**postagem
publicada originalmente em 18/07/2012 no #elascomentam: http://www.elascomentam.com.br
No último domingo, a sexta etapa do campeonato brasileiro de
Stock Car foi disputada no autódromo internacional Nelson Piquet, em
Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. A vitória ficou com o piloto
Allam Khodair (Vogel-Motorsport). Mesmo com um oitavo lugar, Cacá Bueno (Red
Bull Racing) assumiu a liderança na competição, com 99 pontos.
Esta seria somente mais uma corrida da temporada 2012, não
fosse o significado que ela tem para a história do automobilismo brasileiro. E
dessa vez parece que o adeus é mesmo definitivo: foi a última corrida da Stock
Car disputada no autódromo carioca antes dele ser completamente desativado para
dar lugar ao Parque Olímpico, espaço de competições durante os jogos da
Rio-2016. A previsão é de que até o segundo trimestre de 2013 as instalações
temporárias e permanentes para as Olimpíadas já estejam em construção. Vale
lembrar que parte de Jacarepaguá foi desativada há alguns anos para dar espaço
às instalações dos jogos Pan-americanos de 2007.
A história do autódromo de Jacarepaguá começa em 1977, quando
ainda se chamava Autódromo da Cidade do Rio de Janeiro e tinha 5.030 metros de
extensão. Vale a pena voltar no tempo e assistir a este vídeo do Arquivo
Nacional – realizado pela Agência Nacional – com imagens da primeira corrida: a
Fórmula VW 1.600 Super-V, disputada em 7 de agosto.
Em 1978, e de 1981 a 1989 o autódromo de Jacarepaguá sediou o
Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Em 1988, passou a se chamar Autódromo
Internacional Nelson Piquet, em homenagem ao piloto tricampeão. De 1995 a 2004
foi palco da MotoGP. E entre 1996 e 2000, recebeu as etapas sul-americanas
do campeonato da CART – sem esquecer, é claro, da vitória do piloto brasileiro
André Ribeiro na estreia da Rio400 no circuito oval no dia 17 de março de 1996.
Havia uma promessa de que quando Jacarepaguá saísse do mapa, outro autódromo
seria construído em Deodoro, na zona oeste do Rio de Janeiro. Mas até agora, o
que se sabe mesmo é que a briga para liberação de licença ambiental está entre
o Ministério Público Estadual e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. A
seguir, cenas dos próximos capítulos.
Desenho conceitual do novo autódromo (Divulgação) |
Há quem diga que o legado que será deixado depois da Rio-2016
nesta região (por se tratar do primeiro centro olímpico de treinamento da
América do Sul) seja maior do que representa o autódromo para a história do
automobilismo brasileiro. As críticas pelo fim do autódromo são muitas, afinal
são tantos interesses envolvidos – econômicos, políticos, imobiliários,
entre outros – que diante de se manter um local para a prática do automobilismo
tudo fica pequeno demais em relação ao esporte. A despedida tem um tom de
tristeza. Seja para quem só acompanhou as corridas pela televisão (como eu),
para quem conheceu de perto o autódromo e, principalmente, para os pilotos que
puderam correr em um dos circuitos mais importantes de todo o Brasil.
Mas para os apaixonados por velocidade que querem se despedir
de Jacarepaguá ainda há chances: neste fim de semana (20, 21 e 22 de julho)
podem aproveitar para assistir a quarta etapa do campeonato brasileiro de Gran
Turismo (GT3, GT Premium e GT4), além das disputas do Mercedes-Benz Grand
Challenge, das motos do Elf SuperBike e os protótipos do Campeonato Brasileiro
de Spyder Race.
Nenhum comentário:
Postar um comentário