sábado, 28 de julho de 2012

Jacarepaguá: a despedida agora é pra valer!



**postagem publicada originalmente em 18/07/2012 no #elascomentam: http://www.elascomentam.com.br

No último domingo, a sexta etapa do campeonato brasileiro de Stock Car foi disputada no autódromo internacional Nelson Piquet, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. A vitória ficou com o piloto Allam Khodair (Vogel-Motorsport). Mesmo com um oitavo lugar, Cacá Bueno (Red Bull Racing) assumiu a liderança na competição, com 99 pontos. 

Esta seria somente mais uma corrida da temporada 2012, não fosse o significado que ela tem para a história do automobilismo brasileiro. E dessa vez parece que o adeus é mesmo definitivo: foi a última corrida da Stock Car disputada no autódromo carioca antes dele ser completamente desativado para dar lugar ao Parque Olímpico, espaço de competições durante os jogos da Rio-2016. A previsão é de que até o segundo trimestre de 2013 as instalações temporárias e permanentes para as Olimpíadas já estejam em construção. Vale lembrar que parte de Jacarepaguá foi desativada há alguns anos para dar espaço às instalações dos jogos Pan-americanos de 2007.

A história do autódromo de Jacarepaguá começa em 1977, quando ainda se chamava Autódromo da Cidade do Rio de Janeiro e tinha 5.030 metros de extensão. Vale a pena voltar no tempo e assistir a este vídeo do Arquivo Nacional – realizado pela Agência Nacional – com imagens da primeira corrida: a Fórmula VW 1.600 Super-V, disputada em 7 de agosto.

 

Em 1978, e de 1981 a 1989 o autódromo de Jacarepaguá sediou o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Em 1988, passou a se chamar Autódromo Internacional Nelson Piquet, em homenagem ao piloto tricampeão. De 1995 a 2004 foi palco da MotoGP. E entre 1996 e 2000, recebeu as etapas sul-americanas do campeonato da CART – sem esquecer, é claro, da vitória do piloto brasileiro André Ribeiro na estreia da Rio400 no circuito oval no dia 17 de março de 1996. Havia uma promessa de que quando Jacarepaguá saísse do mapa, outro autódromo seria construído em Deodoro, na zona oeste do Rio de Janeiro. Mas até agora, o que se sabe mesmo é que a briga para liberação de licença ambiental está entre o Ministério Público Estadual e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. A seguir, cenas dos próximos capítulos.

Desenho conceitual do novo autódromo (Divulgação)
Há quem diga que o legado que será deixado depois da Rio-2016 nesta região  (por se tratar do primeiro centro olímpico de treinamento da América do Sul) seja maior do que representa o autódromo para a história do automobilismo brasileiro. As críticas pelo fim do autódromo são muitas, afinal são tantos interesses envolvidos –  econômicos, políticos, imobiliários, entre outros – que diante de se manter um local para a prática do automobilismo tudo fica pequeno demais em relação ao esporte. A despedida tem um tom de tristeza. Seja para quem só acompanhou as corridas pela televisão (como eu), para quem conheceu de perto o autódromo e, principalmente, para os pilotos que puderam correr em um dos circuitos mais importantes de todo o Brasil.

Mas para os apaixonados por velocidade que querem se despedir de Jacarepaguá ainda há chances: neste fim de semana (20, 21 e 22 de julho) podem aproveitar para assistir a quarta etapa do campeonato brasileiro de Gran Turismo (GT3, GT Premium e GT4), além das disputas do Mercedes-Benz Grand Challenge, das motos do Elf SuperBike e os protótipos do Campeonato Brasileiro de Spyder Race.

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