texto originalmente publicado no site #ElasComentam em 06 de novembro 2013
Sebastian Vettel até poderia ter se contentado em ser o mais jovem tetracampeão mundial de Fórmula 1, mas ele não quer saber de ficar para trás nesta temporada. Apesar de ter declarado que quebrar recordes não está entre as prioridades, o piloto da Red Bull está no caminho de, a cada corrida, superar as marcas pessoais e aquelas que ainda fazem parte da história da categoria. Por isso, ele venceu mais uma.
Dessa vez, o cenário da vitória foi o circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi. Um lugar onde as imagens mostradas pela televisão geralmente compensam a falta de emoção da corrida. A largada é dada ao final do dia no Oriente Médio e o espetáculo fica bonito mesmo quando acompanhamos o por do sol no horizonte e a chegada da noite na pista, que é toda iluminada, e deixa em evidência o aspecto moderno e futurista do circuito projetado pelo alemão Hermann Tilke.
Pela sétima vez consecutiva Vettel subiu ao lugar mais alto do pódio e se igualou ao ídolo (dele) Michael Schumacher, que também conquistou sete vitórias seguidas na temporada de 2004. E caso a maré de sorte continue ao lado do jovem campeão, ele ainda tem tempo de quebrar outro recorde se vencer as duas próximas provas (Austin-EUA e Interlagos): poderá alcançar a marca de Alberto Ascari, que venceu nove vezes seguidas pela equipe Ferrari.
Esse é o recorde mais antigo a ser alcançado por Vettel, já que as vitórias de Ascari foram conquistadas entre as temporadas de 1952 e 1953. O italiano venceu os GPs da Bélgica, França, Inglaterra, Alemanha, Holanda e Itália e em 1953 os da Argentina, Holanda e Bélgica. Mas há quem questione essa marca porque, naquela época, a segunda prova do mundial de 1953 foram as “500 Milhas de Indianápolis”. Por uma questão política, a corrida nos Estados Unidos fazia parte do calendário da F1, mas pilotos e equipes que corriam na Europa não participavam da prova. Isso poderia reduzir o recorde de vitórias consecutivas do italiano, mas se pensarmos neste contexto essa marca é dele.
E para quem gosta de números: em Abu Dhabi o piloto da Red Bull alcançou a 37ª vitória e o 60º pódio da carreira em seis campeonatos disputados até agora e quatro títulos. Se ele é fenômeno, se ele é prodígio, se ele é gênio… não importa. A cada temporada Vettel amadurece e mostra que se dedica muito ao que faz, e de um jeito único e diferente de outros campeões: com alegria. Inclusive porque comemorou a vitória em Yas Marina novamente com um “zerinho”. (Mas dessa vez ele levou o carro para os boxes e a FIA não o advertiu.)
#Rapidinhas
GP2: Fabio Leimer (Racing Engineering) conquistou o campeonato da GP2 no final de semana em Abu Dhabi. O suíço levou o título ainda na primeira prova, no sábado, ao chegar em quarto lugar e aproveitar que o rival Sam Bird (Russian Time) teve problemas e terminou na décima posição. O brasileiro Felipe Nasr, que tinha chances matemáticas de colocar a mão na taça, ficou com o quarto lugar no campeonato. O piloto da Carlin fez uma boa temporada e apesar de não conquistar o título, conseguiu se destacar. Há quem diga na rádio paddock que ele será contratado pela equipe Willians como piloto de testes para 2014. Estamos na torcida.
Stock Car: No próximo final de semana, os carros da Stock Car vão acelerar no autódromo internacional Nelson Piquet, em Brasília, pela 10ª etapa do campeonato. Sete pilotos estão na briga para conquistar o título desta temporada: Daniel Serra (172), Thiago Camilo (161), Cacá Bueno (160), Ricardo Maurício (160), Valdeno Brito (120), Max Wilson (117) e Marcos Gomes (102). Mas o campeão mesmo só vai ser conhecido na última prova, que será disputada em Interlagos. Na penúltima etapa nenhum dos líderes pode abrir mais do que 48 pontos de vantagem necessários para conquistar o título. Vale lembrar que em Brasília estão em jogo 24 pontos e em Interlagos, 48 pontos, já que a última corrida terá a pontuação dobrada.
foto: Tom Gandolfini/AFP
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