempo de ver com mais atenção as duas últimas corridas do campeonato. Quero estar em Interlagos para acompanhar tudo bem de pertinho! Afinal, quem não fica curioso para saber como um piloto que disputou F1 e Indy se comporta em um carro como o da Stock Car? E por ser quem é e ter escrito uma história no automobilismo, Rubinho sempre vai atrair todas as atenções por onde passar.
 
Apesar de estar sob todos os holofotes e flashes durante o fim de semana, o veterano-estreante fez uma prova que chamo de “discreta”. Com o carro de número 17, em homenagem ao piloto Ingo Hoffmann e maior vencedor da categoria, Barrichello largou em 15º, envolveu-se numa confusão logo na primeira curva e caiu algumas posições. Fez uma corrida de recuperação, algumas ultrapassagens, mas um pneu furado o levou aos boxes. E como estava sem o rádio desde a segunda volta, Rubinho não teve como dizer a equipe que queria a troca dos quatro pneus. Substituíram só o que estava furado e o carro ficou, segundo ele, desequilibrado. Terminou a prova em 22º lugar.
 
 
A vitória em Curitiba ficou com Átila Abreu (Mobil Super Pioneer), seguido por Allam Khodair ((Vogel Motorsport) e Daniel Serra (Red Bull Racing). Cacá Bueno (Red Bull Racing) chegou em quinto e ampliou a vantagem na liderança do campeonato, já que o vice-líder Ricardo Maurício (Eurofarma RC) não terminou a prova.
 
Enquanto negocia a permanência na Fórmula Indy para o próximo ano, Rubinho aproveita o convite da equipe Medley/FullTime para ganhar experiência na Stock Car. E dar à categoria ainda mais visibilidade ou, quem sabe, atrair novos fãs. A participação dele nessa etapa e na próxima em Brasília, no dia 11 de novembro, é um treino para a meta principal: a Corrida do Milhão em São Paulo. Claro que além de uma realização pessoal, que é pilotar um carro de turismo no Brasil, o foco principal segundo Rubinho é ajudar o Instituto Barrichello Kanaan, o IBK, doando à entidade o cachê de R$ 230 mil. O projeto, com sede em São Paulo, foi criado em 2005 em parceria com o amigo Tony Kanaan, que também vai disputar as duas últimas etapas da Stock Car pela Bassani Racing.
 
 
Vale lembrar que Rubens Barrichello é o 14º piloto a participar da Fórmula 1 e da Stock Car, juntamente com Raul Boesel, Info Hoffmann, Chico Serra, Christian Fittipaldi, Tarso Marques, Enrique Bernoldi, Ricardo Zonta, Luciano Burti, Roberto Pupo Moreno, Luiz Pereira Bueno, Wilson Fittipaldi Jr., Antonio Pizzonia e do canadense Jacques Villeneuve, que foi o convidado da corrida do milhão do ano passado.
 
Twitter: @prikinder
 
crédito da primeira foto: Duda Bairros/Vicar
crédito da foto (carro e pilotos) Miguel Costa Jr/MF2

Vettel agora é líder. E quase tricampeão?

(texto originalmente publicado no #elascomentam em 17/10/2012 - www.elascomentam.com.br)

Quando Sebastian Vettel ultrapassou o pole position Mark Webber na primeira curva no GP da Coreia do Sul, disputado em Yeongam nesse fim de semana, pensei que se a sorte de campeão estivesse com ele, vencer seria apenas uma questão de tempo. E foi mesmo: um pouco mais de noventa minutos e 55 voltas depois o alemão da Red Bull cruzou a linha de chegada na liderança e juntamente com o companheiro de equipe, conquistou a primeira dobradinha da RedBull nesta temporada.

É preciso gostar muito de automobilismo para acordar às 2h40 de um domingo e assistir o GP da Coreia. (Sim, dormi cedo para garantir algumas horas de sono e não vi o UFC!!). Ainda bem que este é o meu caso e de mais alguns milhares de apaixonados. Além de estar bem longe da capital Seul e de não contar com tanto público nas arquibancadas, esta é mais uma das pistas que chamamos de “Tilkódromo”, projetada pelo arquiteto alemão Hermann Tilk, como a da Malásia, Abu-Dhabi e Índia, só para citar algumas. Tem retas longas, curvas fechadas, rápidas e outras que não tem a menor justificativa de existir. A única vantagem é que a pista é larga o que proporciona várias ultrapassagens. Mas, tirando isso e a vitória do Vettel de ponta a ponta – que representou a liderança do campeonato – achei que essa foi a corrida mais chata deste ano.

Esta foi a quarta vitória dele na temporada, a terceira seguida e a 25ª da carreira. Com isso o atual bicampeão supera Juan Manuel Fangio e se iguala a Jim Clark e Nick Lauda, passando a ser o sétimo maior vencedor da história. O que não é pouco!! Além de comemorar no lugar mais alto do pódio, Vettel alterou o rumo da história: alcançou 215 pontos, seis a frente de Fernando Alonso (209), que terminou a corrida em terceiro lugar. O espanhol liderava o campeonato desde Valência, na Espanha.

Nas duas últimas corridas, Cingapura e Japão, o piloto da Red Bull somou 50 pontos, enquanto Alonso apenas 15.

E se Fernando Alonso conseguiu manter-se na frente foi mais pela sorte e talento do que pelo desempenho da Ferrari nas corridas. Um carro que para mim é muito instável; e é o piloto que tem feito a diferença e tira o máximo da máquina quando está sob pressão. Neste GP, por exemplo, Felipe Massa andou muito mais rápido do que o companheiro de equipe. Óbvio que por conta da disputa do campeonato ele não ultrapassou Alonso. Para ser ter uma ideia, o engenheiro falou para o brasileiro tirar o pé porque estava muito perto do espanhol… No final da história, Massa terminou a prova em quarto lugar. E para quem só assinou o contrato nessa terça-feira (16) era melhor mesmo assegurar a posição e ajudar nos pontos do mundial de construtores. Vale lembrar que na semana passada, no GP do Japão em Suzuka, o piloto brasileiro quebrou um jejum de quase dois anos sem subir ao pódio, terminando a prova em segundo lugar.

Ainda faltam quatro provas – Índia, Abu-Dhabi, Estados Unidos e Brasil – para o final da temporada. Com exceção do GP de Austin – que é novidade neste ano – as demais provas favorecem o desempenho da Red Bull. O fato é que Alonso deve estar bem preocupado com o que aconteceu na Coreia do Sul e sabe que pode estar cada vez mais difícil garantir o tricampeonato dele e o mundial de construtores para o time italiano. Mas como costumo dizer, existem uns tais de “deuses da velocidade” que resolvem na última hora quem vai vencer e onde a sorte de campeão vai estar. Alonso e Vettel merecem o título. Alonso porque tem raça, talento e está disposto a fazer o seu melhor para conquistar a taça, mesmo com um carro que muitas vezes não correspondeu às expectativas. Vettel porque também tem talento, tem vontade de vencer, é arrojado e conta com um carro que está melhor do que nunca.


E como não poderia deixar de registrar, a bandeirada final em Yeongam foi dada pelo embaixador da corrida: o cantor sul-coreano Psy, a mais recente febre mundial com o hit “Gangnam Style”. Todo mundo já viu, já ouviu, já tentou imitar a dança… A música é daquelas pegajosas, sem dúvida. Você ouve uma vez e não sai da cabeça, meio que uma mistura de “Ai se eu te pego”, do Michel Teló, com o “Eu quero tchu, eu quero tcha”,do João Lucas e Marcelo. (Confesso que também gosto das dancinhas, mas basta ouvir uma vez e ficar com a música nas ideias…)

Então, para quem ainda não viu, deixo aqui como sugestão uma das várias versões que está na internet. E acreditem: esta tem um Kimi Raikkönen (Homem de Gelo) fake..(rs!).
Como adoro essas coisas toscas da internet, e a criatividade mundial, achei engraçado. Vale a pena conferir. Nem que seja só para matar a curiosidade!


crédito das fotos: GettyImages
Twitter: @prikinder

Power vacila e Hunter-Reay é o campeão da Indy

((texto publicado originalmente no #elascomentam em 20/09/2012 - www.elascomentam.com.br)
 
Embora seja brasileira e não desista, nunca, de ver um dos nossos pilotos chegando à frente, nesta temporada da Fórmula Indy estava torcendo pelo primeiro título de Will Power. Afinal nos dois últimos anos o australiano perdeu o campeonato na última corrida para o escocês Dario Franchitti.
 
Tive a oportunidade de vê-lo disputando a São Paulo Indy 300, no Anhembi. Fiquei impressionada como ele contornava o “S” do Samba – que fica no fim da reta da largada, e onde acontecem os desfiles das escolas de samba durante o carnaval. Era rápido e preciso. Tanto que fez a pole position e venceu a etapa brasileira pela terceira vez.
 
Por isso é que costumo dizer que ser favorito não é ser campeão. Tudo pode acontecer até a bandeirada final.
 
Quem viu o início da temporada acreditou que Will Power (Penske) fosse grande o favorito ao título deste ano. Mas da metade para o fim, o norte-americano Ryan Hunter-Heay (Andretti) reagiu. E na última prova, apesar dos 17 pontos de vantagem, era bom lembrar que o piloto australiano não teve bons resultados em circuitos ovais. Só neste ano foram cinco provas nesse tipo de pista: Power terminou em apenas duas (Milwaukee e Texas) e fez 86 pontos nelas. Enquanto que o norte-americano conquistou duas vitórias em ovais (Milwaukee e Iowa) e marcou 168 pontos. Esse desempenho também garantiu a Hunter-Reay o Troféu AJ Foyt de campeão dos ovais, superando o brasileiro Tony Kanaan.
 
 
Na 15ª e última etapa disputada no circuito oval de Fontana, na Califórnia (EUA), o desempenho do piloto da Penske decepcionou. Power largou na 13ª posição (tinha feito o terceiro tempo, mas por conta de uma punição perdeu dez posições no grid) e estava fazendo uma boa corrida quando, na volta 55, ao ultrapassar Ryan Hunter-Reay perdeu a traseira do carro e bateu no muro. Mas a equipe Penske consertou o carro do australiano e ele voltou para a pista 70 voltas depois. Com isso, o piloto da Andretti teria de chegar pelo menos em quinto lugar para ganhar 30 pontos e se consagrar campeão desta temporada.
 
O norte-americano, que tinha largado na 22ª posição, não só terminou a corrida em quarto lugar como conquistou o primeiro título da Indy três pontos a frente de Will Power, que ficou pela terceira vez consecutiva com o vice-campeonato da categoria. Vale lembrar que a última conquista de um piloto dos Estados Unidos na Indy foi em 2006, com San Hornish Jr. Hunter-Reay também voltou a dar um título à equipe Andretti depois de quatro anos da conquista por Dario Franchitti.
 
Ed Carpenter (Ed Carpenter Racing) cruzou a linha de chegada em bandeira amarela e venceu GP de Fontana, seguido dos pilotos da equipe Ganassi: o escocês Dario Franchitti e o australiano Scott Dixon. Entre os brasileiros, Helio Castroneves (Penske) terminou na quinta posição e Tony Kanaan (KV Racing) em 18º. Rubens Barrichello (KV Racing) abandonou na 109º volta com problemas no motor.
 
E é assim que a temporada 2012 da Indy terminou. No calendário, menos etapas do que os últimos anos e uma disputa muito evidente, desde o início, entre Penske e Andretti. Temporada de estreia do novo modelo de carro, o DW12, fabricado pela Dallara para a categoria. Da estreia também de Rubens Barrichello depois de 19 temporadas na Fórmula 1. Das relargadas extraordinárias de Tony Kanaan. Das vitórias de Helio Castroneves em São Petersburgo e em Edmonton, além de ter ficado perto da chance de entrar na briga pelo título. E no final ainda ser o melhor entre os brasileiros com o quarto lugar na temporada. Os pilotos da KV Racing, e também amigos, Kanaan e Barrichello terminaram o campeonato em nono e décimo segundo, respectivamente.
 
O fim de semana foi perfeito para Hunter-Reay. O mais novo campeão da Indy renovou o contrato e vai permanecer por mais duas temporadas na equipe Andretti. Helio Castroneves continua na Penske. Tony Kanaan na KV Racing e Rubens Barrichello está em negociação para seguir na Indy no ano que vem.
 

 
Espero que em 2013 pilotos e equipes estejam mais adaptados aos carros. E que no próximo ano nossos brasileiros venham com tudo: vençam mais e estejam cada vez mais próximos de trazer um título para o país.
 
E para saber quem, além de Ryan Hunter-Reay e dos brasileiros Emerson Fittipaldi (1989), Gil de Ferran (2000/2001) e Tony Kanaan (2004) já foi campeão da Indy e Cart/Champ Car recomendo acessar o site do Autoracing:
 
Crédito das fotos: AFP
 
Twitter: @prikinder
 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Helio Castroneves está na disputa pelo campeonato

**postagem publicada originalmente em 08/08/2012 no #elascomentam: http://www.elascomentam.com.br


A Fórmula Indy entra na reta final. Faltando três provas para o fim da temporada – Sonoma, Baltimore e Fontana – tem brasileiro na disputa pelo título: é Helio Castroneves, piloto da Penske. Ele tem 353 pontos e está na terceira posição do campeonato, atrás de Ryan Hunter-Reay, da Andretti, com 374 pontos e do líder Will Power, da Penske, com 379 pontos.

Power reassumiu a liderança na etapa de Mid-Ohio, disputada no último fim de semana em Lexington, nos Estados Unidos. Conhecido pela habilidade em circuitos mistos, o piloto australiano da Penske largou na pole position e claro, como favorito para vencer mais uma. Nas primeiras voltas foi pressionado pelo escocês Dario Franchitti (Chip Ganassi). Mas foi nos boxes que perdeu a primeira posição para Scott Dixon, da Chip Ganassi. O neozelandês administrou a vantagem e foi assim até o final da corrida. Dixon repetiu o resultado do ano passado, quando também venceu em Mid-Ohio. Completaram o pódio Will Power e francês Simon Pagenaud (Schmidt Hamilton). 
 
Entre os brasileiros, Tony Kanaan, da KV Racing, foi o grande destaque na prova. Depois de largar na 18ª posição, fez uma corrida de recuperação. Além de estar com um carro mais competitivo do que na última corrida, a estratégia de ir pra cima no estilo “sem medo de ser feliz” e fazer poucas paradas abriu caminho para as ultrapassagens. E assim ele terminou na sexta posição. Rubens Barrichello (KV Racing) foi o 15º e Helio Castroneves (Penske), o 16º. 

Helinho chegou em Mid-Ohio na vice-liderança, conquistada depois da vitória em Edmonton, no Canadá. Mas no domingo largou na 23ª posição porque trocou o motor após a classificação. Durante a prova, que não teve nenhuma bandeira amarela, o piloto brasileiro da Penske fez três paradas nos boxes, pegou muito tráfego e no final ainda precisou desacelerar um pouco para não correr o risco de pane seca. Mesmo assim, podemos ser otimistas: o campeonato ainda está aberto e ele continua na luta pelo título desta temporada. Vale lembrar que neste ano, Helinho venceu também a primeira etapa da Indy, realizada no circuito de San Petersburgo, na Flórida (EUA).

A próxima etapa da Fórmula Indy será no circuito misto de Infineon Raceway, em Sonoma, Califórnia, no dia 26 de agosto. 

#Momentocuriosidade:
Desde a corrida de Edmonton, no Canadá, os pilotos da Indy contam com uma novidade técnica: a volta do push-to-pass, dispositivo que permite aumentar a rotação do motor por alguns instantes e, consequentemente, facilitar a ultrapassagem. O sistema entra em funcionamento somente cinco segundos depois de o piloto acionar o botão no volante. O push-to-pass era utilizado pela categoria desde 2009, mas ainda não estava instalado no carro de 2012 (o modelo DW12, fabricado pela Dallara). O tempo de uso do sistema (quantos segundos durante toda a prova) é definido a cada corrida.

Twitter: @prikinder 

Créditos das fotos: AFP e Divulgação

sábado, 4 de agosto de 2012

Hamilton vence na Hungria e Alonso, em quinto, mantém a liderança


**postagem publicada originalmente em 31/07/2012 no #elascomentam: http://www.elascomentam.com.br

Antes de falar do final de semana da Fórmula 1, preciso dizer que essa corrida na Hungria foi muito chata. Desde que acompanho o mundial de automobilismo aprendi que Hungaroring é um circuito estreito, travado e com curvas de baixa velocidade que não favorecem as ultrapassagens. Só não seria monótono se chovesse por lá. Mas quiseram os “deuses da velocidade” que tudo fosse igual aos anos anteriores: muito calor, nada de chuva e pouca emoção.

Pódio GP da Hungria (AFP/Photo - Peter Kohalmi)
Depois de ter feito a pole position no sábado, Lewis Hamilton – em sua corrida de número 101 – saiu na frente na Hungria e dominou a corrida praticamente de ponta a ponta, só perdendo a liderança depois das paradas nos boxes. Mas não foi tudo tão tranquilo assim, afinal o inglês da McLaren foi incomodado pela Lotus: na primeira parte da corrida pelo francês Romain Grosjean e depois pelo finlandês Kimi Räikkönen.

Kimi foi responsável pelo momento que, pra mim, representou o de mais emoção da prova, quando na saída do pit-lane ficou lado a lado com o companheiro de equipe. O finlandês venceu o duelo contra Grosjean e assumiu o segundo lugar. Era a chance da Lotus aumentar o ritmo e se aproximar de Hamilton. Mas o inglês conseguiu suportar a bem pressão: abriu vantagem suficiente para conquistar a 19ª vitória da carreira, a terceira em Hungaroring e a segunda desta temporada.

Temporada que também viu pela segunda vez Räikkönen e Grosjean fazerem uma dobradinha no pódio (a outra da Lotus foi no GP do Bahrein). E que viu Sebastian Vettel (RedBull) chegar em quarto lugar e Fernando Alonso (Ferrari) – o aniversariante do dia – em quinto, mantendo a liderança do campeonato (164 pontos). Apesar do fim de semana em que a Ferrari não demonstrou a mesma força das últimas etapas, o resultado na Hungria foi bom para o campeonato. Jenson Button (McLaren) chegou em 6º; Bruno Senna em 7º (um resultado muito expressivo, já que tinha largado na nona posição); Mark Webber (RedBull) chegou em oitavo – e está 40 pontos atrás de Alonso; Felipe Massa (Ferrari) em 9º e Nico Rosberg (Mercedes) em 10º.

Uma breve curiosidade: A primeira corrida na Hungria foi disputada em 1986 e teve dobradinha brasileira: Nelson Piquet (Williams) venceu, com Ayrton Senna (Lotus) em segundo. Em todos os anos a prova acontece no circuito de Hungaroring, situado na cidade de Mogyoród, próximo de Budapeste, capital da Hungria. E uma ultrapassagem que entrou para a história da Fórmula 1 aconteceu justamente na corrida de estreia e com os dois brasileiros. 
Confira:


Em uma temporada em que tudo pode acontecer, é fato que a prova deste fim de semana não empolgou muito. Deu pra perceber, não é mesmo!? Esperamos que esta tenha sido a última dessas provas que dão sono… Agora a Fórmula 1 para por um mês. A 12ª e próxima etapa será no dia 2 de setembro, em Spa-Francorchamps, na Bélgica. 

Mas aqui no #elascomentam a gente não para, não.

Twitter: @prikinder


sábado, 28 de julho de 2012

Alonso vence e fica mais perto do tricampeonato

**postagem publicada originalmente em 25/07/2012 no #elascomentam: http://www.elascomentam.com.br

Com a corrida disputada nesse fim de semana no circuito de Hockenheim, na Alemanha, a Fórmula 1 chega à metade da temporada de 2012. Até aqui foram disputadas dez corridas com sete vencedores¹ diferentes nas primeiras sete etapas. Mas apenas um deles já repetiu o feito três vezes: Fernando Alonso. A partir de agora o espanhol da equipe italiana Ferrari tem grandes chances de conquistar o tricampeonato mundial. Alguém ainda duvida?

A dúvida maior estava mesmo no início do campeonato, cada vez mais surpreendente a cada etapa. Apesar do quinto lugar no GP da Austrália, na abertura da Fórmula 1, e depois da primeira vitória no Grande Prêmio da Malásia, em Sepang – numa corrida em que Alonso contou com seu talento e muita sorte –, ninguém acreditava que a Ferrari poderia melhorar. Pra mim, o F2012 estaria por mais um ano muito distante das outras equipes como McLaren e RedBull. E muito, muito mais longe de levar seu principal piloto às primeiras posições ou até mesmo ao título mundial.

Alonso no pódio em Hockenheim (Michael Probst/AP)
Mas estamos falando de Fernando Alonso, certo? O bicampeão mundial (2005-2006) é competitivo o bastante para correr atrás do melhor resultado. E vai sempre andar mais do que o carro. Por isso é que marcou pontos nas dez etapas da F1, além de fazer duas poles, levar a Ferrari seis vezes ao pódio e ter como pior posição de chegada um 9º lugar no GP da China (Xangai). O resultado dessa regularidade não poderia ser melhor: Alonso lidera o campeonato com 154 pontos, 34 a frente do australiano Mark Webber (RedBull – 120 pontos), e 44 do alemão Sebastian Vettel (RedBull – 110 pontos).

Podemos dizer que a vitória de Alonso começou a ser desenhada no sábado durante os treinos oficiais que aconteceram debaixo de chuva. Foi somente nos instantes finais que o espanhol ficou com a pole position, superando o bicampeão da RedBull que estava correndo em casa. Esta foi a segunda pole seguida do piloto da Ferrari em pista molhada, já que na corrida anterior, o GP da Inglaterra, em Silverstone, ele também saiu na frente.

Sair na frente fez toda a diferença para dominar a corrida em Hockenheim e controlar a vantagem durante a prova. No início, Alonso até foi ameaçado por Sebastian Vettel (RedBull) e pelo inglês Jenson Button (McLaren), mas conseguiu administrar bem a diferença para os adversários e vencer praticamente de ponta a ponta. O alemão da Red Bull terminou em segundo, mas foi punido com o acréscimo de 20 segundos em seu tempo de prova e caiu para a quinta posição. Isso porque os comissários da prova avaliaram que a ultrapassagem feita sobre Button faltando uma volta para o final foi irregular. Assim, o piloto inglês terminou em segundo lugar, com Kimi Raikkonen (Lotus) em terceiro e Kamui Kobayashi (Sauber) em quarto.

Esta foi a primeira vez na temporada que Fernando Alonso dependeu apenas do seu próprio resultado, mais do que da sorte de campeão das últimas duas vitórias. Tanto na Malásia quando o espanhol só venceu depois que o mexicano Sérgio Perez (Sauber) – que era o principal adversário nas voltas finais – errou e saiu da pista. E depois no GP da Europa (Valencia/Espanha), quando contou com o abandono de Sebastian Vettel e Romain Grosjean (Lotus), que estavam na frente. Mas mesmo com essas “colaborações da sorte”, Alonso certamente não deixa de ser um piloto arrojado, agressivo, em busca dos melhores resultados e, principalmente, da vitória.

O melhor de tudo é que neste campeonato ainda indefinido, e até aqui surpreendente, restam dez corridas. A próxima prova será disputada em Budapeste, na Hungria, no dia 29 de julho. Não dá pra perder!!!

E para encerrar, não podemos nos esquecer de que nesse fim de semana Fernando Alonso venceu no mesmo circuito onde há dois anos conquistava outra vitória, mas de forma polêmica. Era o GP da Alemanha de 2010.Quem não se lembra de quando a Ferrari mandou recado pelo rádio para o então líder Felipe Massa, na 49ª volta, para que cedesse a posição para o companheiro de equipe? O áudio do engenheiro do piloto brasileiro dizia: “Fernando is faster than you. Can you confirm you understand that message?” (Fernando está mais rápido que você. Você pode confirmar que entendeu a mensagem?). Imediatamente, Massa atendeu a ordem da escuderia italiana. A manobra rendeu uma multa de US$ 100 mil aplicada à Ferrari pela Federação Internacional de Automobilismo. E muita polêmica relacionada ao jogo de equipes.

¹ Vencedores das sete primeiras corridas em 2012: Jenson Button (McLaren), GP da Austrália. Fernando Alonso (Ferrari), GP da Malásia. Nico Rosberg (Mercedes), GP da China. Sebastian Vettel (Red Bull), GP do Bahrein. Pastor Maldonado (Williams), GP da Espanha. Mark Webber (Red Bull), GP de Mônaco. Lewis Hamilton (McLaren), GP do Canadá. 

Jacarepaguá: a despedida agora é pra valer!



**postagem publicada originalmente em 18/07/2012 no #elascomentam: http://www.elascomentam.com.br

No último domingo, a sexta etapa do campeonato brasileiro de Stock Car foi disputada no autódromo internacional Nelson Piquet, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. A vitória ficou com o piloto Allam Khodair (Vogel-Motorsport). Mesmo com um oitavo lugar, Cacá Bueno (Red Bull Racing) assumiu a liderança na competição, com 99 pontos. 

Esta seria somente mais uma corrida da temporada 2012, não fosse o significado que ela tem para a história do automobilismo brasileiro. E dessa vez parece que o adeus é mesmo definitivo: foi a última corrida da Stock Car disputada no autódromo carioca antes dele ser completamente desativado para dar lugar ao Parque Olímpico, espaço de competições durante os jogos da Rio-2016. A previsão é de que até o segundo trimestre de 2013 as instalações temporárias e permanentes para as Olimpíadas já estejam em construção. Vale lembrar que parte de Jacarepaguá foi desativada há alguns anos para dar espaço às instalações dos jogos Pan-americanos de 2007.

A história do autódromo de Jacarepaguá começa em 1977, quando ainda se chamava Autódromo da Cidade do Rio de Janeiro e tinha 5.030 metros de extensão. Vale a pena voltar no tempo e assistir a este vídeo do Arquivo Nacional – realizado pela Agência Nacional – com imagens da primeira corrida: a Fórmula VW 1.600 Super-V, disputada em 7 de agosto.

 

Em 1978, e de 1981 a 1989 o autódromo de Jacarepaguá sediou o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Em 1988, passou a se chamar Autódromo Internacional Nelson Piquet, em homenagem ao piloto tricampeão. De 1995 a 2004 foi palco da MotoGP. E entre 1996 e 2000, recebeu as etapas sul-americanas do campeonato da CART – sem esquecer, é claro, da vitória do piloto brasileiro André Ribeiro na estreia da Rio400 no circuito oval no dia 17 de março de 1996. Havia uma promessa de que quando Jacarepaguá saísse do mapa, outro autódromo seria construído em Deodoro, na zona oeste do Rio de Janeiro. Mas até agora, o que se sabe mesmo é que a briga para liberação de licença ambiental está entre o Ministério Público Estadual e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. A seguir, cenas dos próximos capítulos.

Desenho conceitual do novo autódromo (Divulgação)
Há quem diga que o legado que será deixado depois da Rio-2016 nesta região  (por se tratar do primeiro centro olímpico de treinamento da América do Sul) seja maior do que representa o autódromo para a história do automobilismo brasileiro. As críticas pelo fim do autódromo são muitas, afinal são tantos interesses envolvidos –  econômicos, políticos, imobiliários, entre outros – que diante de se manter um local para a prática do automobilismo tudo fica pequeno demais em relação ao esporte. A despedida tem um tom de tristeza. Seja para quem só acompanhou as corridas pela televisão (como eu), para quem conheceu de perto o autódromo e, principalmente, para os pilotos que puderam correr em um dos circuitos mais importantes de todo o Brasil.

Mas para os apaixonados por velocidade que querem se despedir de Jacarepaguá ainda há chances: neste fim de semana (20, 21 e 22 de julho) podem aproveitar para assistir a quarta etapa do campeonato brasileiro de Gran Turismo (GT3, GT Premium e GT4), além das disputas do Mercedes-Benz Grand Challenge, das motos do Elf SuperBike e os protótipos do Campeonato Brasileiro de Spyder Race.

domingo, 8 de julho de 2012

O novo líder da GP2 é brasileiro

Se na Fórmula 1 o hino brasileiro tocou pela última vez em 2008, nesta temporada da GP2 tivemos a oportunidade de ouvi-lo quatro vezes nas vitórias de Luiz Razia. A última delas em Silverstone, na Inglaterra, nesse fim de semana.

Luiz Razia vence na Inglaterra (GP2 Series 2012)
Na primeira prova, disputada no sábado, Razia chegou em quinto. Resultado que deu ao piloto brasileiro a liderança do campeonato da GP2. No domingo, Razia largou na quarta posição e durante a prova levou a melhor na disputa direta com o italiano Davide Valsecchi, que havia chegado na Inglaterra como líder do campeonato.

Vale lembrar que outro brasileiro, Felipe Nasr, companheiro de equipe de Valsecchi, foi o terceiro colocado e levou mais uma bandeira verde-e-amarela para o pódio de Silverstone.

Além da consolidação da liderança em um campeonato que é a vitrine para a Fórmula 1, a vitória de Luiz Razia no templo do automobilismo mundial tem significado especial. O piloto da equipe Arden mostra que além do talento - o qual já me referi em Quando o talento faz a diferença - , tem um bom carro e muita determinação para brigar pelo título da GP2 deste ano.

Lembrando que a primeira vitória de Luiz Razia na GP2 foi em Sepang, na Malásia. Depois, vieram duas na Espanha: Barcelona e Valencia. E agora, Silverstone. E se não fosse por um pneu furado em Mônaco, Razia teria tido grandes chances de vencer em outro templo do automobilismo mundial.

Pódio em Silverstone: Razia, Valsecchi e Nasr (GP Series 2012)

MOMENTO "QUANDO VIREI FÃ"

Neste fim de semana foi a primeira vez que assisti as duas etapas da GP2 ao vivo. E acho que dei sorte!!! No sábado, na internet e no domingo pela TV.

Comecei acompanhando a temporada de 2012 pelos vídeos do Youtube. Depois, pelas reprises no SporTV. Minha primeira lembrança de Luiz Razia é antiga, dos tempos em que ele participava da Fórmula 3 Sul-Americana (2005). Mais recentemente, a partir de 2010, quando o brasileiro já disputava a segunda temporada da GP2 e era o piloto de testes da equipe Virgin Racing, da Fórmula 1.

Luiz Razia nasceu em Barreiras, na Bahia. A carreira como piloto começou no Autocross (campeonato de rali) em 2002 em sua terra natal. Mas quem quiser saber mais sobre este grande piloto vale a pena conhecer o site oficial: http://www.luizrazia.com. Outra sugestão é conhecer o programa DriveRiot, apresentado por Razia e dedicado a tudo aquilo que envolve pilotos e corridas: http://www.youtube.com/user/LuizRazia

domingo, 24 de junho de 2012

Quando o talento faz a diferença

Uma das definições de "talento" no dicionário se refere à "agudeza de espírito, disposição natural ou qualidade superior". E esta é a palavra que, para mim, resume duas corridas disputadas neste domingo em Valencia, na Espanha. 

Luiz Razia - Divulgação: GP2
Talento na vitória do brasileiro Luiz Razia, da Arden, na GP2. 

Com quatro ultrapassagens nas duas últimas voltas, o baiano venceu pela terceira vez na temporada. E também foi pela segunda vez ao pódio neste fim de semana. Agora, apenas um ponto separa Razia do líder do campeonato, o italiano Davide Valsecchi. A vitória do talento de quem está aproveitando oportunidades para merecer o título da GP2 e trazê-lo pela primeira vez para o Brasil. 

Pra quem quiser conferir as voltas finais em Valencia, vale a pena conferir:




Talento na vitória de Fernando Alonso.
Fernando Alonso vence em Valencia, na Espanha

Segundo ele, a melhor e incomparável em termos de emoção. O bicampeão mundial largou na 11ª posição, fez uma corrida agressiva e com várias ultrapassagens foi abrindo o caminho em direção a mais uma conquista. Estava na terceira posição até o safety car entrar para a retirada de detritos que estavam na pista. Mas com a quebra do carro de Sebastian Vettel, da Red Bull, que liderava a prova, e a ultrapassagem sobre o francês Romain Grosjean, da Lotus, Alonso se manteve em primeiro até a bandeirada final. 
Talento e sorte, sem dúvida.

E o que vimos hoje foi um Alonso visivelmente emocionado. Chegou a lembrar os bons tempos de Ayrton Senna com a bandeira nas mãos dentro do cockpit. Parou o carro e saudou a torcida espanhola. Até foi preciso um carro da organização buscá-lo para que chegasse no pódio. Ali, ele chorou ao ouvir o hino espanhol.

Abaixo, podemos conferir um vídeo do Grupo INTV (Espanha) sobre a vitória de Alonso.


Ele não é unânime nem o mais simpático dentro do universo da Fórmula 1. Mas sem dúvida Alonso é hoje o melhor piloto em atividade: um talento muito acima de qualquer outro e é a principal diferença do carro da Ferrari nesta temporada. Tanto que o bicampeão espanhol agora é líder do campeonato com 111 pontos, seguido de Mark Webber (91), Lewis Hamilton (88) e Sebastian Vettel (87).

Nos 62 anos de existência, o campeonato mundial de Fórmula 1 nunca esteve tão equilibrado. Por isso, não se pode negar que a temporada deste ano é uma das melhores que temos notícias. São sete vencedores diferentes em oito grandes prêmios disputados.

Talentos que gostamos de ver. E de torcer!
Que venha Silverstone, na Inglaterra!!!